No decorrer das décadas, a atuação da sociedade civil organizada tem assumido um espaço cada vez maior. “No começo, o trabalho do iCS era focado em mudança do clima, cidades e energia. Com o tempo e contexto brasileiro, o uso da terra, o desmatamento, proteger a biodiversidade e os recursos naturais se tornou cada vez mais relevante”, lembra Maria Netto.
Na linha do tempo dessa trajetória, a diretora ressalta a última gestão federal, período em que o desmatamento alcançou recordes. “Era um governo antagônico ao tema ambiental. O papel da filantropia foi manter as atividades das ONGs. Hoje, há consciência da importância da Amazônia para a economia. Passamos de um trabalho de resistência para construção. É mais complexo, mas importante a longo prazo.”
Para a representante da Fundação Avina no Brasil, Ana Carolina Lourenço, o período trouxe prejuízos pela tentativa de fazer um contraponto entre justiça social e distribuição de renda, com a questão climática, o bem-estar do ecossistema e o desmatamento. “Como se existisse uma contradição entre esses dois pólos.”
Virgílio Viana concorda, mas também observa que o interesse do investimento social privado (ISP) ainda é muito mais no sentido de debater a Amazônia do que um investimento em ações concretas.