GIFE comemora expansão em 2006

Por: GIFE| Notícias| 22/01/2007

O GIFE – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas consolidou-se, em 2006, como uma rede ativa de relacionamento entre investidores sociais. Com um planejamento focado na expansão e fidelização de seu rol de associados, que saltou de 86 para 101, a rede chegou a um maior alinhamento de suas ações e, com isso, permitiu que seus participantes realizassem intervenções sociais conjuntas.

Grande parte desse movimento se deve aos Grupos de Afinidade, principal meio de articulação dos associados. Em torno de áreas como Juventude, Meio Ambiente, Saúde, Educação, Cultura e Indicadores, os membros da Rede GIFE se reúnem para apresentar seus trabalhos, aproximar conceitos e formular iniciativas convergentes.

Um dos exemplos é o Grupo de Afinidade em Juventude, que realizou uma série de encontros em que se discutiu como dar escala a projetos de geração de trabalho e renda para jovens. Este GA também debateu as posições da rede no Conselho Nacional de Juventude, no qual o GIFE tem assento.

Os Grupos de Afinidade também se regionalizaram em 2006, tendo ocorrido reuniões no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará. “”Nós chegamos a um diagnóstico de que os associados fora do eixo Rio/SP têm um potencial muito grande para desenvolver trabalhos em conjunto em suas próprias regiões””, lembra Fernando Rossetti, secretário geral do GIFE.

Sociedade – No entanto, o ponto alto do ano para a Rede foi a realização, em maio, do IV Congresso GIFE sobre Investimento Social Privado, que reuniu mais de 500 representantes do terceiro setor em Curitiba, para discutir caminhos em direção a uma sociedade brasileira sustentável.

Produzido em parceria com a 5ª Mostra de Ação Voluntária de Curitiba, o evento proporcionou um ambiente de aprendizagem, debate e construção de alianças estratégicas, reunindo desde expoentes empresariais brasileiros até dirigentes de uma cooperativa de catadores de lixo.

Segundo o presidente do GIFE, Hugo Barreto, uma das conclusões que se pôde extrair do encontro foi a importância da articulação entre diferentes atores sociais. “”Ficou clara a percepção de que não chegaremos a uma verdadeira transformação social se não houver um alinhamento entre o primeiro, segundo e terceiro setores. E este alinhamento só será alcançado pelo conjunto da sociedade em todas as suas dimensões.””

Estabilidade Jurídica – A articulação dos associados GIFE como uma rede de investimento social privado favorece não só a troca de conhecimentos e aproximação conceitual, mas também gera impactos no ambiente governamental. Por intermédio do Programa Marco Legal do Terceiro Setor e Políticas Públicas, o GIFE atuou no aprimoramento e na tramitação de cerca de dez Projetos de Lei (PL) no Congresso Nacional. Exemplos recentes são o PL 1.300/99, sobre Fundos da Infância e da Adolescência (FIA), e o PL 6.999/06, de Incentivo ao Esporte.

Desde maio, quando no Congresso foi lançada a posição da Rede GIFE sobre o Marco Legal do Terceiro Setor Brasileiro, a atuação tem seguido cinco linhas claras, que resumidamente podem ser descritas como: menos burocracia para a organização do setor, porém maior transparência.

“”Como se viu ao final do ano, com a tramitação atabalhoada do Projeto de Lei que dava incentivo fiscal ao esporte nacional, não é mais possível discutir determinadas questões que envolvem toda a sociedade apenas a partir da perspectiva de um ou outro setor (no caso em questão, o esporte se contrapôs à cultura)””, afirma Fernando Rossetti.

Segundo ele, a questão dos incentivos fiscais e isenções tributárias tem efeito em toda a sociedade. Também está clara a falta de uma regulamentação mais ampla e sistêmica para resolve-la e evitar que interesses privados ou de grupos de pressão prevaleçam sobre o interesse público.

Para a diretora-executiva da Fundação Lemann, Ilona Becskeházy, também integrante do Conselho de Governança do GIFE, o trabalho realizado durante o ano passado em Brasília rendeu créditos ao Grupo. “”Os avanços do programa Marco Legal, a visibilidade e atuação política, os novos associados e todas as conquistas do ano foram fruto de um árduo trabalho conjunto que, sem dúvida, resultará na aceleração do desenvolvimento do Investimento Social Privado no Brasil””, afirma.

Internacionalização – Em 2006, o grupo também se manteve como uma das mais importantes organizações da filantropia mundial. Durante o ano, assegurou seu assento nos conselhos de organizações da infra-estrutura da sociedade civil global, como o Encontro Ibero-Americano do Terceiro Setor e a WINGS (Worldwide Initiatives for Grantmaker Support), a rede mundial de organizações que, como o GIFE, apóiam o trabalho social de institutos, fundações e empresas.

Essa atividade resultou na publicação de três obras, que ilustram a variedade de iniciativas que a organização vem desenvolvendo. A primeira é “”O melhor do redeGIFE“”, que traz uma coletânea de artigos e reportagens publicados no redeGIFE (espaço editorial do site) em seus primeiros dez anos de existência.

A segunda publicação foi produzida em oficinas participativas com comunicadores (jornalistas, assessores de imprensa, publicitários) e orienta “”Como divulgar ações sociais de empresas””. A obra é fruto do Workshop GIFE de Comunicação, evento anual voltado à qualificação das informações divulgadas pela mídia sobre Investimento Social Privado.

A terceira obra, composta de dois livros, mostra os resultados do Censo GIFE 2005/2006, um perfil do investimento no Brasil, após dez anos de atuação do GIFE.

O levantamento chamou a atenção para o aumento de projetos voltados para a juventude. Como principal beneficiada, a faixa etária entre 15 e 17 anos aparece em primeiro lugar nas ações realizadas pela Rede GIFE, seguido por jovens de 18 e 24 anos, em segundo lugar. Juntas, as duas faixas etárias representam cerca de um quarto dos projetos apoiados pelos associados. Também se descobriu que foram atendidas mais de cinco milhões de pessoas, por meio 2.210 projetos sociais, culturais e ambientais.

Os dados ainda aprofundam o conhecimento sobre a ação do investimento privado em educação, a principal área de atuação dos associados ao GIFE. O Censo GIFE Educação 2005 – 2006, patrocinado pelo Instituto Unibanco e sob a responsabilidade técnica de Simon Schwartzman, analisou as múltiplas dimensões da atuação de empresas na melhoria da qualidade do ensino.

Em resumo, o que se viu em 2006, não só entre a Rede GIFE de Investimento Social Privado como em todo o terceiro setor brasileiro é que começa a haver uma mudança de fase no movimento de responsabilidade social empresarial. “”Nos últimos 10, 15 anos, qualquer ação social era considerada boa. Era uma fase principalmente de mobilização. Em 2006, alguns episódios mostraram que já não basta manter projetos sociais, mas que estes precisam ter qualidade, planejamento e sistemas de avaliação de resultados””, comemora Fernando Rossetti.

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