Fundação financia projetos de conservação da natureza

Por: GIFE| Notícias| 27/08/2007

A Fundação O Boticário de Proteção à Natureza está recebendo inscrições para o edital de apoio a projetos de conservação da natureza do segundo semestre de 2007. O formulário está disponível no site www.fundacaoboticario.org.bre deve ser encaminhado até o dia 25 de agosto pelo próprio sistema eletrônico, no site, ou por correio até 31 de agosto (a data do carimbo do correio será considerada comprovante de cumprimento do prazo).

Podem concorrer ao financiamento propostas desenvolvidas por organizações não-governamentais ou fundações ligadas a universidades e que se enquadrem em pelo menos um dos seguintes temas: manejo de unidades de conservação, conservação e manejo de espécies ameaçadas, fiscalização e proteção ambiental, valorização e manejo de áreas verdes urbanas, controle de espécies exóticas invasoras, restauração de ecossistemas, desenvolvimento e implementação de políticas públicas e legislação ambiental e pesquisa aplicada a ecologia e conservação da natureza.

A fundação aceita propostas de projetos a serem desenvolvidos em todo o Brasil. No entanto, a organização prioriza parte dos recursos a três regiões específicas, que estão inseridas em áreas de alta importância para a conservação mundial: a) Complexo estuarino-lagunar Iguape-Cananéia-Paranaguá, localizado na Mata Atlântica; b) Região de Cerrado compreendida entre o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) e o conjunto de unidades constituído pelo Parque Estadual do Jalapão e Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba (TO); e c) Região do Pantanal, abrangendo a bacia pantaneira e a região da Serra da Bodoquena. O mapa das áreas prioritárias está disponível do site da Fundação O Boticário.

As propostas enviadas serão aprovadas por especialistas voluntários, analisadas por um comitê técnico e validadas pelo Conselho Curador da organização. Os recursos para os projetos aprovados serão liberados a partir de janeiro de 2008.

A Fundação realiza anualmente dois editais e já investiu US$7,5 milhões, desde sua criação em 1990, em apoio a 1.100 projetos. Um deles estudou a canela-de-ema-gigante (Vellozia gigantea), planta que existe apenas na Serra do Cipó, em Minas Gerais. A espécie chega a atingir seis metros de altura e abriga em seus caules diversas epífitas, como orquídeas, bromélias e samambaias, que sofrem forte pressão de coleta na região.

A canela-de-ema-gigante foi descrita em 1999 e, até a realização desse projeto, em 2005, a comunidade científica reconhecia a existência de apenas uma comunidade da espécie, inserida no Parque Nacional da Serra do Cipó. O levantamento realizado com o apoio da Fundação O Boticário mapeou 42 novas populações, 13 delas localizadas na área do parque e outras 29 ao seu redor, na Área de Proteção Ambiental (APA) Morro da Pedreira.

“”A comprovação da distribuição ampliada da espécie serviu de base para a elaboração de uma proposta de ampliação do parque, para que outras comunidades também sejam protegidas””, afirma a responsável técnica pelo projeto, Kátia Torres Ribeiro.

Os dados levantados durante a pesquisa também subsidiaram os planos de manejo do rque Nacional Serra do Cipó e da APA Morro da Pedreira. Além disso, serviram de indicador para a presença de Mata Atlântica na região, o que gerou uma visão mais rica sobre o campo rupestre, segundo Kátia. A responsável técnica afirma que, inclusive, foram estimuladas outras pesquisas sobre a Mata Atlântica no local.

Embora a canela-de-ema-gigante e o parque nacional que a abriga ocorram em uma área de transição com a Mata Atlântica, eles são considerados característicos do Cerrado. A definição precisa do limite da Mata Atlântica permitirá a aplicação de um arcabouço legal mais restritivo nessa região, uma vez que este bioma, ao contrário do Cerrado, tem uma legislação específica para sua proteção, a Lei da Mata Atlântica.

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