Começou na última sexta-feira (2/8) e vai até o próximo domingo (11/8), em São Paulo (SP), a Exposolidária 2002. A feira é realizada pela Associação Tertio Millennio e reúne mais de 100 entidades que estão apresentando seus projetos sociais ao público. Isabel Castilho, diretora do evento, fala ao redeGIFE sobre a proposta da feira.

redeGIFE – Desde quando a feira acontece?
Isabel Castilho – É o primeiro ano em que a feira acontece nestas proporções. Na verdade, ela é uma extensão da 1ª Feira de Promoção do Voluntariado, que aconteceu no ano passado e reuniu mais de 7.500 pessoas.

redeGIFE – E quais as diferenças da feira do ano passado para essa?
Isabel – Neste ano resolvemos fazer um evento que abrangesse não só o voluntariado, mas o terceiro setor em geral, com mais participantes. Nas visitas que fizemos no ano passado percebemos que as empresas também tinham trabalhos ótimos que precisavam ser divulgados. Além disso, o governo também deveria estar junto, para que houvesse um intercâmbio entre os três setores. Aqui temos 96 organizações não-governamentais, cinco empresas, a prefeitura de São Paulo, a Secretaria de Assistência Social, o Projeto Banco de Alimentos e outras instituições governamentais.

redeGIFE – Como foi feita a busca de apoiadores?
Isabel – O espaço da Bienal foi cedido pela prefeitura e pela própria Fundação Bienal. Além disso, houve uma busca por parceiros para troca de serviços, afinal, a temática da feira é a solidariedade. Tivemos empresa de serviços gráficos que patrocinou o material de divulgação impresso, agência de publicidade que fez a campanha e conseguiu espaço gratuito para a promoção do evento, empresa de seguros e banco. Toda a organização da feira foi feita por voluntários, inclusive várias organizações não-governamentais ajudaram a cadastrar as pessoas para trabalhar no evento. Conseguimos mais de R$ 300 mil reais em serviços.

redeGIFE – Existe uma seleção dos projetos que são apresentados na feira?
Isabel – Fizemos o convite para mais de 500 instituições. O evento foi aberto para todas elas, não existiu uma seleção. Apenas era necessário pagar uma taxa de inscrição simbólica.

redeGIFE – É pedido para que as pessoas que vão visitar a feira levem um quilo de alimento não-perecível ou um agasalho. Ao mesmo tempo, estão sendo vendidos produtos das organizações. O que será feito com essas doações e com o que for arrecadado com as vendas?
Isabel – O que é arrecadado na entrada será doado para o Banco de Alimentos de São Paulo, que distribuirá nos albergues da cidade. Já o valor das vendas vai para as próprias instituições que estão apresentando seus produtos.

redeGIFE – Existem universidades participando também. Com foi a inclusão delas?
Isabel – As universidades participantes são aquelas que têm cursos voltados ao terceiro setor e estão apresentando ao público. Quem fez o contato foi a Fundação Getúlio Vargas, que também trouxe a livraria com publicações sobre o setor.

redeGIFE – Também está sendo feita uma pesquisa sobre o perfil do voluntário. Ela deve ser utilizada como fonte de estudos mais aprofundados sobre o tema?
Isabel – Na verdade essa pesquisa já foi feita na Feira do Voluntariado, no ano passado, e agora deve ser mais comparativa. Com ela, pretendemos obter dados que informem, por exemplo, a evolução da feira e se as pessoas que vêm aqui estão saindo com novas posturas a respeito da questão social. Toda a formulação da pesquisa também foi feita por voluntários da área e a idéia é publicar os dados, mas esse foi um apoio que nós ainda não conseguimos.

redeGIFE – Existe a proposta de realizar o evento em outras cidades e outros estados?
Isabel – Na realidade o que pretendemos é organizar um manual de assessoria para que outras prefeituras realizem a Exposolidária em suas cidades. O trabalho agora seria prestar consultoria para que a idéia abranja o maior número de pessoas em todo o país, mas nosso trabalho de organização deve ser feito só em São Paulo mesmo, até porque pretendemos fazê-lo todos os anos.