Editorial- Novos horizontes para os setores da filantropia em amadurecimento

Por: GIFE| Notícias| 02/03/2013

Caroline Hartnell*

O tópico desta edição especial neste número da Alliance é a filantropia em mercados emergentes. Este é um tópico que costumamos retomar. Duas edições especiais anteriores, de março de 2007 e dezembro de 2009, foram dedicadas ao tema, assim como vários artigos entre essas edições. Então, o que esta tem de diferente?

A diferença mais óbvia e triste é que Olga Alexeeva não é a editora convidada desta vez, como foi das duas vezes anteriores. É um prazer trabalhar com Filiz Bikmen e Maria Chertok nesta edição especial, mas eu sei que nenhum deles vai se importar se eu disser que ninguém tem a mesma visão, conhecimento e entendimento nesta área que Olga tinha. Nós sentimos falta dela.
O encarte especial desta edição, que apresenta os finalistas do primeiro Prêmio Memorial Olga Alexeeva é tanto um tributo a Olga, como um reconhecimento do que Maria Chertok chama de “as muitas diferentes formas e cores que o desenvolvimento da filantropia adota”. A foto da capa reflete essas formas e cores.

Mas o que mais está diferente? As duas edições especiais anteriores pretendiam aprender mais sobre os “novos filantropos” no mundo todo. “Como são realmente os novos doadores do mundo?” foi a pergunta feita na edição de março de 2007. “Como um recém-nascido, ele é desorientado, seus movimentos são descoordenados, ele se assusta com facilidade e fica desconfiado depois de qualquer experiência negativa, por menor que seja”, escreveu Olga em um artigo chamado “Nova filantropia: um micro mundo de jovens ocupados”. A capa da revista mostra um bebê começando a andar, sem firmeza, mas seguindo em diante.

Em dezembro de 2009 o foco foi a ética. “Filantropia emergente: o que é isso?” http://www.alliancemagazine.org/en/content/december-2009 perguntava o título da edição especial. Por muitos anos, disse Olga em um artigo intitulado “A bolsa Gucci da nova filantropia”, eu fiquei muito feliz por termos feito com que os russos ricos abrissem suas carteiras. Agora é hora de vermos por que as pessoas doam e a eficiência de suas doações. “Se quisermos que a filantropia emergente “realmente melhore a justiça social””, disse Olga, “”ela deve ser mais do que moda, do que uma questão de adotar um estilo de vida aceito de riqueza”.

E esta edição especial, “Os mercados estão emergindo: e a filantropia?” Aqui o principal foco é sobre os países BRICS e MINT [1], todos com economia próspera e muitos se tornando doadores de assistência. A filantropia está conseguindo acompanhar o ritmo? Rob John apresenta uma riqueza de inovação na Ásia; descreve os diferentes caminhos que a filantropia está seguindo na África; Bin Pei observa um crescente interesse em filantropia na China. A bilionária sul-africana, Patrice Motsepe, e Vladimir Potanin da Rússia, acabaram de anunciar que irão aderir à campanha Giving Pledge. Estamos vendo “Novos horizontes” para o amadurecimento dos setores de filantropia, as oportunidades e os desafios que estão à frente; o estágio dos primeiros passos que já ficou para trás. Segundo Filiz Bikmen, o que precisamos agora é de “uma infraestrutura filantrópica que seja mais robusta e colaborativa, que possa realmente acessar a nova riqueza emergente”.
1 México, Indonésia, Nigéria e Turquia.

*Caroline Hartnell é editora-chefe do revista Alliance.

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