Grupo discute desafios da educação para o desenvolvimento sustentável

Por: GIFE| Notícias| 12/03/2010

Rodrigo Zavala

Políticas públicas construídas sem participação de agentes sociais, ausência de espaços para debate, pouco alinhamento conceitual, restrição à comunidade escolar, pouca continuidade de projetos, falta de articulação e repertório nas ações sociais, dificuldades em mobilizar pessoas, a inexistência de relações duradoras com o poder público, prazos curtos para metas imediatas, escassez de produção teórica.
Esses foram considerados os principais desafios enfrentados por investidores sociais que trabalham com o tema de educação para a sustentabilidade, convidados a participar do primeiro Painel Temático de Educação Ambiental, realizado pelo GIFE em parceria com o Instituto Estre. O evento, que teve o apoio da Philips, contou com a participação de 43 lideranças de organizações associadas à Rede GIFE.
Com o objetivo de alinhar os conceitos entre gestores com atividades fins similares, o painel foi planejado para que seus participantes debatessem em grupos e levantassem os principais obstáculos para trabalhar o tema nas empresas, fundações e institutos que gerenciam. Daí, as conclusões que estão na abertura desta reportagem.
“Como quase todas as questões sociambientais, esta também é emergente. Ainda estão sendo tateados os processos educativos sobre como salvar o planeta. Informação não é suficiente para mudar as ações do cotidiano”, afirmou o professor Marcos Sorrentino, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) da USP, convidado como apoio teórico para as discussões.
Na visão do especialista, é um erro reduzir a missão da educação ambiental à conservação da natureza, como também é um erro transferir só para ela essa responsabilidade. “O Estado-Nação tem que buscar o equilíbrio, tem que dar conta da sobrevivência do ser humanos no planeta, ao mesmo tempo que deve convencer cada setor da sociedade a atuar conjuntamente. Essa é uma obrigação de todos os seres humanos e de suas organizações”, argumentou.
Antes que achassem seus projetos diminutos frente ao agravamento quase diário das mudanças climáticas, os participantes foram acalmados por Sorrentino. “Quando você trabalha em escala local, é possível ficar em um dilema, quando visto o contexto geral dos desafios ambientais. Mas é um falso dilema. O problema não é fazer pouco, mas fazê-lo sem pensar em algo maior e de forma desarticulada.”
A coordenadora-geral de Educação Ambiental do Ministério da Educação, Rachel Trajber, fez coro aos argumentos do professor da ESALQ e disse que algumas iniciativas já estão sendo tomadas e podem servir como referência. No âmbito da Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Educação realizam, em parceria com UNESCO, PNUMA, UNICEF, PNUD e Fondation Charles Léopold Mayer pour le Progès de l′Homme, a Conferência Internacional Infanto-Juvenil – Vamos Cuidar do Planeta.
Trata-se uma campanha pedagógica que traz a dimensão da política ambiental para a educação. Ela mobiliza e engaja jovens (entre 12 e 14 anos) em pesquisas e debates com a comunidade escolar sobre os desafios socioambientais. “Se apropriar do que já é feito seria um bom começo”, afirmou, lembrando dos materiais já disponibilizados pelo MEC (http://confint2010.mec.gov.br/).

Para o gerente da área de Gestão de Conhecimento do GIFE, André Degenszajn, a importância do alinhamento dos atores que promovem uma educação para o desenvolvimento sustentável é importante, pois existe uma pressão cada vez maior sobre esse tema. “O contexto atual nos levará a outra relação com o meio ambiente e será uma ação ampla e integral de toda a sociedade”, lembra.

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