Mais do que troca de experiências sobre questões comuns a esses países, o encontro ambiciona estreitar os laços de cooperação entre as fundações para buscarem encaminhamentos práticos aos desafios impostos aos seus trabalhos. A comunidade de língua portuguesa, assim, busca trabalhar em conjunto, mantendo as peculiaridades que definem seus países.

Segundo a presidente do Conselho de Governança do GIFE, Denise Aguiar, vivemos em um contexto no qual o Brasil tem se projetado como ator global e muitas empresas nacionais ampliaram suas operações no exterior. “Abre-se a oportunidade de buscar uma forma diferenciada de inserção, que deve pautar-se pela valorização das experiências locais e pela construção de parcerias efetivas que conduzam a novas maneiras de promover o desenvolvimento social”, afirmou

Promovido pelo Centro Português de Fundações, Fundação Roberto Marinho e o GIFE, o encontro será realizado até hoje (13) no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, e em oficinas práticas em organizações no Rio de Janeiro, nos dias 14 e 15 de setembro.

“A base que move esses encontros (os anteriores ocorreram em Portugal, Cabo Verde, Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe) é fortalecer o movimento social entre os países de língua portuguesa. Essa é sua razão de ser”, definiu o presidente do Centro Português de Fundações, Emílio Rui Vilar.

Para ele, a dinâmica e o impacto dos encontros ultrapassam em larga medida o tempo e o espaço da sua realização. “Temos procurado que o sencontros se realizem alternadamente nos diferentes países da CPLP, sobretudo numa lógica de aprendizagem, para avaliar de que forma os diferentes contextos nacionais influenciam as estratégias de intervenção das fundações”, explicou.

Fazendo coro ao presidente do centro de fundações português, a embaixadora e assessora da área de Concertação Político Diplomática da CPLP, Alda Melo Santos, argumentou que a Comunidade tem firmado como um dos principais focos de atuação o “reforço à sociedade civil”. Isto é, que entre os desafios comerciais e diplomáticos no qual a CPLP se envolve, o fortalecimento da sociedade civil desses países é um ponto fundamental.

“As organizações sociais, aqui representadas pelas fundações, tem a possibilidade de atuar de maneira a liderar o processo de desenvolvimento social em diversos níveis. O encontro nos apresenta um oportunidade de criar os laços de solidariedade para enfrentar os desafios que vemos pela frente”, afirmou.

A partir de hoje, o encontro, que conta também com o apoio da Fundação Gulbenkian, Fundação Roberto Marinho, Instituto Camargo Corrêa e Fundação Odebrecht, será moldado por uma série de mesas de debates e trabalhos em grupo sobre as questões imprescindíveis nesse contexto. Isto quer dizer, fomentar e qualificar oportunidades de forjar parcerias setoriais ou inter-setoriais para fazer convergir esforços na busca de soluções mais adequadas e sustentáveis.

“Para o GIFE, como uma associação de institutos, fundações e empresas, esse Encontro abre a possibilidade de construção de novos vínculos, que pode também contribuir para o processo em curso de ampliação de sua presença internacional – compartilhando experiências e beneficiando-se do conhecimento de outras organizações”, garantiu Denise Aguiar.

Para Vilar, uma língua, qualquer que seja, deve ser encarada como um fator que reforça a identidade e a cultura daqueles que a falam. Tal como deve ser analisada em outras perspectivas, como, por exemplo, fator facilitador de acesso a bens públicos globais como o conhecimento, a saúde, segurança etc. Constitui-se, assim, como um fator de desenvolvimento. “A língua portuguesa assume, deste modo e a vários níveis, uma relevância estratégica inquestionável.”

A equipe do redeGIFE fará a cobertura do evento e trará, na próxima edição, todos os detalhes sobre as discussões e conclusões sobre o VII Encontro de Fundações da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Acompanhe no site do GIFE.

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*Rodrigo Zavala é editor de Conteúdo do GIFE.