Fundação Tide Setubal mapeia ONGs que transformam realidade em SP

Por: GIFE| Notícias| 17/09/2010

Thais Garrafa*

Aqueles que acompanham as imagens de São Paulo na mídia têm certeza de que quem mora na metrópole divide seu tempo entre o trânsito e o trabalho, além de ser ameaçado continuamente pela violência que pode surgir de qualquer lado. Existe também a imagem, registrada e narrada por diferentes veículos, de uma periferia marcada pela desigualdade e pela violência. Essas referências não são fictícias: São Paulo é um território repleto de problemas sociais alarmantes, cujo enfrentamento requer a ação articulada dos diferentes setores da sociedade. Entretanto, não há um retrato homogêneo da cidade.
Existe em São Paulo a vitalidade que a anima, além de muita riqueza, produzida a partir da diversidade humana e cultural de seus habitantes. São Paulo é plural. Logo, mostrá-la como um conjunto uniforme, colorido pela pobreza e pela violência, pode ser um equívoco.
Assim como outros bairros periféricos, São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, apresenta uma geografia desigual, com o centro mais desenvolvido concentrando as melhores moradias e a maior parte dos equipamentos públicos de educação, saúde e cultura, ficando para as áreas mais distantes os equipamentos e as condições de vida de pior qualidade. As 400 mil pessoas que ali residem também enfrentam problemas de segurança, de saneamento básico, de desemprego ou da ausência de espaços de lazer. Mas muitas pessoas têm se mobilizado nas comunidades para reivindicar as condições de vida a que todos têm direito.
Desde que iniciou suas atividades na região, em 2005, com a missão de contribuir com o empoderamento da comunidade e com o desenvolvimento local sustentável, a Fundação Tide Setubal conheceu diferentes lideranças e organizações que contribuem para a transformação da comunidade. Como em todo o Brasil, o trabalho das organizações não governamentais (ONGs) tem importância fundamental nessa região.
Em geral, essas entidades estão muito próximas da população e conhecem profundamente tanto os problemas enfrentados no bairro quanto o potencial das pessoas para superar as situações adversas que experimentam. A grande maioria dos profissionais que atua nas ONGs mora na região e dedica-se a uma militância permanente e apaixonada para que seus vizinhos se envolvam com a melhoria da qualidade de vida no território.
No último dia 14 de setembro, a Fundação Tide Setubal, por meio do Núcleo de Estudos e Gestão do Conhecimento, lançou o livro “”Cidadania Viva: práticas socioeducativas em São Miguel Paulista””. A iniciativa pretende dar um pequeno passo no sentido de lançar luz no trabalho de 22 ONGs situadas na região de São Miguel Paulista, procurando retratar o trabalho socioeducativo por elas realizado, de modo a valorizar as soluções criadas e desenvolvidas para o enfrentamento dos problemas do bairro, além de estimular a troca de experiência entre elas.
Diferentes dimensões do exercício da cidadania são priorizadas nas práticas socioeducativas dessas ONGs. Com muito engajamento, as equipes de cada entidade se debruçam sobre as dificuldades enfrentadas pela população local e tomam nas mãos os múltiplos desafios envolvidos na transformação da realidade do bairro.
Esse pequeno livro não dá conta de revelar o trabalho de todas as associações atuantes nesse território, mas abre espaço para a comunicação e a troca de saberes entre entidades que atuam no mesmo setor, fortalecendo, simultaneamente, a própria rede de apoio ao cidadão e cada entidade em particular.
A publicação da Fundação está disponível para download no endereço: http://migre.me/1jL5x

*Thais Garrafa é do Núcleo de Estudos e Gestão do Conhecimento, da Fundação Tide Setubal

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