Eventos literários chamam a atenção para a importância de promover a cultura da leitura no Brasil

Por: GIFE| Notícias| 18/08/2014

Terminada a FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), evento que mobiliza o país – e o universo literário global – para o tema da leitura e produção literária, é hora de manter o debate aquecido sobre a importância de promover o hábito da leitura entre crianças, jovens e adultos brasileiros. A agenda voltada para esse tema continua quente: entre 22 a 31 de Agosto acontece a 23a Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Mais uma oportunidade para falarmos sobre como formar uma nação de leitores.

Os números sobre o consumo e a produção literária no Brasil não são muito animadores. De acordo com a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil 2011”, entre 2009 e 2011, houve uma queda de 9,1% no universo de leitores no país, enquanto a população cresceu 2,9% no mesmo período. Outro dado, do Instituto Pró-Livro (2011), indica que os adolescentes brasileiros têm, no máximo, 10 livros em casa. Um cenário crítico, mesmo com as boas notícias apontadas pelo Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional (Inaf) sobre os avanços nos níveis básicos de alfabetização no país e o aumento no número de bibliotecas em nossos municípios.

Olhando para países com indicadores socioeconômicos similares aos brasileiros, estamos em desvantagem. A máxima de que o “Brasil é uma terra de poucos leitores” parece se confirmar – ao menos a partir da leitura desses dados. Contudo, esse cenário também sugere diversas oportunidades para virar o jogo. Nesse sentido, empresas, institutos e fundações têm criado projetos e se apoiado em políticas públicas para fortalecer uma ação coletiva em prol da educação e da cultura da leitura no país.

Historicamente, as Organizações Globo, maior conglomerado de mídia do Brasil, tem adotado o tema educação como base de seu investimento social empresarial. Por meio de uma série de iniciativas, a empresa busca usar sua própria estrutura para promover a causa. “Agimos com a força de nossos ativos para promover uma mobilização em torno do tema e disseminar informações sobre um assunto tão importante. A educação é nossa grande causa dentro da agenda de responsabilidade social”, explica a diretora de responsabilidade social, Beatriz Azeredo.

Além de iniciativas já consagradas, como o Criança Esperança, que apoia organizações que atuam com crianças e jovens brasileiros, a Rede Globo iniciou em 2013 uma ação, chamada internamente de “360 graus”, para promover o tema educação e, em especial, fortalecer a cultura da leitura em nosso país. Pautado em quatro eixos – entretenimento, jornalismo, ações presenciais e campanha em vídeo –, esse trabalho promoveu uma grande força-tarefa dentro da companhia.

Em junho desse ano, aproveitando o período de férias escolares, a emissora lançou o filme ‘Quem lê viaja’, veiculado na grade diária de seus canais. Desde de 30 de junho, já foram mais de oito mil inserções, nos intervalos de programas que contam com a audiência de milhares de brasileiros.

Em paralelo ao filme, diversas outras ações foram encampadas. “repassamos ao jornalismo dados e pesquisas sobre a questão, o que tem resultado em um aprofundamento das reportagens sobre educação e seus subtemas. Já foram mais de 46 matérias sobre leitura, somente nesse período. Além disso, vamos a campo com ações presenciais. Nesse ano, contamos com um estande na FLIP, tivemos um ônibus circulando o Rio de Janeiro com ações voltadas à promoção da leitura e participamos de diversos eventos em comunidades locais. Aproveitamos o gancho da feira e levamos a campanha de leitura para diversos espaços e ambientes”, explica Beatriz.

A ideia, segundo a diretora, é fazer uma costura entre diversas plataformas para promover um grande diálogo. Toda a campanha conta, além do trabalho da própria equipe envolvida com o investimento social dentro da empresa, com a participação voluntária do elenco de atores e de personalidades do jornalismo e do entretenimento da emissora.

“Além de ampliar o efeito do nosso trabalho, esse modelo de ação é pedagógico para dentro da empresa. Dessa forma, constitui-se um espaço de co-criação dentro da organização, fortalecendo articulações e alianças internas. Vejo um potencial enorme nessa forma de tratar o investimento social. É um trabalho que permeia todo o processo produtivo da empresa e torna todo o esforço mais potente.”

Leitura, educação e cidadania

Outra organização comprometida com a educação para a cidadania, incluindo iniciativas voltados à promoção da leitura é a Fundação Educar DPaschoal. Ao completar 25 anos de atividade em 2014, a fundação coleciona bons resultados em diversos programas e projetos e reforça sua atuação no campo da educação.

Entre os esforços voltados para a promoção da leitura, a principal iniciativa é o projeto Leia Comigo!, que nasceu em 2000. A proposta é editar, produzir e distribuir livros infantis para a rede pública de educação com o objetivo de estimular a leitura como ferramenta de promoção da educação e da construção da cidadania. Nesse sentido, os conteúdos estão alinhados a quatro pilares da UNESCO: Aprender a Ser; Aprender a Conviver; Aprender a Aprender; e Aprender a Agir. Toda a distribuição do material é gratuita.

Os números acumulados nos últimos 14 anos de atividade do projeto impressionam. A Fundação Educar já distribuiu mais de 35 milhões de livros, em 25 estados brasileiros, e publicou aproximadamente 250 títulos. O número de pessoas beneficiadas, indicado pelos próprios solicitantes, soma um total de 1,2 bilhão de pessoas entre adultos, crianças e idosos.

Além da produção e distribuição de livros, o projeto investe na formação de mediadores de leitura. “O Leia Comigo! acredita que um mediador de leitura pode impulsionar a aprendizagem e o gosto pelos livros. Por isso, investe no desenvolvimento de metodologia de contações de histórias. Em 2012 foi lançado o primeiro vídeo com dicas de como contar uma história de forma lúdica e encantadora, o que estimula a criatividade, a imaginação e o gosto pela leitura. A proposta é desenvolver metodologias simples, acessível a qualquer pessoa”, explica Cristiane Stefanelli, coordenadora Fundação Educar DPaschoal.

Projetos como esse ajudam a transformar um cenário nacional bastante crítico. Cristiane lembra dados da movimento Todos Pela Educação (De Olho nas Metas 2011) e da pesquisa do Instituto Pró-Livro “Retratos da Leitura no Brasil”. De acordo com as sondagens, o brasileiro começa a ler, em média, quarto livros por ano, mas conclui somente dois. Além disso, 51% dos brasileiros não está lendo ou não lembra o nome do último livro que leu.

Transformar essa realidade, de acordo com a coordenadora da fundação, é um desafio e um compromisso que deve ser de todos. “Para mudar esse cenário é fundamental investir na educação, na escola e no educador. Desde bem pequeninas, as crianças precisam se apaixonar pela leitura e isso é possível através do estímulo. Fundações, institutos e escolas podem contribuir a partir de projetos que incentivem a leitura e compartilhando ferramentas voltadas para os mediadores de leitura.”

Para celebrar os 25 anos de trabalho da Fundação Educar DPaschoal e seu compromisso com a educação, a organização está promovendo uma palestra com o professor Mario Sérgio Cortella, dia próximo dia 9 de setembro, no Teatro Iguatemi, às 18h30, em Campinas. “É uma forma de agradecimento para a cidade que tão gentilmente nos acolhe e acredita em nosso trabalho”, conclui Cristiane.

 

A TV Globo e a Fundação Educar DPaschoal são associadas GIFE

 

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