Falta preparo para jornalistas e líderes de organizações
Por: GIFE| Notícias| 19/11/2001É comum ouvir durante palestras e cursos sobre comunicação no terceiro setor organizações e jornalistas trocando acusações sobre problemas na cobertura das ações sociais.
Muitas entidades afirmam que a imprensa é insensível aos projetos e está sempre em busca de números, sem considerar que a transformação da sociedade nem sempre pode ser medida. Já os jornalistas afirmam que as organizações não possuem informações objetivas sobre suas ações e nem sempre sabem selecionar bons fatos.
Para a jornalista Sandra Mara Costa, os dois lados cometem exageros nas críticas. “”Apesar de isto estar mudando, muitas organizações ainda não têm conhecimento da dinâmica do jornalismo e acabam sugerindo pautas que nem sempre são viáveis. Em razão do envolvimento emocional que têm com suas ações, elas sempre acham que possuem os melhores projetos do mundo e que a imprensa tem por obrigação divulgar.”” Mas ela também não poupa críticas aos repórteres. “”Muitas vezes os jornalistas estão apegados a números. Porém, nem sempre um projeto que atendem 100 mil crianças é melhor daquele que atende mil””, lembra.
O principal problema, segundo Sandra Mara Costa, é que há um despreparo de ambas as partes. “”As fontes geralmente não sabem lidar com os jornalistas. Muitas vezes são subjetivas e não sabem dizer como seu projeto se encaixa no contexto maior de transformação da realidade social. Já os profissionais da mídia são pouco preparados e questionam pouco as organizações. Elas não as provocam para que dados objetivos sejam mostrados””, analisa.
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