A Fundação André e Lucia Maggi (FALM) oficializou a parceria com associações da agricultura familiar da região de Itacoatiara (AM), que fazem parte do projeto piloto Cultivando o Futuro. Trata-se de uma iniciativa voltada para o fornecimento e abastecimento local de alimentos, com o objetivo de integrar pequenos produtores e contribuir para o acesso a mercados inclusivos.

As assinaturas dos termos de parceria ocorreram em janeiro deste ano, contemplando as seguintes organizações: Associação Agropecuária dos Produtores Rurais Indígenas e Não Indígenas do Ramal Fortaleza Mura (ASAPRIFM); Associação dos Produtores Rurais da Comunidade Monte Cristo; e Associação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Artesãs e da Agricultura Familiar do Baixo Arari (Asta).

Em 2022, a partir do apoio de uma consultoria parceira e das áreas de Suprimentos, Sustentabilidade e Recursos Humanos da AMAGGI, foi realizado um diagnóstico preliminar com cada uma delas, a fim de compreender suas particularidades e necessidades locais e de iniciar um processo participativo visando seu fortalecimento organizacional.

No médio prazo, espera-se que as organizações possam fornecer alimentos para o refeitório da AMAGGI em Itacoatiara, que comporta cerca de 300 funcionários. Posteriormente, o intuito é ampliar o fornecimento e abastecimento local para outros mercados da região. O projeto ainda possui o componente de diversidade, beneficiando comunidades ribeirinhas, lideranças femininas, jovens e indígenas.

Importância e próximos passos

Nos próximos meses, haverá um aprofundamento no diagnóstico do território e também na avaliação de cada empreendimento, com apoio à realização de uma assessoria técnica gerencial às associações. Além disso, a FALM realizará outros levantamentos locais, a fim de destinar recursos financeiros para apoiar as associações na superação de desafios, como a aquisição de insumos.

De acordo com a Analista de Projetos, Ana Kanoppa, “com esse projeto, unificamos dois dos principais desafios na agricultura familiar: primeiro, o acesso a mercados, com a possibilidade das associações virem a fornecer produtos ao restaurante; e segundo, o fortalecimento institucional por meio de capacitações, formação e mentorias em práticas de gestão. Querermos contribuir para a valorização dessa área, pois os agricultores familiares são imprescindíveis para economia e para a nossa segurança alimentar”.

Conheça as associações parceiras

ASAPRIFM

A Associação Agropecuária dos Produtores Rurais Indígenas e Não Indígenas do Ramal Fortaleza Mura (ASAPRIFM) é uma associação indígena de base comunitária e está localizada na Terra Indígena Rio Urubu.

Fundada em 2010, hoje conta com 35 famílias engajadas na produção e comercialização coletiva. Alguns dos principais alimentos produzidos e comercializados são: frutas como abacaxi, melancia, banana e polpa de cupuaçu, macaxeira e hortaliças como alface e couve.

Para o presidente da Associação e liderança indígena, o tuxaua Ralili Almeida de Carvalho, a parceria é uma oportunidade para buscar soluções e oportunidades à Terra Indígena. “Pra mim é uma felicidade enorme poder ter pessoas [como a equipe da FALM], trazendo melhorias para o nosso povo. É algo muito bom pra nós e é um orgulho muito grande poder participar disso”.

Monte Cristo

Localizada na região do Rio Arari, a Associação dos Produtores Rurais da Comunidade Monte Cristo realiza atividades de produção e comercialização de produtos da agricultura familiar desde 2013.

Além disso, promove a organização e a participação social, por meio de ações voltadas ao desenvolvimento sustentável e à autonomia socioeconômica das 27 famílias associadas. Assim como a ASAPRIFM, produz frutas e hortaliças, bem como farinha de mandioca.

De acordo com Rodrigo Pinheiro, da Monte Cristo, “esse projeto mostra que vocês também estão pensando no pequeno produtor para melhorar a nossa qualidade de vida. Às vezes a gente produz e não tem pra quem vender, e quando vende, vende barato, então esse projeto vem pra melhorar pros dois lados. Para nós, é uma vitória muito grande”.

Asta

Desde 2005, a Associação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Artesãs e da Agricultura Familiar do Baixo Arari (Asta) existe com o objetivo de comercializar biojoias, artesanato em cerâmica e alimentos agroecológicos.

A Asta trabalha também com ações voltadas ao manejo sustentável do pirarucu, quelônios e abelhas nativas. Segundo a liderança da Asta, Dona Maria do Socorro da Silva, o projeto permitirá um maior fortalecimento da Associação.

“Será uma vitória muito grande para a ASTA, porque vamos poder vender nossas hortaliças e legumes para o refeitório da AMAGGI. Com isso, a gente pode chegar também até os mercados internos, porque essa também é a função da Asta: trabalhar para a melhoria dos associados e para o aumento da renda de cada um”.

Sobre a FALM

A Fundação André e Lucia Maggi (FALM) é uma instituição sem finalidade econômica e responsável pela gestão do Investimento Social Privado da AMAGGI. Criada em 1997, a FALM contribui para o desenvolvimento local de pessoas e comunidades, por meio de ações focadas em temas centrais, como agricultura familiar, qualificação profissional e empregabilidade, empreendedorismo e fortalecimento de organizações sociais.