Estatuto modernizado alinha atuação do GIFE a práticas internacionais

Por: GIFE| Notícias| 27/06/2005

MÔNICA HERCULANO
Repórter do redeGIFE

A mudança do Estatuto Social da rede GIFE foi um dos principais temas na agenda da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária da organização, ocorrida na última quarta-feira (22/6), em São Paulo. Dois pontos considerados chave do documento são a distinção entre governança e administração e a abertura do Conselho para representantes da sociedade civil organizada, não membros da rede, capazes de somar conhecimento aos dos associados.

Tendo em vista a criação de um conselho com perfil de governo e delegando ao nível executivo as atribuições de administração, o Conselho Diretor do GIFE passa a ser chamado Conselho de Governança. No novo modelo, caberá aos conselheiros a fixação das políticas, sem interferência nas escolhas gerenciais, que ficarão a cargo da equipe executiva. Assim, o novo Conselho atuará na avaliação do alcance dos fins institucionais, reduzindo o investimento de tempo nos meios, e o cargo máximo da equipe executiva deixa de ser de um diretor executivo, que passa a ser chamado de secretário geral.

Já a abertura do conselho a pessoas de fora do quadro que compõe a rede – representantes de diversos stakeholders -, sem torná-la compulsória, é uma ação inovadora e, de acordo com o consultor jurídico do GIFE e responsável pela redação do novo Estatuto, Eduardo Szazi, alinhada com as melhores práticas internacionais. “”Este é um modelo muito difundido nos EUA, uma demanda pós-11 de setembro, onde as organizações são cada vez mais chamadas a ser transparentes. Nada melhor do que o GIFE, uma organização pública, trazer para dentro de seu conselho pessoas que representam segmentos de fora da rede, para que se torne mais forte””, afirmou Szazi.

Seguindo a mesma linha e para permitir maior rotatividade, o mandato dos conselheiros foi reduzido de três para dois anos. “”Foi muito importante, para uma fase inicial da organização e para consolidar sua trajetória, a permanência do Conselho por três anos, com possibilidade de reeleição. Na medida que essa rede se amplia, o desafio se multiplica e o cenário se diversifica, a rotatividade é fundamental para a gestão””, explicou o presidente do GIFE e secretário geral da Fundação Roberto Marinho, Hugo Barreto.

Neste sentido, o novo Estatuto incentiva a criação de comissões de assessoramento temático, a serem compostas por pessoas com expertise e atribuições definidas em reunião do Conselho. Com isso, o atual Conselho Político-Estratégico deixa de existir formalmente e se funde com o Conselho de Governança.

Expansão territorial – Outro aspecto de destaque no documento é a eliminação das barreiras estatuárias para que o GIFE atue fora do Brasil. Isso quer dizer que o Conselho de Governança poderá aprovar a filiação de organizações com sede em outros países e a participação do GIFE em articulações de caráter intercontinental.

Para Francisco Tancredi, diretor regional para América Latina e Caribe da Fundação Kellogg e presidente da comissão eleitoral dos novos conselhos do GIFE, a partir do momento em que se convida membros externos para o Conselho de Governança e não se limita a atuação às fronteiras do Brasil, prepara-se o GIFE para, realmente, cumprir sua vocação de ser referência na América Latina. “”Hoje, quando aprovamos o novo Estatuto, vivemos um marco. Ele tem uma grandeza, de olhar mais amplo. Quando uma organização se filia ao GIFE, devemos ter de um lado a expectativa de receber vários serviços e, do outro lado, clareza de que estamos contribuindo para uma causa, a causa do investimento social privado, o aperfeiçoamento e a difusão deste conceito.””

Primeira presidente do GIFE e membro da chapa aprovada para compor o novo Conselho de Governança da organização, Evelyn Ioschpe, diretora-presidente da Fundação Iochpe, lembrou que o GIFE tem este nome porque quando teve início era, de fato, um grupo que se reunia para discutir o terceiro setor. “”Tínhamos necessidade da troca de experiências, visto que era um movimento bastante recente, pouca gente sabia o que era terceiro setor. Até chegar no conceito de investimento social privado, foi uma caminhada considerável, e não conheço nenhum outro movimento social que tenha crescido com tamanha vitalidade, em tão curto espaço de tempo””, declarou.

Segundo ela, comemorar os 10 anos do GIFE (que, contando com o período de informalidade do grupo, já são 15) é recontar a história do investimento social privado no Brasil desde os seus primórdios. “”Quando as utopias que alimentaram o povo brasileiro nas últimas décadas estão à beira do abismo, olhar para este desenvolvimento é, no mínimo, alentador. Para mim é, de fato, emocionante.””

Na elaboração da proposta do novo Estatuto também foram identificados critérios como simplificação de textos, reunião de documentos e adaptação para possibilitar a qualificação do GIFE como Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). Clique aqui para ler a íntegra do documento.

A Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária aconteceu no JPMorgan e foi presidida por Ana Toni, representante da Fundação Ford no Brasil, e Luís Norberto Pascoal, presidente da Fundação Educar DPaschoal.

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