Especialistas discutem como provocar transformações sociais a partir das novas tecnologias

Por: GIFE| Notícias| 27/09/2013

Aconteceu em São Paulo, no último dia 24 de setembro, o seminário Social Good Brasil, um evento dedicado a discutir as novas tecnologias e a inovação social. A anfitriã Carolina de Andrade, coordenadora do programa Social Good Brasil, abriu os trabalhos falando sobre a importância de criar um diálogo global em prol de soluções de problemas sociais.

“Assim como inovação social é o tema do nosso seminário, também é a grande pergunta que todos estão discutindo: como as inovações devem ser usadas para alcançar nossos objetivos até 2030?”, provocou Carolina.
Ao longo do dia, uma série de convidados -representando organizações sociais, movimentos populares e empresas- tentou responder à provocação, contando como tentam, em seu dia a dia, usar a tecnologia para engajar pessoas para atuar frente aos problemas sociais contemporâneos.
Kriss Deiglmeier, diretora do Centro de Inovação Social da Stanford University, presença internacional no evento, contou que há tempos observa os movimentos inovadores no Brasil e as boas práticas já exportadas para o mundo.
Segundo ela, uma boa ideia pode ganhar escala e ser replicável, desde que seja comprovadamente capaz de promover transformações relevantes. “Inovação social é ter novas ideias e habilidades para transformar questões mundiais, e é uma abordagem diferenciada, pois colocar a palavra social na frente de tudo não é suficiente para se ter uma mudança”, ressaltou.
O boom criativo na periferia
Em um dos painéis mais esperados, representantes de organizações e movimentos populares mostraram o potencial inovador e a força da articulação social na periferia.
A jornalista Aline Rodrigues, representante do Periferia em Movimento, de São Paulo, lembrou que, no Brasil, cerca de 60 milhões de pessoas vivem nas periferias urbanas. Segundo ela, apesar da grande massa, a representação dessa população nos veículos de comunicação se dá apenas sob o viés da violência.
Anderson França, conhecido como Dinho, idealizador da Dharma Agência, levou para o evento uma experiência inovadora: a criação de uma agência de propaganda feita e dirigida às pessoas que vivem em comunidades periféricas. Para ele, a periferia precisa se fazer ouvir.
Anderson comentou que a transformação social só acontece quando todos participam. Não existe fórmula pronta capaz de ser aplicada em uma determinada comunidade, se ela não é convidada a participar do processo da mudança. “Por que a periferia não é vista como parte integrante desta transformação social? Desconsideram os saberes da periferia.”
Caso parecido é o do Observatório de Favelas, que promove nas favelas cariocas o acesso a repertórios que, por anos, foi negado a essa população. A organização oferece cursos de qualificação profissional e acesso à cultura para pessoas de diversas idades.
Luis Henrique Nascimento, representante da organização, acredita em uma favela potente, criativa e solidária. “”Nossa inovação é querer produzir intelectuais na favela, através dos cursos de fotografia, publicidade e preparatórios para o mestrado e doutorado.””
Saiba mais
O Seminário Social Good Brasil é parceiro e faz parte da programação oficial da comunidade +Social Good, que reúne inovadores de mais de 120 países e realiza anualmente o Social Good Summit na semana das Nações Unidas em Nova York.
O evento contou com transmissão online e cobertura especial em seu blog.

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