Fundação Amazonas Sustentável completa sete anos celebrando resultados e olhando para o futuro

Por: GIFE| Notícias| 12/01/2015

O ano de 2014 se encerrou com muitos motivos para celebrar na Fundação Amazonas Sustentável (FAS). Em dezembro a organização completou sete anos de atuação no interior do Amazonas, atingindo um contingente de mais de 40 mil pessoas em 16 Unidades de Conservação do Estado. Considerada uma das protagonistas da agenda socioambiental no Brasil, a FAS compartilha seus principais resultados e volta seu olhar para os próximos passos.

Estruturada como organização não governamental, sem fins lucrativos, de utilidade pública estadual e federal, a FAS nasceu em 20 de dezembro de 2007, por meio de uma parceria entre o Governo do Estado do Amazonas e o Banco Bradesco e, posteriormente, passou a contar com o apoio da Coca-Cola Brasil (2009), do Fundo Amazônia/BNDES-Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (2010), da Samsung (2010), além de outras parcerias em programas e projetos desenvolvidos. Em 2014 a organização se fortaleceu ainda mais e hoje é reconhecida como uma das principais instituições nesse perfil no Brasil.

Valorizando os “guardiões da floresta”

Em uma área de 10 milhões de hectares de floresta acontece o Programa Bolsa Floresta (PBF), um das maiores iniciativas de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) em extensão do mundo. O programa tem apoiado a melhoria da qualidade de vida de ribeirinhos compromissados com o não-desmatamento da floresta nativa.

Criado em junho de 2007, sua ação central é o pagamento de um benefício a famílias que vivem em unidades de conservação ambiental do estado. A ideia por trás da proposta é mostrar que a floresta vale mais em pé do que derrubada. Considerados “Guardiões da Floresta”, as famílias beneficiados atuam para usar os recursos naturais de forma sustentável, garantindo a conservação do patrimônio ambiental.

Atualmente, a iniciativa beneficia aproximadamente 9,4 mil famílias, 40 mil pessoas em 16 unidades de conservação (UCs) do Estado. Virgílio Viana comenta o quanto é importante gerir o programa de forma colaborativa, articulando diversas parcerias. “Um dos alicerces do Programa Bolsa Floresta é o processo de planejamento e gestão participativa, com forte envolvimento das comunidades na definição dos investimentos e avaliação dos resultados alcançados. Outra característica é o envolvimento de instituições: atualmente são mais de 50 organizações governamentais e não governamentais participando da inciativa. Fazer com que isso ocorra de maneira eficiente é um grande desafio.”

Esporte, cultura e autoestima

Uma das iniciativas que ganharam destaque em 2014 foi a Arqueria Indígena, um projeto que pretende colaborar para o fortalecimento da autoestima das populações indígenas por meio da prática do esporte, contribuindo ainda com a promoção da cultura tradicional indígena entre jovens de diversas etnias moradoras do Amazonas.

A iniciativa inédita acaba atuando diretamente para a formação de atletas de alto rendimento e para o fortalecimento da equipe brasileira de tiro ao arco para competições locais, nacionais e mundiais, incluindo a Olimpíada do Rio, em 2016.

“Queremos contribuir para a valorização do etnoconhecimento e da autoestima dos povos indígenas da Amazônia. A Olimpíada de 2016 é uma grande oportunidade. O arco e flecha é a modalidade esportiva que se relaciona de forma mais clara e óbvia com a história do Brasil. Temos uma dívida histórica a ser resgatada, por isso a escolha desse esporte”, explica o idealizador e formulador do projeto, Virgílio Viana, superintendente geral da Fundação Amazonas Sustentável (FAS).

Além da formação técnica, o trabalho foca questões como disciplina, postura e cultura local. “O projeto tem na Olimpíada do 2016 um grande estímulo, mas queremos continuar descobrindo outros talentos e incentivar a popularização do tiro com arco nas aldeias, que é também um instrumento de mudança e disciplina para estes jovens. Os participantes do projeto estão melhores nos estudos e seus pais elogiam a mudança do comportamento deles em suas casas”, comenta Márcia Lot, coordenadora do Arqueria Indígena.

Um resultado muito celebrado pela equipe do projeto em 2014 foi a convocação de Dream Braga da Silva, da etnia Kambeba, para seleção brasileira de Tiro com Arco. O jovem de 17 anos passa, já a partir de janeiro, a compor a equipe fixa da seleção.

“Esse é mais um resultado extremamente positivo deste projeto: uma iniciativa pioneira e ousada empreendida pela FAS e instituições parcerias. Isso parecia totalmente impossível quando idealizamos o projeto e agora já é uma possibilidade concreta”, comenta Virgílio Viana. Marcia Lot concorda e afirma que o principal objetivo, da inclusão e da integração social, já foi cumprido e que agora outros frutos estão sendo germinados.

COP20 e o desenho do futuro

Realizada no mês de dezembro na cidade de Lima, no Peru, a COP 20 – Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas reuniu alguns dos principais agentes ligados ao setor socioambiental do mundo. A proposta foi colocar países de todo o planeta para discutirem seu papel na configuração do novo acordo climático global, que será assinado na COP21, que acontece esse ano em Paris (o novo acordo entra em vigor em 2020, quando se encerra o período de vigência do Protocolo de Kyoto).

Na ocasião, algumas organizações brasileiras estiveram presentes. A Fundação Amazonas Sustentável foi uma delas, articulando ou contribuindo com debates em torno de temas como desenvolvimento sustentável, cooperação entre países do hemisfério sul e a importância da conservação e restauração na mitigação climática global.

Para Virgílio Viana esse foi um marco de 2014 e a expectativa para as ações pós-conferência é grande, especialmente na definição de estruturas legais para definição de critérios ligados às atividades de conservação florestal e desenvolvimento local. “É urgente a definição de mecanismos para ampliar o financiamento para a redução do desmatamento e a melhoria da qualidade de vida das populações que vivem em florestas tropicais.”

Nesse sentido 2015 promete e a Fundação Amazonas Sustentável deve continuar protagonizando alguns debates nessa agenda.

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