Expectativa quanto ao investimento social supera interesse em conhecer projetos

Por: GIFE| Notícias| 26/09/2005

Estudo inédito realizado pela empresa de consultoria internacional Market Analysis, o Monitor de Responsabilidade Social identificou que a maioria dos entrevistados (68%) não pensaram em punir uma empresa que não considerassem socialmente responsável, e apenas 15% efetivamente o fizeram. Foram entrevistadas 800 pessoas, entre 16 de novembro e 30 de dezembro de 2004, em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Salvador (BA), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e Brasília (DF).

A pesquisa é realizada anualmente em mais de 20 países, com o objetivo de identificar como a população percebe as ações de responsabilidade social das empresas, o grau de interesse e influência que esse tema desperta. Além disso, busca reconhecer os públicos mais pró-ativos e suscetíveis à mensagem de responsabilidade social corporativa e as oportunidades e limitações da comunicação das empresas e de suas ações nessa área.

O diretor geral da Market Analysis, Fabián Echegaray, defende que toda conduta, para que se torne hábito, precisa se estabilizar e se transformar em rotina. Ao longo do tempo, diz ele, essa estabilidade se reflete entre os consumidores dispostos a fazer valer sua influência para obter compromissos de responsabilidade social das empresas. “”Há um hábito consolidado numa parcela importante da sociedade. Os que já pensaram em punir, embora não o tenham feito, indicam que outra parcela importante pode se converter rapidamente em um consumidor pró-ativo e consciente.””

Luiz Fernando Garcia, diretor nacional do curso de comunicação da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), aponta para o fato de que, apesar de não ser uniforme a tendência a punir empresas que não sejam consideradas socialmente responsáveis, ela tende a ser crescente. “”Até pouco tempo, este número era muito pequeno e hoje já significa 15%. Pense em uma empresa que, de uma hora para outra, perdesse 15% de suas vendas. É um número significativo””, explica. Além disso, segundo ele, esses certamente serão formadores de opinião e multiplicarão esse número.

O Monitor de Responsabilidade Social constatou que, a cada ano, cresce a expectativa por uma postura mais ativa das empresas frente à resolução de problemas sociais (de 65% em 2002, para 88% em 2004). Isso se deve principalmente, segundo Echegaray, à maior exposição do assunto na mídia e à própria promoção de iniciativas de responsabilidade social pelas empresas. “”Tudo isso gera expectativa que, aos poucos, não tardará em se converter em exigência. Surgirá uma visão normativa das ações de responsabilidade social pelas empresas.””

O interesse em conhecer os projetos também aumenta, no entanto, numa proporção bastante inferior (de 75% em 2002, para 78% em 2004). “”Isso indica que tais iniciativas, até agora tomadas pelas empresas, não chegaram a despertar tanta curiosidade ou ser entendidas como tendo resultados concretos e visíveis. A atenção é levemente inferior à expectativa. Porém, na hora em que existir uma atenção maior, a cobrança de que a expectativa se converta em resultado concreto será automática””, explica Echegaray.

A próxima etapa do Monitor de Responsabilidade Social começará na segunda quinzena de outubro. Empresas interessadas em participar do estudo podem entrar em contato pelo e-mail [email protected].

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