Com as atuais tendências, o objetivo das Nações Unidas de reduzir para a metade o número de pessoas que passam fome no mundo não será alcançado em 2015, mas sim no ano de 2150″”. A opinião que causou polêmica na ONU foi dada por Jacques Diouf, secretário geral da FAO, Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, na última semana.

Durante sua intervenção na II Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, realizada em Porto Alegre (RS), Diouf ressaltou a urgência de redobrar os esforços para alcançar os Objetivos do Milênio sobre fome no mundo.

Participaram da reunião, concluída no final da semana passada, ministros de Estado e delegações de 80 países, incluindo representantes da sociedade civil.

Apesar do aparente pessimismo do secretário geral da FAO, ele se mostrou confiante nas mudanças de tendência e, assim, o cumprimento das metas do milênio e a gradual vitória frente à fome no mundo. Para isso, no entanto, argumentou que a reforma agrária deixou de ser apenas um problema de acesso à terra, mas também uma forma de garantir aos mais pobres e vulneráveis, as oportunidades de geração de renda e garantia de alimentação.

Isso, na visão dele, exige que os pequenos agricultores sejam competitivos para produzir e que existam investimentos em capacitação e infraestrutura que agregue valor à produção.