GIFE lança Visão do setor para 2020

Por: GIFE| Notícias| 09/04/2010

Um setor de Investimento Social Privado (ISP) relevante e legítimo, abrangendo diversos temas, regiões e públicos, formado por um conjunto sustentável e diversificado de investidores. Esta é a síntese da Visão ISP para 2020, apresentada pelo GIFE, na manha desta quinta-feira, dia 8, durante o 6° Congresso GIFE.

Embora seja um documento ainda em construção, a Visão já deixa claro quais são os desafios, as principais linhas de ação e os indicadores propostos para o aprimoramento e expansão do setor no Brasil para a próxima década.
“Ele foi elaborado de forma participativa, não apenas com associados à Rede GIFE, mas também com organizações sociais convidadas a participar dos quatro encontros que fundamentaram todo o material”, explicou o secretário-geral do GIFE, Fernando Rossetti, que apresentou o trabalho.
A visão para o setor foi elaborada a partir de três grandes eixos temáticos:
– Relevância e Legitimidade
– Abrangência (temática e geográfica)
– Diversidade de investidores
O primeiro está relacionado à atuação dos investidores sociais que, segundo Rossetti, deve ser reconhecida como relevante pelo público envolvido e pela sociedade em geral. “A legitimidade social só se constrói se o setor tiver relevância”, argumentou.
Para isso, as organizações devem aprimorar seus indicadores de gestão e transparência, que servirão de base para a elaboração de estratégias de interlocução com a sociedade.
Já o segundo eixo, o da Abrangência, tem como base o fato de que o investimento social de origem privada está concentrado tanto regionalmente como tematicamente. “Por um lado, o investimento está centralizado no Sudeste e no Sul do Brasil. De outro, há temáticas mais consensuais – como educação, saúde, cultura e juventude – que deixam alguns assuntos e públicos descobertos”, acredita.
Para assegurar essa abrangência é necessário ampliar a prática de doação e diversificar as estratégias de investimento. No entanto, Rossetti lembra que há um complicador nessa questão: a predominância do investimento corporativo, em comparação ao familiar ou comunitário.
“O investimento corporativo, mesmo o mais sofisticado e voltado ao bem comum, tem um limite: a própria marca. É muito raro uma empresa se envolver em causas ou ações sociais que podem gerar conflitos e polêmicas. Assim, é uma tendência destinar recursos a fins consensuais como educação e cultura, cujo potencial de risco é muito menor a temas como reforma agrária e defesa dos direitos humanos”, argumenta.
Assim, o terceiro eixo temático, dedica-se a alterar esse contexto e estimular a diversidade do setor da filantropia no Brasil. Pesa para os próximos 10 anos, fomentar um ambiente mais propício para a criação de fundações independentes, sejam elas comunitárias, individuais ou familiares.
Como ações prioritárias, o documento defende, por exemplo, incidir no marco regulatório no terceiro setor. “A legislação brasileira não incentiva a criação dessas formas de filantropia. Pelo contrário, além de toda a burocracia, taxam sua criação”, lembrou Rossetti.
Na equação do secretário-geral, e de todas as organizações que colaboraram com o GIFE na construção da Visão, quanto maior a diversidade de fundações, maior será a diversidade de temas a serem beneficiados. “Em países em que a filantropia é madura, são os indivíduos, famílias e as organizações independentes que financiam temas de pouco consenso”, concluiu.

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