Estudo prova influência da educação no desenvolvimento econômico

Por: GIFE| Notícias| 11/09/2006

Rodrigo Zavala

Por que o Brasil cresce economicamente em níveis tão baixos se comparado a países em similar grau de desenvolvimento, como os seus pares na América Latina ou a China e a Índia? A questão foi o cerne da Avaliação da Economia do Conhecimento no Brasil, cujos resultados preliminares foram divulgados pelo Banco Mundial.

Na prática, trata-se de um benchmarking do Brasil com 128 países, incluindo China, Coréia, Chile, Argentina, Colômbia e países-membros da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “”O objetivo foi responder por que o Brasil se desenvolve em níveis mais baixos em comparação a outros países em igual situação””, afirma Alberto Rodriguez, especialista em educação responsável pelo estudo.

Segundo a avaliação, comparativamente, não há como alegar que o Brasil não cresce apenas por questões macroeconômicas ou por um sistema de inovações.

A melhoria da eficiência e da efetividade geral do ensino e dos sistemas de treinamento, atrelado a uma aproximação da academia ao setor industrial, são os caminhos indicados pelo banco. Isto é, a melhoria da educação brasileira em prol de um modelo de desenvolvimento.

Para entender como os pesquisadores chegaram a essa conclusão é preciso rever a metodologia do estudo, que estabeleceu quatro pilares da Economia do Conhecimento (EC) como parâmetros para o desempenho do Brasil: Regime Econômico e Institucional (REI), Educação, Inovação, Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC). “”Foram 80 variáveis fundamentais que agregaram esses temas””, explica Rodriguez.

Segundo o banco, entre os principais elementos da revolução do conhecimento incluem: maior codificação do conhecimento e desenvolvimento de novas tecnologias; ligações mais estreitas com a ciência (maior taxa de inovações e ciclos de vida de produtos mais curtos); dar mais importância na educação e na especialização da força de trabalho e no aprendizado contínuo; maior transferência de tecnologia (fluxos de licenciamento internacional); maior investimento em elementos abstratos (pesquisa e desenvolvimento, educação, software), que seja maior que os investimentos em Capital Fixo na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE); e novas mudanças na demanda de qualificações do mercado de trabalho.

“”Em quase todas essas questões, o Brasil se encontra em uma situação similar ou melhor do que os países com o mesmo grau de desenvolvimento. No entanto, na questão educativa, o país está em defasagem. Isso é um dos caminhos que explica porque a China tem um crescimento de 9%, a Índia a 8% e o Brasil não vai chegar a 3% este ano””, afirma Rodriguez.

A argumentação do especialista se baseia nas práticas de educação pública nos dois países. Enquanto a China investiu no ensino básico e técnico, a Índia desenvolveu um ensino superior de ponta para qualificação de mão-de-obra especializada. “”O primeiro basicamente copia a tecnologia e fabrica a baixo custo. Por isso, quando um equipamento é criado em outro país, em um ano, é possível comprá-lo mais barato vindo da China. A Índia apostou em um modelo distinto, para a geração de novas tecnologias. No entanto, seu ensino se tornou elitista””, crê.

Veja os resultados preliminares da Avaliação da Economia do Conhecimento no Brasil

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