Fundação Lemann divulga pesquisa sobre ensino

Por: GIFE| Notícias| 19/01/2009

No último dia 13, terça-feira, a Fundação Lemann, com o apoio do Ibmec São Paulo, divulgou os resultados da pesquisa “”Sistemas Estruturados de Ensino eRedes Municipais do Estado de São Paulo””. O levantamento mostra a avaliação dos usuários sobre os diferentes serviços e produtos oferecidos por essas metodologias.

Entende-se por sistemas estruturados de ensino aqueles em que professores e alunos trabalham sobre apostilas educativas, com metodologias específicas criadas por empresas. Cerca de 30% dos municípios paulistas (187), a maioria com até 20 mil habitantes, usam esses sistemas de ensino em suas escolas de nível fundamental (1ª à 9ª série).

Isso quer dizer que quase 440 mil alunos da rede pública estudam com apostilas e projetos pedagógicos criados por escolas privadas, como o Positivo, Objetivo, COC, Anglo, entre outras. A pesquisa feita pela Fundação Lemann em cinco cidades paulistas mostrou que 93% dos professores que trabalham com tais sistemas o consideram bom ou ótimo.

A pesquisa também revela que os professores se sentem mais bem preparados porque a apostila os guia nas aulas e atividades com os alunos – o que os obriga a seguir todo o conteúdo nela previsto. Isso porque, antes, não ensinavam as matérias que não dominavam. O sistema se mostrou, segundo o estudo, um manual para professores que não sabem lecionar nem o próprio conteúdo a ser ministrado. Agora, a apostila orienta e “”controla”” as aulas.

“”Já é dado ao professor o planejamento e o conteúdo. Além disso, há um passo a passo metodológico de como ensinar””, conta a coordenadora da pesquisa, Paula Louzano.

Segundo ela, a aplicação desses sistemas cresceu em São Paulo a partir de 1996, quando os municípios, e não mais o Estado, passaram a ser responsáveis pelo ensino fundamental. Professores com péssima formação, além de problemas com a logística e aplicação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que não permite aos alunos ficarem com os livros, levaram várias cidades a buscar uma solução rápida e pronta para suas escolas.

“”A maioria dos municípios escolheu os sistemas sem se informar previamente. Por isso, muito do que existe hoje está focado no material em vez de valorizar o acompanhamento e capacitação pedagógica do professor””, afirma Paula

O sistema é muito criticado por acadêmicos. Eles acreditam que os métidos colocam rédeas do ensino evitando, assim, uma postura pró-ativa e crítica dos alunos e professores.

Um dado importante é que eses sistemas são diferenciados para escolas públicas e privadas. Como a própria Paula Louzano deixou claro na exposição da pesquisa, os materiais voltados para a rede pública são inferiores. “”São mais fáceis””, disse de forma reticente.

Veja pesquisa completa no site da Fundação Lemann

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