Futuro de jovens egressos dos serviços de acolhimento é incerto no Brasil

Por: Fundação FEAC| Notícias| 30/10/2023
Futuro de jovens egressos dos serviços de acolhimento é incerto no Brasil

Foto: Freepik

Quem nunca ficou imaginando como seria completar os tão sonhados 18 anos? Ir para a faculdade, tirar a carteira de motorista, conquistar maior liberdade e independência, correr atrás dos próprios sonhos. Afinal, é uma fase importante, cheia de aprendizados e mudanças. No entanto, também é uma idade repleta de incertezas, angústias, medos e pensamentos como ‘o que será que o futuro reserva para mim?’. 

Imagine só se, em meio a esse misto de emoções, você fosse forçado a deixar o lugar e as pessoas que moravam com você para trás? E se você descobrisse que está por conta própria e que tem que fazer sua vida acontecer aos 18 anos? 

Pode parecer uma realidade distante para alguns, mas é o que acontece com jovens em situação de acolhimento institucional que são desligados do serviço assim que completam a maioridade. “Se completar 18 anos, ter autonomia e caminhar para a vida adulta é difícil para os jovens [em geral], em serviço de acolhimento é muito mais”, destaca Juliana Di Thomazo, coordenadora do Programa Acolhimento Afetivo, da Fundação FEAC

Mais de 31 mil crianças e adolescentes – entre 0 e 18 anos – estão em situação de acolhimento no Brasil, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Só entre 14 e 18 anos, são quase 10 mil (mais de 50% do sexo feminino). Cerca de um terço dos adolescentes dessa faixa etária (32,45%) estão no estado de São Paulo. 

Muitos desafios e vulnerabilidades 

Nesse contexto, são muitas as diferenças entre as experiências de um(a) adolescente que contou a vida toda apoio familiar, que teve suporte e afeto, e as vivências de um(a) adolescente que passou a maior parte da vida no abrigo e agora está sendo desligado dos serviços de acolhimento. “Nenhum jovem que viveu em uma família é convidado a sair da sua residência aos 18 anos. E, se ele sai, ele sai com uma rede de apoio contínua, até que ele possa viver sozinho”, lembra Juliana.   

Já o jovem que está de saída dos serviços de acolhimento é alguém que passou boa parte da vida em instituições. “É um jovem que teve menor convivência comunitária, que circulou menos pela cidade, que circulou menos nas casas dos amigos, viajou menos, frequentou menos comércios…”, complementa a coordenadora.  

Uma criança ou adolescente que chega ao serviço de acolhimento pode ter passado por muitos traumas ao longo da vida, desde situações envolvendo o não cumprimento de seus direitos fundamentais – moradia, alimentação, saúde etc. – e, em alguns casos, maus-tratos e violência física e sexual. A partir disso, eles podem passar a carregar diversas questões relacionadas ao abandono e à dificuldade em estabelecer vínculos afetivos.  

Para a FEAC, esse é o jovem em situação de maior vulnerabilidade. “É uma criança que viveu um serviço de acolhimento, ou seja, já foi vítima de violação de direito. E agora o serviço que cuidava, que dava atenção para ele, não vai servir mais. Ele não pode ficar… É o jovem que ninguém olha”, diz Juliana.  

Pensando nisso, o processo de desligamento dos abrigos também se caracteriza como mais uma ruptura em sua trajetória, uma desassociação do ambiente e das pessoas com quem ele conviveu durante todo esse tempo. “É muito comum eles se fecharem. Sabe quando você tem uma coisa tão importante para acontecer, que você simplesmente paralisa e não quer nem pensar sobre aquilo?”, compara Rebeca Silva, analista de projetos do Programa Acolhimento Afetivo, da Fundação FEAC.  

“Os jovens manifestam isso de diferentes formas dentro do serviço de acolhimento. Muitas vezes eles ficam mais indignados ou fazem coisas para não sair do serviço, não tratam da saída até que chegue a hora de sair”, complementa Juliana.  

Para eles, é como se fosse também uma perda de suas referências. “O que a gente constrói, por exemplo, com os nossos pais, acaba sendo construído por eles(as) com uma cuidadora do antigo serviço, uma mãe social ou até equipe técnica, uma psicóloga ou assistente social”, explica Rebeca. Aquele lugar que ele ocupava no abrigo vai ser preenchido por outra criança, assim como a equipe que o acompanhava vai ter outras demandas. “É como se, de um dia para o outro, eles perdessem todas as referências que eles tinham até então”, acrescenta. 

No entanto, Maria José Geremias, secretária do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Campinas (CMDCA), reforça que, não é porque eles completarão 18 anos que ficarão desprotegidos. Existe um processo de transição, para ajudar o jovem a se acostumar com a nova realidade, que se inicia alguns meses antes. “Ele vai conhecer e passar períodos no novo lar, vai almoçar ou jantar. Quando é uma república, eles começam a passar o final de semana na nova casa, para irem se adaptando”, explica. 

Por mais que haja uma preocupação em oferecer uma transferência mais humanizada, enfrentar esse período de desligamento dos abrigos ainda pode ser um evento traumático na vida desses jovens. Invisibilizados e sem uma perspectiva de futuro, eles têm seus sentimentos de abandono, solidão, angústia e preocupação revividos da pior forma.  

Projeto Trilhar ajuda a preparar jovens para a vida adulta  

Uma das formas de trabalhar essa questão, tanto no psicológico quanto nos aspectos mais práticos da vida desses adolescentes, é por meio de iniciativas que capacitem, ofereçam amparo e fortaleçam a autonomia de cada um deles, para que possam enfrentar tudo o que vem após a maioridade da forma mais tranquila possível.  

O Projeto Trilhar, realizado pela Associação de Educação do Homem de Amanhã (AEDHA), mais conhecida como Guardinha, e apoiada pela Fundação FEAC, desenvolve um trabalho que prepara jovens desde os 15 anos para essa transição para a vida adulta.  

Para os mais novos, foi desenvolvida uma abordagem diferente para tratar do assunto, de forma que fosse mais adequada e coerente à idade. “Falar em sair do acolhimento, pensar no futuro, pensar em propostas, em moradia, é muito longe para eles”, explica Fábio Barbieri, coordenador da iniciativa. Para que a abordagem fosse mais dinâmica e  lúdica, as turmas foram divididas em duas 

Foi criado um grupo de iniciação e aproximação para a faixa etária dos 15 anos, com encontros a cada dois meses. Enquanto isso, os jovens de 16 e 17 anos têm acesso às diferentes metodologias aplicadas, desde grupos temáticos com palestras e acompanhamento individual até saídas culturais, para desenvolvimento de conhecimento prático. Cada um deles recebe um valor de R$ 142, que serve como uma bolsa-auxílio para contribuir na administração do dinheiro e organização financeira. 

O projeto atua com foco em quatro eixos: uso consciente do dinheiro, apropriação da cidade, trabalho e moradia. Cada um deles foi pensado de modo a oferecer o suporte necessário para a introdução à vida adulta e, consequentemente, às responsabilidades trazidas por ela. Por meio de palestras, os adolescentes podem entrar em contato com temáticas que, até aquele momento, não tinham muito conhecimento ou prática e que certamente terão um impacto futuro.  

Os acompanhamentos individuais, realizados quinzenalmente, têm o objetivo de trabalhar a construção de um projeto de vida emancipador para esses jovens. “Chega um jovem com 17 anos, por exemplo, para onde ele vai? Qual é a proposta dele? Ele já está trabalhando? Qual a sua escolaridade?”, questiona o coordenador. É um trabalho que começa a ser mapeado e desenvolvido em conjunto com os jovens, de modo que estejam alinhados aos seus objetivos.  

Por mais que não seja o foco dos atendimentos, é normal que, durante esses momentos, surja alguma outra demanda, como questões emocionais ou outros tipos de conflito que eles estejam enfrentando. “A nossa equipe acolhe a demanda, dá orientação, se precisar faz até algum direcionamento, sempre trabalhando em conjunto e tentando relacionar isso com o projeto de vida dele”, diz o coordenador.  

O jovem N.S., de 17 anos, confessa que sente calafrios só de pensar em completar a maioridade, porque sabe que, com ela, virão novos desafios e responsabilidades. Mas, ao mesmo tempo, acredita que o projeto tem feito com que ele se sinta mais confiante e preparado para o futuro.  

Todo o apoio oferecido visa o desenvolvimento e fortalecimento da autonomia dos adolescentes. “Se eles precisam fazer uma inscrição no INSS, por exemplo, a equipe não faz por eles. Ela pode orientar e ir junto, mas ele vai fazer aquilo sozinho”, conta Fábio. Lá, eles encontram um lugar de referência, de apoio, de cuidado e atenção, “mas sabem que é justamente isso: o Trilhar é uma ponte para autonomia. Eles precisam voar do ninho”, complementa.  

Para o adolescente, as atividades propostas e os passeios culturais são essenciais nesse processo. “Eu acho bem interessante, porque a gente vê como é a realidade. Não adianta ficar na ilusão”, diz. Lá, eles aprendem coisas como abrir uma conta em um banco, como utilizar o pix, como guardar dinheiro, o preço de itens em mercados e lojas e, até mesmo, a quais órgãos ou serviços recorrer para garantir seus direitos. Ele conta que, mais recentemente, eles chegaram a visitar a sede da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) e puderam entender melhor como funciona o passe de ônibus, quais são as cores dos diferentes transportes da cidade e como mexer no aplicativo de mobilidade.  

No decorrer da execução do Trilhar, é possível notar a diferença entre os jovens que chegam e os que estão de saída. “Ao longo do projeto, ele começa a se locomover pela cidade, pegar o ônibus, sair, chegar sozinho até o projeto e voltar para o serviço de acolhimento. É um avanço para eles”, conta o coordenador. 

Isso também acontece na relação que é estabelecida com os estudos e o trabalho. Aqueles que chegaram sem perspectiva, passam a entender a importância de se desenvolver e de pensar sobre o futuro. Se antes a equipe precisava ajudar a montar um currículo, acompanhar até o local da entrevista, hoje essa busca parte deles mesmos. Fábio reforça que, para além das conquistas individuais de cada um, essa evolução acaba sendo percebida no dia a dia.   

Há dois anos participando do projeto, N.S. conta que consegue perceber seu desenvolvimento nesse sentido. Desde o princípio, quando ficou sabendo da iniciativa por meio da casa de acolhimento em que vive e de seu irmão mais velho, que também fez parte do programa, ele já entendeu a importância que aquilo teria em sua vida. Atualmente, ele está guardando dinheiro e tem planos de estudar, fazer cursos e arrumar um emprego.  

Na sua visão, o Trilhar tem sido muito acolhedor e significativo em sua trajetória. “As pessoas que trabalham aqui nos ajudam, ensinam, brincam, dão conselhos. Todo mundo é unido e se respeita muito. Fora o carinho que eles têm por nós”. O coordenador considera que essa atenção individualizada é muito importante para a vida deles. “Tem coisas que o serviço de acolhimento muitas vezes não consegue oferecer e, quando eles saem com 18 anos, eles passam a ter um acompanhamento mais distanciado. Aqui, eles têm um local de referência, com adultos que os auxiliam nesse processo”, reforça.  

Em atividade desde 2019, o projeto tem se fortalecido cada vez mais entre os adolescentes. Atualmente, ele conta com uma média de 40 participantes. A partir da parceria com a FEAC, responsável pelo apoio financeiro e metodológico, foi possível estender a iniciativa por mais 18 meses. Os planos são para que, futuramente, ela possa ser apoiada pelo CMDCA, expandindo seus objetivos para o âmbito do poder público.  

Repúblicas são um caminho, mas só atendem 5% desses jovens 

Ao deixar os abrigos, existem algumas possibilidades que são oferecidas a esses jovens egressos para que eles possam dar continuidade ao seu projeto de vida. Uma delas é o retorno à família de origem. O problema é que, justamente por isso, existe uma dificuldade enorme em estabelecer vínculos. “De repente, essa família tem que servir para ele, porque é uma das poucas alternativas que ele tem”, explica Juliana. “É uma família que ele já não convivia. Às vezes não tem vínculo, não tem intimidade. Muitas vezes é uma família que também tem histórico de violação de direitos, tanto que ele saiu dali”, complementa.  

Outro caminho possível é o acolhimento oferecido pelas repúblicas, que recebem jovens entre 18 e 21 anos, para que eles tenham mais tempo de se preparar para a vida adulta. De acordo com o estudo Reordenamento dos Serviços de Acolhimento de Crianças e Adolescentes, publicado pelo Ipea em 2021, Campinas é um dos 14 municípios no país que dispõem desse recurso e conta com apenas 12 vagas, 6 para meninas e 6 para meninos. “As vagas não são anuais. O jovem entra na república e fica lá até os 21 anos. São pouquíssimas vagas para um contingente grande de jovens.”, destaca Juliana.  

Em 2019, segundo dados do Censo SUAS, havia quase 5 mil adolescentes na faixa etária próxima da maioridade – entre 16 e 17 anos – e somente 270 vagas no Brasil. “Isso não representa nem 5% da quantidade de jovens. Quando você olha para o apoio que eles têm para a saída do serviço e para a quantidade deles(as), é muito difícil de trabalhar e pensar onde esses 5 mil adolescentes vão parar”, aponta Rebeca.  

Diante de um contexto tão desafiador, muitos desses jovens egressos vão parar nas ruas. Juliana revela que essa realidade também tem sido observada em Campinas, onde já se tem relatos de adolescentes frequentando os acolhimentos para a população em situação de rua na cidade. Quando isso acontece, é difícil fazer o acompanhamento e saber qual foi o destino de cada um deles após deixarem o abrigo.  

“Isso tem sido uma preocupação nacional, porém a gente vê pouco progresso real e efetivo para o atendimento dessas pessoas”, analisa Regiane Maximiano, coordenadora e gestora das Aldeias Infantis SOS.  

FEAC e Padre Haroldo: nova perspectiva por meio de repúblicas jovens 

Aqueles que conseguem uma vaga nas repúblicas têm um pouco mais de tempo para amadurecer a ideia e se preparar para o futuro. O foco desses ambientes é o estímulo ao desenvolvimento de habilidades e independência. O que mostra que o papel das repúblicas não é de simplesmente acolher, mas de trabalhar na construção de um projeto de vida para esses garotos e garotas. 

Com objetivo de ofertar novas possibilidades às juventudes egressas, o Instituto Padre Haroldo – parceiro da Fundação FEAC – conta com o serviço de duas repúblicas jovens na cidade de Campinas, uma masculina e outra feminina. Lá, para além da criação de uma rede de apoio, os adolescentes passam por um processo de formação profissional, de busca por empregabilidade e desenvolvimento de habilidades que os preparem para um futuro longe dos serviços de acolhimento.  

“A gente vai dando toda assistência no sentido da garantia dos direitos, vai trabalhando com eles essa questão metodológica da sua própria autonomia e independência, para que eles consigam mesmo viver a vida deles”, explica Newton Monteiro, coordenador do instituto.  

No entanto, logo que são recebidos nas repúblicas, os jovens apresentam dificuldade em administrar as próprias emoções e realizar atividades que, por mais simples que possam parecer, requerem certa autonomia. “Mesmo quando a transição é para essas repúblicas, quando existe esse ‘para onde ir’, ainda assim é uma transição difícil”, reforça Rebeca.  

Como fazer uma compra de mercado, quais itens selecionar, em que quantidade levar, como administrar o dinheiro e entender suas vontades e necessidades? Tudo isso pode ser desafiante para adolescentes egressos do acolhimento. Segundo a coordenadora do Programa Acolhimento Afetivo, esses jovens adquirem menos autonomia do que aqueles que vivem com as suas famílias nessa fase da vida.  

Parceria com a FEAC diversificou cursos e reduziu desistências 

Mesmo nessa transição entre os abrigos e as repúblicas, existe um choque de realidade. Enquanto nos serviços de acolhimento, por exemplo, eles têm supervisão 24h e profissionais que podem ajudá-los nos afazeres diários, nas repúblicas eles se veem diante de outras dificuldades e experimentam uma forma de liberdade que eles não conheciam. É natural que, com a mudança, surjam novos obstáculos nesse processo de adaptação à vida adulta e é também papel das repúblicas auxiliar na superação de cada um deles. 

Para isso, Newton conta que, nas repúblicas, os jovens fazem as próprias compras no supermercado, com auxílio de um educador. O instituto oferece uma verba para vestuário, alimentação, oficinas, e eles mesmos podem assumir essas responsabilidades. Geralmente, é realizada uma assembleia para que decidam juntos as principais necessidades. “E aí eles vão fazendo as compras, entendendo o preço, as quantidades, e o educador vai dando esse suporte no mercado”, explica.  

Outra preocupação que surge durante a trajetória dos jovens nas repúblicas é a dificuldade que eles sentem em persistir nos cursos, atividades e trabalhos propostos. “Se em algum momento ele sentir que aquilo traz alguma semelhança a uma situação traumática que ele sofreu, ao abandono, ele já desiste”, revela Newton.  

Quando esse comportamento é identificado, a equipe do instituto procura entender o que está acontecendo e como pode ajudar para que eles recomecem e caminhem juntos. Isso costuma ocorrer depois de seis ou sete meses da chegada à república. “Aqui, eles podem sair, fazer o que quiserem. Então, muitos deles, após visitas à família de origem, percebem que não será possível retornar para lá”, conta o coordenador, afirmando que a situação gera estresse e insegurança quanto ao futuro próximo, já que a residência em república só vai até os 21 anos.   

O problema das desistências vem mudando após a parceria com a FEAC, que, a partir do apoio financeiro, deu a oportunidade de a república adquirir cursos diferenciados e que foram escolhidos pelos próprios adolescentes. Os cursos disponibilizados levam em consideração os interesses dos jovens e englobam diferentes áreas: mecânica, cabeleireiro, barista e enfermagem, por exemplo.  

“A desistência começou a diminuir bastante, porque saía daquela urgência, da necessidade de fazer o curso que estivesse disponível e arrumar um emprego. Começamos a trabalhar a possibilidade de efetivar o desejo de cada um”, ressalta Newton. Ele afirma que, no comportamento dos jovens, é nítida a diferença entre fazer um curso que não está necessariamente relacionado ao seu interesse, e poder aprender aquilo que se gosta e que tem mais a ver com o futuro desejado para sua vida.  

Seja por editais ou parceria de projetos, a FEAC constantemente trabalha em conjunto com o poder público, gerando transformação e buscando atender às demandas sociais da cidade de Campinas. “É uma ação que complementa a ação do poder público e que fortalece e contribui para esse trabalho de qualificação dos próprios serviços de acolhimento”, reconhece Maria José, do CMDCA.  

Por Bárbara Vetos

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