GIFE discute caminhos para uma sociedade sustentável

Por: GIFE| Notícias| 13/03/2006

Para traduzir o que significa na prática o conceito de sociedade sustentável e avançar na busca de soluções para a sua construção, o 4º Congresso GIFE sobre Investimento Social Privado propõe uma programação que equilibra conceitos, diagnósticos e práticas envolvendo o primeiro, segundo e terceiro setores.

Durante três dias, entre 24 e 27 de maio, cerca de 600 pessoas estarão imersas em palestras, painéis e workshops que oferecem idéias e experiências inovadoras para potencializar suas práticas sociais em busca de um desenvolvimento sustentável. Outras 10 mil pessoas são esperadas para a 5ª Mostra de Ação Voluntária – Cidadania e Responsabilidade Social, evento realizado anualmente pelo Centro de Ação Voluntária de Curitiba (CAV), parceiro do GIFE na realização do Congresso.

Segundo Fernando Rossetti, secretário geral do GIFE, o tema do Congresso abrange todas as questões-chave que não apenas o Brasil, mas o mundo todo enfrenta hoje. “”A principal questão é que a sociedade como está é insustentável, pela escassez de recursos naturais, pela concentração de renda e as conseqüentes desigualdades causadas por ela””, explica.

Esse panorama não poderá ser modificado, na visão de Rossetti, sem algum nível de alinhamento entre o primeiro, segundo e terceiro setor. Isto é, sem a promoção de alianças estratégicas intersetoriais, em que governos, iniciativa privada e sociedade civil organizada trabalhem em conjunto para amenizar os problemas sociais, ambientais e econômicos.

Por outro lado, também é importante que a união dos três setores esteja focada em ações multisetoriais. “”Não se trata mais apenas de uma questão de desenvolvimento econômico, meio ambiente ou educação. Todas essas questões devem ser consideradas. E essa é a complexidade que envolve a construção de uma sociedade sustentável””, explica Rossetti.

Com essa responsabilidade, a edição 2006 do Congresso GIFE levará à Curitiba (PR), pesquisadores, especialistas e lideranças sociais nacionais e estrangeiras. A começar pelo jornalista e escritor David Bornstein, autor de Como mudar o mundo – Empreendedores sociais e o poder das novas idéias, que palestrará na noite do dia 24 de maio, a partir das 19h, durante a cerimônia de abertura.

A participação do jornalista se insere em uma das preocupações da organização do evento em levar aos participantes exemplos práticos de articulação social e política na criação de projetos sociais efetivos. O autor apontará em diferentes culturas e economias como se definem os papéis e responsabilidades dos diferentes setores da sociedade, com base nas experiências de empreendedorismo social relatadas em sua publicação, que será lançada em português durante o evento.

Nos outros dias de evento, a programação é dividida em grandes conferências matutinas e mesas de debates e painéis de discussão vespertinos.

No dia 25, a primeira conferência começa às 9h com um diagnóstico do investimento social privado no Brasil e da filantropia no mundo. Na ocasião, Hugo Barreto, presidente do GIFE, apresentará os resultados do Censo GIFE 10 Anos, a maior e mais detalhada análise do GIFE junto a sua base. Em seguida, Anna Peliano, diretora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), divulgará o recorte da região Sul da pesquisa nacional Ação Social das Empresas.

Na parte da tarde, as mesas de debates dividirão os públicos em quatro temas. A primeira é a Educação como Mecanismo de Transformação Social, quando um dos destaques será o lançamento do Censo GIFE Educação, que tem o apoio do Instituto Unibanco e a análise técnica de Simon Schwartzman, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS). “”Esse material mostra o que se faz, o que poderia ser feito e práticas bem-sucedidas que podem ser multiplicadas pelo país””, analisa Fernando Rossetti.

Ao mesmo tempo, o colombiano Guillermo Carvajalino, do Pacto Empresarial pela Educação, palestrará na mesa Parceria da Sociedade Civil com o Estado para a Construção de Políticas Públicas. Ele dividirá seu espaço com Peter Spink, responsável pelo Prêmio Gestão Pública e Cidadania, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP).

Na segunda parte da mesma mesa de debates, o mexicano Davi de la Garza, do Instituto Latino-Americano de Comunicação Interativa, uma das principais organizações regionais sobre educação, divulgará um estudo com as melhores práticas educativas na América Latina. O debate contará também com a diretora da Fundação Bradesco , Denise Aguiar, que mantém a maior iniciativa de investimento social privado do país

A terceira mesa será dividida em duas pautas de discussão: desenvolvimento de base e desenvolvimento sustentável. Com a presença de especialistas e organizações como a Rede América, que congrega diversas organizações de base, o objetivo do debate é, por um lado, mostrar como as iniciativas comunitárias tornam-se cada vez mais importantes no mundo, e, por outro, colocar a questão sócio-ambiental em foco como alicerce de desenvolvimento sustentável.

Com o tema central Organização da Sociedade Civil, a quarta mesa de debates apresentará novos modelos de Investimento Social Privado. A primeira parte das discussões será focada em Fundações Comunitárias, instituições sem fins lucrativos que têm como objetivo constituir fundos financeiros permanentes para projetos sociais voltados para as comunidades onde estão inseridas.

O destaque desta sessão é a presença de Juraj Mesik, especialista sênior em fundações comunitárias (FC) do Banco Mundial, que anunciará a criação de um fundo global para investimento em FCs.

Após o intervalo, novos palestrantes passam para o segundo tema: organização de Redes, quando a Fundação Avina apresentará o Iredes (Intercâmbio em Redes para o Desenvolvimento Sustentável). Trata-se de um sistema de informação, comunicação e colaboração, via internet, cujo uso permite maior interação de pessoas que trabalham em áreas de interesses comuns.

No terceiro dia de atividades, 26 de maio, a manhã começa com a Conferência Perspectivas para o Investimento Social Privado, que contará com a participação de Ruth Cardoso, do senador Aloísio Mercadante (PT-SP), do diretor do Banco Mundial para o Brasil, John Briscoe e da representante do Unicef Brasil, Marie-Pierre Poirier, entre outros. “”Essa conferência é a mais política do evento. Dela sairá uma análise mais macro estrutural do desenvolvimento do investimento social privado, com a visão de grandes organizações””, explica Fernando Rossetti, mediador da mesa.

Para a parte da tarde, foram selecionados quatro importantes caminhos para transformar desafios em oportunidades para o investimento social. Eles serão apresentados em quatro painéis simultâneos, de conteúdo mais ferramental, por profissionais e lideranças com grande entendimento e vivência sobre os temas: Como Avaliar e Medir o Resultado do Investimento Social Privado; Comunicação como Instrumento de Mobilização Social; Estratégias de Organização do Voluntariado; e Disseminando Metodologias através de Tecnologias Sociais.

Ao término dos painéis, os convidados serão encaminhados para a sessão de encerramento oficial do Congresso, onde será aprovada a Carta de Curitiba, que sintetizará a visão dos grupos envolvidos nas conferências, palestras e workshops realizados no evento.

Paralelamente ao Congresso, o GIFE disponibilizará Oficinas de Gestão compactas, que oferecem instrumentos e ferramentas gerenciais em atividades do terceiro setor. Com inscrição a parte e conteúdo mais básico, as oficinas compreenderão os temas: Comunicação para Organizações da Sociedade Civil, Cenário Social e Legislação Para o Terceiro Setor e Sustentabilidade e Captação de Recursos.

No dia 27, os congressistas ainda terão a oportunidade de visitar a 5ª Mostra de Ação Voluntária, tal como participar da última Oficina de Gestão, programada para a manhã desse dia. O GIFE também abrirá espaço para representantes das organizações participantes para realizar reuniões temáticas com possíveis parceiros.

“”Este será um evento único: o Congresso GIFE tratando de assuntos da mais alta relevância na agenda social, e com abordagens e participantes dos mais importantes no país e no mundo; e a Mostra do CAV, demonstrando a força da mobilização da sociedade civil em todas as esferas da filantropia e do protagonismo social, o que ilustra e testemunha o valor deste debate”” afirma Luiz Fernando Garcia, da Pulsar, consultoria que está promovendo a coordenação executiva do evento.

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