Empresas assumem compromissos e demandaram ações dos governos

Por: GIFE| Notícias| 15/06/2012

Entre os dias 11 e 13 de junho, o Instituto Ethos reuniu mais de mil pessoas em sua já tradicional Conferencia anual, em São Paulo, para discutir “A Empresa e a Nova Economia – O Que Muda com a Rio+20?”. O evento foi palco de atividades e análises mediadas por especialistas do setor com foco na realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece no Rio de Janeiro, até o dia 22 de junho.

De acordo com Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos, a realização da conferência foi importante para tornar tangíveis os esforços coletivos em favor do meio ambiente. Ele afirmou que o debate gerado pela conferência pode mostrar ao governo, à sociedade civil e aos chefes de Estado, de forma positiva e sintética, que o desenvolvimento sustentável é a melhor saída para a economia mundial.

“A aproximação da Rio+20 favoreceu as discussões sobre este tema tão importante para a comunidade mundial e a realização da nossa conferência neste período foi estratégica. Levaremos nossas propostas e ficaremos na torcida para conseguirmos influenciar positivamente a elaboração final dos ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável)”, afirma.

Em um dos momentos mais elucidativos da do evento, Ricardo Abramovay, professor titular do Departamento de Economia da FEA e do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) falou sobre expectativas para a Rio+20. Apesar dos limites tanto do Rascunho Zero – que combina sugestões, ideias e comentários de 643 propostas enviadas à ONU por países e instituições – como do documento brasileiro produzido para a Rio+20, há dois pontos fundamentais em torno dos quais é provável obter “extraordinário” avanço:

“O primeiro refere-se à adoção de metas para o desenvolvimento sustentável, que seriam o equivalente, no plano ambiental, ao que são os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU no plano social. O segundo é o reconhecimento cada vez maior do anacronismo do PIB como forma de se medir a riqueza das sociedades contemporâneas e o esforço para se criarem outros parâmetros”.

Durante a Conferência, Abramovay fez o pré-lançamento de seu mais recente livro – Muito Além da Economia Verde (editora Planeta Sustentável), que preparou para a Rio+20. “O título pode parecer paradoxal: se estamos tão aquém da economia verde (usando cada vez mais recursos fósseis, aumentando o uso de materiais e de energia e ultrapassando as fronteiras ecossistêmicas), por que propor que se vá além da economia verde?”, pergunta.

Ao término do evento, empresas assumiram compromissos, demandaram ações dos governos e criaram propostas para os dez principais temas do desenvolvimento sustentável que já foram encaminhadas a ONU e ao governo brasileiro.

Entre os compromissos, destacam-se a ecoeficiência e a ecoefetividade, que significa operar dentro dos limites dos sistemas naturais. Outro compromisso importante é com o investimento na inovação: tecnologias, processos, produtos e modelos de negócio pautados pelos princípios da sustentabilidade.

Há também aperfeiçoamento dos processos e operação pelo melhor padrão global. Os governos, por sua vez, devem ser indutores da nova economia, com adoção de políticas tributárias e de compras governamentais sustentáveis, com o incentivo às atividades sustentáveis e o desincentivo progressivo às atividades não sustentáveis.

Veja todas as atividades realizadas durante a Conferencia Ethos

Associe-se!

Participe de um ambiente qualificado de articulação, aprendizado e construção de parcerias.

Apoio institucional