Fóruns contribuem com soluções acerca das urgências climáticas no contexto do G20
Por: GIFE| Notícias| 13/05/2024Episódios de desastres, como os que têm acontecido no Rio Grande do Sul, estão sendo cada vez mais frequentes no mundo, o que chama atenção para uma agenda que tem sido central no debate público e privado: mudanças climáticas. Estudos científicos já comprovaram que a ação humana é a principal responsável pelo aumento descontrolado do aquecimento global. Nessas circunstâncias, a união de esforços para estratégias de adaptação global e local são urgentes, a exemplo das propostas da Plataforma de Fundações F20 e do fórum F20 das favelas.
Buscando contribuir com um debate global a respeito dos mecanismos necessários para o enfrentamento da crise climática, a Plataforma de Fundações F20 surgiu em 2017 durante o período de preparação para a Cúpula do G20 em Hamburgo, na Alemanha. Ela é formada por três princípios basilares: impulsionar a relação entre setores, como empresas e organizações da sociedade civil, além de governos e instituições filantrópicas; facilitar a cooperação e aprendizagem mútua entre fundações dos países do G20; e, por fim, servir como uma caixa de ressonância para fundações dentro e fora do processo do G20 relativamente a questões de alterações climáticas, energias renováveis e democracia.
“A questão climática é central para o F20 desde a sua fundação e faz parte da missão da plataforma, que é fomentar o alinhamento da geopolítica do G20 com os objetivos do Acordo de Paris e dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável)”, explica Alice Amorim, atual presidente do grupo. De 04 a 06 de junho, no Rio de Janeiro, a plataforma realizará seu principal evento que ocorre anualmente, o Fórum de Soluções Climáticas F20, com o tema: “Responsabilidade em Ação – Construindo pontes para Parcerias Norte e Sul”.
“A ideia central do coletivo sempre foi de que a crise climática não pode ser tratada de forma separada dos grandes debates de desenvolvimento, de finanças e da geopolítica”, complementa Alice Amorim, trazendo uma perspectiva que dialoga com o fórum F20 das Favelas. O grupo surgiu no início deste ano, e busca incluir territórios comumente excluídos dos debates encabeçados pelo G20.
“Representar as comunidades marginalizadas e excluídas dos processos de tomada de decisão no encontro que reúne as nações mais poderosas do mundo”, é esse objetivo central que conduz e motiva o novo F20, atrelado à mensagem: “A favela no debate global”.
Idealizado por Rene Silva, fundador do Voz das Comunidades, o F20 é composto inicialmente por 20 favelas do Rio de Janeiro, cidade sede do G20 em 2024. A ideia é levantar debates a respeito de temas comuns a esses territórios, como desenvolvimento econômico, desigualdade e mudanças climáticas. Este último tema dá sinais que receberá espaço especial no fórum, tendo em vista que territórios periféricos têm sido os mais afetados por essa problemática. As atividades do F20 serão iniciadas neste mês de maio em agendas paralelas às do G20.
Atualmente, o fórum encontra-se na fase de organização dos Grupos de Trabalho, que estavam com inscrições abertas até o último dia 12 de maio. Os GTs têm “o objetivo de ampliar a participação de atores não-governamentais nas atividades e nos processos decisórios do G20” corroborando “na construção de um mundo mais inclusivo, justo e sustentável para todos”, informa a página do F20 no Instagram.
“Achamos o F20 das Favelas fabuloso, porque é a ilustração de como os processos internacionais precisam se conectar com a realidade dos territórios em que eles se desenvolvem. Não dá para falar sobre clima e desenvolvimento no Brasil e no Rio de Janeiro sem ter a voz e as experiências das favelas”, opinou Alice Amorim, entusiasta das contribuições paralelas que podem surgir entre os dois F20 na busca por soluções perante às particulares e diversas demandas globais e locais.
“O F20 das favelas quer usar o espaço do G20 para chamar a atenção para as questões das favelas brasileiras, que são muito vulneráveis à crise climática. O F20 das fundações, por sua vez, constrói pontes entre setores que ajudem a desenvolver soluções para a crise climática”, finaliza a presidente da Plataforma de Fundações F20.