Um levantamento de 2020 do IBGE aponta que o Nordeste apresenta um valor proporcional 47,9% da concentração da pobreza no Brasil. Já o Sudeste, é a região que mais contribui para as desigualdades no país, devido à concentração da renda. Ainda assim, de acordo com o Censo GIFE 2020, há uma concentração de iniciativas do terceiro setor no Sudeste.
Para a cearense Bia Fiuza, diretora institucional do Instituto de Música Jacques Klein, e conselheira do GIFE, existe muito capital no Nordeste. Mas, é preciso ofertar estrutura e ferramentas para que potenciais investidores aloquem seus investimentos sociais na região. Defende ainda que o investimento que vem do Sudeste seja 100% aplicado com profissionais da região. Outra percepção da diretora, é que a filantropia familiar e independente ainda é muito rara, assim como o grantmaking.
Para Mônica Rabelo, o crescimento do Investimento Social Privado (ISP) nas ações realizadas pelas organizações no Nordeste é incipiente. “Temos uma região que demanda muitas ações em diversas áreas, e que tem projetos, instituições com gestão, estratégia, planejamento. Temos condição de ampliar.”
Ticiana Rolim aponta que “no Nordeste, há somente 20% dos negócios de impacto do Brasil, o que não faz o menor sentido, tendo em vista o tamanho da região e o fato de sermos a que tem mais desafios sociais e ambientais.” A estratégia adotada pela Somos Um foi a criação do Zunne – Programa de Impacto, em parceria com a Yunus Negócios Sociais e a TRÊ Investimento para investir em negócios exclusivamente no Norte e Nordeste e mudar a rota do dinheiro.