A cidade do Rio de Janeiro será palco para mais uma edição do Seminário Internacional de Avaliação, uma iniciativa das Fundações Itaú Social e Roberto Marinho, com apoio das Fundações Maria Cecília Souto Vidigal e Santillana e parceria técnica com as organizações MOVE e COMEA. O evento, que acontece no dia 6 de agosto, tem como tema central a avaliação do Investimento Social Privado (ISP).

A participação no seminário é gratuita e as inscrições podem ser feitas no site da Rede de Avaliação Econômica de Projetos Sociais. A programação do evento destaca a participação de Tessie Catsambas, presidente da EnCompass LLC. A especialista centrará sua apresentação em estratégias avaliativas que contribuem para o impacto positivo das organizações.

Em outra oficina, Patricia Rodgers, professora da RMIT University, falará sobre como diferentes tipos de avaliação podem ser usadas para a elaboração, implementação e revisão de estratégias organizacionais. Simultaneamente, na Oficina 3, Thomas Cook, professor da Northwestern University, trará casos de estudos randomizados para examinar a efetividade de intervenções sociais.

No período da tarde, os três especialistas se reúnem em plenária para debater processos de avaliação e impacto na estratégia organizacional. Na sequência, Eduardo Marino, da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Isabel Santana, da Fundação Itaú Social e Mônica Dias Pinto, da Fundação Roberto Marinho, apresentam aprendizados de experiências brasileiras.

Avaliação em pauta

Empresas, institutos e fundações, cada vez mais, têm investido recursos no desenvolvimento de ferramentas e metodologias de avaliação. O tema tem ganhado relevância nos últimos anos e, a partir disso, mais informações de qualidade sobre o investimento social privado têm sido geradas, apontando a efetividade dos projetos e programas realizados.

“É crescente a demanda e o reconhecimento da avaliação como uma ferramenta importante para o aprimoramento das ações sociais, como temos visto em pesquisas recentes. O censo do GIFE nos apontou isso. Já não é mais necessário lutar pela causa da avaliação ou destacar sua importância, pois ela já foi reconhecida. Um grande desafio no campo social é ser capaz de realizar avaliações úteis e relevantes que respondam com propriedade aos desafios impostos pelo programas e projetos sociais”, explica Antonio Bara Bresolin, coordenador da área de Avaliação Econômica de Projetos Sociais da Fundação Itaú Social.

Apesar dos avanços, especialistas costumam afirmar que ainda existe um longo caminho a percorrer. A discussão atual se volta para como aplicar metodologias e ferramentas eficientes de avaliação. A publicação do último Seminário Internacional de Avaliação aponta que “As organizações vêm estudando o impacto de suas iniciativas, mas são muitas as inquietações emergentes ao longo do processo de definição de modelos de avaliação, formulação de perguntas, escolha de metodologias, elaboração de relatórios, apresentação de resultados e, posteriormente, utilização das informações em benefício dos projetos.”

De acordo com o documento, os processos de avaliação devem ter como objetivo mensurar o impacto na dinâmica do programa ou projeto que avaliam, sendo capazes de exercer influências mais ou menos sutis em seus destinos; inspirar confiança técnica e compromisso político nos principais atores interessados, ou stakeholders, apoiando diálogos, descobertas, reflexões e produção de saberes; e respeitar e zelar pela integridade cultural, ética e moral dos sujeitos e organizações envolvidos na avaliação, sem com isso se furtarem a apontar bons e maus resultados, acertos e erros, falhas, acidentes e limites.

Bresolin comenta ainda que existem grandes desafios a serem superados, diversas boas práticas, mas não uma resposta ou receita única sobre esse modo de fazer. “É essencial, sobretudo, que a decisão de avaliar um projeto tenha um claro alinhamento com os valores e princípios da organização. Com base nisso, é possível construir a relevância e obter respostas alinhadas com o que se pretende avaliar”, explica.

Outro desafio contemporâneo, frente a esse cenário, é a qualificação dos gestores dos programas e projetos sociais no processo de condução da avaliação – apesar da crescente profissionalização do terceiro setor. “É preciso desenvolver habilidades e competências para gerir um processo avaliativo com conhecimento necessário e saber demandar uma avaliação relevante, útil e que subsidie a organização para tomada de decisão”, conclui o coordenador da Fundação Itaú Social.

Novidades para 2014

O coordenador da área de Avaliação Econômica de Projetos Sociais da Fundação Itaú Social, Antonio Bara Bresolin, comenta que o tema está, há muito tempo, no radar da Fundação. “A avaliação é um instrumento fundamental para qualificar e aprimorar o investimento social realizado pelas organizações públicas e privadas, verificar a efetividade das iniciativas e seu impacto social. É uma ferramenta essencial que orienta as escolhas da Fundação Itaú Social em relação ao investimento social e aos resultados alcançados.”

Ele explica que o evento é mais uma ação para agitar o setor para a importância do assunto. “Este seminário, desenvolvido com a Fundação Roberto Marinho, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, MOVE, COMEA e Fundação Santillana, é mais uma iniciativa para disseminação da cultura e da prática da avaliação, já adotada internamente, voltada para outras organizações que atuam com investimento social privado.”

Bresolin destaca a participação dos palestrantes internacionais no evento e o formato do evento, dividido em dois momentos principais. “Na parte da manhã teremos três oficinas concomitantes em que os participantes poderão escolher um dos temas acima para discutir e se aprofundar nas questões trazidas por cada palestrante. No período da tarde, os palestrantes debaterão sobre avaliação e a estratégia organizacional em plenária. Esses conteúdos serão sistematizados gerando uma publicação que será distribuída para os interessados no tema, associados do GIFE e outros atores que atuam com o investimento social privado.”

As Fundações Itaú Social, Roberto Marinho e Maria Cecília Souto Vidigal são associadas GIFE