Fundação Tide Setubal lança publicação

Por: GIFE| Notícias| 10/09/2010

A Fundação Tide Setubal lança o livro Cidadania Viva: Práticas Socioeducativas em São Miguel Paulista no dia 14 de setembro, terça, às 10h30, no CDC Tide Setubal, na zona leste de São Paulo (SP). A publicação retrata a atuação de 22 organizações sociais situadas na área de abrangência da Subprefeitura de São Miguel (distritos de São Miguel, Vila Jacuí e Jd. Helena), apresentando suas diferentes práticas socioeducativas desenvolvidas no território.

O Cidadania Viva relaciona-se a um dos princípios norteadores da Fundação Tide Setubal: a valorização das experiências da comunidade de São Miguel Paulista. Representa ainda mais um passo na promoção do desenvolvimento local sustentável, ao incentivar e fortalecer uma rede de apoio ao cidadão, bem como cada uma das organizações.
“Com a disseminação do trabalho das entidades de São Miguel, esperamos inspirar, encorajar e estimular as instituições locais a oferecerem seu saber e suas práticas para a rede, bem como a buscarem aprender com aqueles que atuam na mesma localidade”, relata Maria Alice Setubal, presidente do conselho da Fundação Tide Setubal, na apresentação do livro.
Visibilidade às ONGs
Segundo Beatriz Lomonaco, coordenadora do Núcleo de Estudos e Gestão do Conhecimento, responsável pelo projeto editorial, para dar visibilidade aos atores da comunidade, buscou-se identificar e apresentar as práticas socioeducativas. A intenção do livro não é avaliar as ações, mas apontar os pontos fortes e os desafios. “Estamos gerando conhecimentos e fazendo circular experiências de instituições que estão no mesmo território onde trabalhamos”, comenta.
Para retratar essas experiências em uma publicação com fotos e dados de cada organização, profissionais da Fundação conheceram de perto os projetos, visitando as entidades e conversando com as equipes e os beneficiados pelas práticas. Além do critério geográfico, a coordenação editorial considerou o relato de moradores e lideranças que reconhecem a relevância da entidade para comunidade e tempo de atuação das organizações no território.
Exercício da cidadania
Um ponto em comum entre as organizações selecionadas para o livro é o trabalho socioeducativo, ou seja, a prática sistemática e planejada que busca o desenvolvimento do indivíduo pela educação e cultura. Há organizações que têm como público-alvo crianças e adolescentes, enquanto outras trabalham com adultos ou idosos. Independentemente da faixa etária, o propósito é semelhante: promover a cidadania e a melhoria da qualidade de vida dos moradores da região.
Na leitura, é possível perceber o quanto essas organizações conhecem profundamente os problemas do local onde se situam e das pessoas que atendem. Parte delas, além de desenvolver a prestação de serviço, atua pela garantia de direitos, incentivando a mobilização da comunidade e reivindicando políticas públicas.
Luta constante e desenvolvimento
Ao comparar os históricos das organizações retratadas no livro, é fácil perceber que a maioria nasceu dos movimentos sociais da região, sobretudo em prol de moradia. Com o tempo, os atores foram se organizando e fundaram associações com status jurídico para continuarem a empreender melhorias no bairro. Esse é o caso da Associação Comunitária das Mulheres do Movimento Sem Terra. O início do trabalho ocorreu há 28 anos, quando Dona Neusa, atual presidente, que participou do movimento da Pastoral da Moradia, percebeu que não bastava ocupar a terra, mas também era preciso mudar as condições de vida das famílias por meio da educação.
Também com o desejo de transformar a realidade dos moradores do Jardim Pantanal, Hermes de Sousa fundou o Instituto Nova União da Arte (NUA), que tem contribuído para o fortalecimento da comunidade de União de Vila Nova, onde atua desde 2001. Uma das ações nesta direção é o Fórum de Desenvolvimento Local, um espaço de articulação coletiva e de aproximação com o poder público. Hoje o bairro conta com uma creche, parque e ruas asfaltadas, o que demonstra o processo de reurbanização do local.
Há muitos outros exemplos na publicação de como as organizações locais têm contribuído para o desenvolvimento de São Miguel Paulista. Há entidades com um trabalho estruturado no atendimento a crianças, seja na área educacional ou da saúde, como o Centro Educacional Comunitário da Criança e do Adolescente (CECCRA) Ademir de Almeida Lemos e o Centro de Recuperação e Educação Nutricional Vila Jacuí (CREN). Outras desenvolvem ações para incentivar o protagonismo do idoso, revitalizando também o uso do espaço público, como o Projeto Idoso na Praça, da Associação Beneficente Irmã Idelfranca. Na área cultural, a Kaikan – Associação Cultura Desportiva Nikkei de São Miguel Paulista destaca-se pelo trabalho de valorização de práticas, saberes e rituais da cultura japonesa.
“Ao trazer o retrato dessas entidades, queremos contribuir e estimular a troca de saberes em rede. Elas podem se unir para encaminhamentos conjuntos e terem conquistas mais amplas”, comenta a coordenadora do Núcleo de Estudos e Gestão do Conhecimento. Essa iniciativa exemplifica o trabalho de apoio que a Fundação Tide Setubal procura realizar com as ONGs locais.
Debate: o papel das ações locais
Para ampliar o intercâmbio entre as 22 organizações inclusas na publicação, a Fundação Tide Setubal promoverá, no dia do lançamento, uma oficina especial Encontros em São Miguel. Em seguida, as entidades e o público em geral poderão participar de um debate. O tema será: “O papel das ações locais para a educação integral no território”, com mediação de Paula Galeano, coordenadora geral da Fundação Tide Setubal.
Cidadania Viva: Práticas Socioeducativas em São Miguel
Quando: 14 de setembro, terça-feira, das 8h30 às 13h
Onde: CDC Tide Setubal – Rua Mário Dallari, 170, Jd. São Vicente
São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo (SP)
Mais informações: (11) 3168-3655
Como chegar: http://www.ftas.org.br/ftas/site.php?mdl=cdc&op=lercdc&id=11
Programação:
8h30 às 10h30 – Oficina Encontros em São Miguel (exclusiva para 22 ONGs da publicação)
10h30 – Café e recepção dos convidados
11h – Debate: O papel das ações locais para a educação integral no território
Participantes:
– Maria Aparecida Pavão, supervisora de Assistência Social da Prefeitura de São Paulo;
– Padre Ticão, integrante do Movimento Nossa Zona Leste, líder comunitário com trabalhos na região desde 1978;
– Eloisa de Blasis, consultora do CENPEC (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), pedagoga e mestranda em Avaliação de Políticas Educacionais.
Mediação: Paula Galeano, coordenadora geral da Fundação Tide Setubal

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