Gestores sociais precisam alcançar eficiência

Por: GIFE| Notícias| 23/07/2007

A busca por novos padrões de governança e sustentabilidade do investimento social privado impõe desafios cada vez maiores às empresas e seus colaboradores. Além de uma formação específica, envolvendo conhecimentos corporativos e experiência social, pesquisadores do setor acreditam que os gestores sociais precisam de qualificação para inovar.

A doutora em Antropologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Ong Comunitas, Ruth Cardoso, por exemplo, crê que a gestão é o “”calcanhar de Aquiles”” dessas organizações.

“”Os desafios são diferentes daqueles que enfrentam as empresas. Gestores sociais devem saber lidar com incertezas e riscos característicos destes espaços de trabalho, em que a participação de todos e a dedicação a uma causa são fundamentais””, explica.

Convidada para a aula de abertura do Curso Avançado de Gestão do Investimento Social Privado, promovido pela ESPM e pelo GIFE, a socióloga acredita que organizações sociais devem passar por um choque de eficiência e profissionalização. “”Garantindo seu modo específico de trabalhar, precisam avaliar seus resultados para, assim, assegurar confiabilidade e, conseqüentemente, a continuidade de suas ações””.

Por outro lado, o diretor presidente da Modus Faciendi, o pedagogo Antonio Carlos Gomes da Costa, é reticente ao falar sobre a multiplicação de cursos voltados para suprir as carências do setor. “”A profissionalização de gestores exige prática e vivência no contexto organizacional. Jovens recém-saídos de cursos de gestão do terceiro setor tendem – embora isto não seja uma lei da física – a ter mais dificuldades no manejo das culturas organizacionais formalmente pouco definidas e das complexas grandes organizações””, explica.

Segundo ele, um real salto qualitativo se dá quando existe uma preocupação e proficiência em três tipos de inovação: a de conteúdo, a de métodos e a de gestão. “”Não adianta inovar na gestão, deixando os conteúdos e os métodos em segundo plano. É preciso fazer tudo ao mesmo tempo e uma coisa de cada vez””, defende Costa, outro professor do Curso Avançado.

Essa complexidade inerente ao trabalho social torna-se, assim, o ponto fundamental a ser trabalhado no programa do Curso Avançado de Gestão do Investimento Privado. O conteúdo irá privilegiar uma formação completa, envolvendo o profissionalismo característico do mercado, a sensibilidade social típica do terceiro setor e a visão pública do setor estatal por meio de eixos, como: Cenários e Conceitos; Fundamentos da Administração; Ferramentas e Gestão Estratégica e Política.

Desta forma, consegue articular conhecimentos em áreas diversas, porém complementares. Destacam-se, nesse sentido, as disciplinas de governança corporativa; alianças, parcerias e redes; políticas públicas; tecnologias sociais; gestão do conhecimento e gestão do ISP; marco legal do terceiro setor; planejamento estratégico; elaboração e avaliação de projetos; marketing e relacionamento com stakeholders; e comunicação e mobilização social.

Voltado a funcionários de institutos, fundações e empresas, que já praticam o Investimento Social Privado, o curso pretende aprofundar os conhecimentos e estratégias de profissionais com grande vivência na implantação e gestão de projetos sociais empresariais.

O programa tem carga horária de 240 horas-aula, distribuídas em aproximadamente de 10 meses. As aulas ocorrerão duas vezes por semana, as sextas-feiras das 19:00 às 22:30 horas e aos sábados das 8:30 às 13:30 horas. Início das aulas é em agosto de 2007, com término previsto para Junho de 2008. Para inscrições e mais informações, acesse: Curso Avançado de Gestão do Investimento Social Privado.

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