Eventos mostram interesse internacional em investimento social brasileiro

Por: GIFE| Notícias| 20/06/2013

Neste semestre, o GIFE participou de dois dos principais encontros sobre investimento social global, a Conferência Anual do Council on Foundations (COF), realizada em abril, em Chicago (EUA), e a Conferência Anual do European Foundation Centre (EFC), que este ano aconteceu em junho, em Copenhague (Dinamarca). O GIFE considera que estes eventos são espaços para a construção e acompanhamento das principais tendências do investimento social global, oferecendo oportunidade relevante para associações e investidores compartilharem desafios e discutirem soluções a problemas comuns.

Segundo o secretário-geral do GIFE, Andre Degenszajn, as conferências possibilitam a organizações participantes refletirem sobre a sua própria atuação a partir da exposição a práticas e discussões que estão direcionando o investimento social privado em diferentes países. Assim, é uma maneira de compartilhar desafios e buscar inovações que contribuam para a qualificação do setor.

O GIFE, que há três anos têm mobilizado delegações brasileiras para esses eventos, também fortalece o relacionamento dos associados com seus pares internacionais, criando uma via de mão dupla de conhecimento.””A participação nesses eventos e as interações com outros atores são fontes contínuas de aprendizado e de ideias, contribuindo para a renovação e fortalecimento de iniciativas, como o Congresso GIFE, que hoje figura entre os principais encontros globais no setor”, completou o secretário-geral.

No último encontro do COF, por exemplo, o GIFE organizou a sessão “GIFE Reception – The Brazilian Way: Perspectives on Social Investment in an Ever-Changing Context”, na qual associados fizeram uma reflexão sobre sua atuação, discutindo as especificidades e desafios do investimento social privado no Brasil. A mesa foi composta por representantes do Banco JP Morgan, Fundação Roberto Marinho, Grupo Pão de Açúcar e o Instituto Estre, com mediação do GIFE.

“Cada vez mais o Brasil é objeto de interesse internacional e, com as delegações brasileiras, o GIFE cria espaços para que os associados levem nossas discussões e deem visibilidade a nossa atuação. É um ótimo espaço de aprendizado e relacionamento para os investidores brasileiros”, afirmou Degenszajn.

Novos temas
Este ano, a Conferência Anual do European Foundation Centre abordou o tema “Cidades sustentáveis – Fundanções e nosso futuro urbano”. Além de apontar a relevância global do tema, é uma questão particularmente crítica, evidenciada por movimentos como a rede Cidades Sustentáveis ,presente no evento, e, mais recentemente, pelas mobilizações que tomaram as ruas de cidades brasileiras nos últimos dias.

No evento, cerca de 500 investidores sociais se reuniram para discutir o papel que o setor pode e deve desempenhar para garantir um futuro urbano sustentável. Outro aspecto de particular interesse à realidade brasileira, é o conceito de “catalytic philanthropy”, desenvolvido pelo professor Mark R. Kramer e apresentado em uma das plenárias.

O americano, criador também do conceito de valor compartilhado, defende que os investidores sociais não devem apoiar com recursos as organizações que executam os projetos, mas buscar elas mesmas dedicarem-se a resolver os problemas sociais relevantes. Sua visão sobre o papel das fundações é explorado em seu artigo, publicado originalmente em 2009 (em inglês).

“A discussão nos interessa particularmente pelo fato de nos provocar a pensar quais são as estratégias mais efetivas para os investidores sociais em um contexto em que a prática de grantmaking ainda não está consolidada.”, explicou Degenszajn.

Dentre os desdobramentos das discussões internacionais, nota-se uma inquietação na Europa e Estados Unidos sobre o papel das associações. Há uma tendência de deslocamento para uma atuação mais representativa e de incidência política, e não apenas como prestadores de serviços.

Exemplo desta reflexão pode ser lido na entrevista da nova CEO do Counicil on Foudations, Vikki Spruill, concedida à Revista Alliance (edição junho), especializada em filantropia global e parceira de conteúdo do GIFE. Mais do que a atuação dos investidores, faz consideração importantes sobre a reorganização do papel das associações como representações globais em busca de maior efetividade.

Ao citar o GIFE como parceiro estratégico nesse novo momento, Vikki acredita ser vital para a filantropia as conexões com outras associações de investidores. Ao comentar a entrevista, o executivo do EFC, Gerry Salole, menciona a necessidade das relações estreitas das associações internacionais para um melhor desenvolvimento de seus papéis. “Queremos aumentar nossos membros de forma diversificada, não apenas entre os investidores sociais”, explicou Salole.

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