Iniciativas apoiadas por associados do GIFE são reconhecidas como inovadoras pelo Ministério da Educação

Por: GIFE| Notícias| 29/02/2016

Muito além do ensino apenas de português, ciências ou matemática. No lugar, mais cultura, exploração do território, valorização do conhecimento das comunidades e, o principal, o jovem como centro do seu processo de aprendizagem e agente transformador.

Foram elementos como estes que chamaram à atenção do Ministério da Educação (MEC) para a criação do “Mapa da Inovação e Criatividade na Educação Básica”. A iniciativa reconheceu 178 instituições educacionais brasileiras, entre organizações não governamentais, escolas públicas e particulares, pelo seu trabalho de inovação e criatividade na educação básica. Entre elas, diversos projetos apoiados por associados do GIFE em diferentes partes do Brasil.

A criação do Mapa teve início em setembro de 2015, quando o MEC lançou uma chamada pública à qual se apresentaram 682 entidades. A avaliação das instituições, feita por grupos de trabalho regionais, levou em conta cinco dimensões: gestão, currículo, ambiente, método e articulação com outros agentes.

Depois da avaliação, foram selecionadas 138 instituições que já trilham um longo caminho na prática da inovação e 40 organizações que estão caminhando na direção da inovação com vistas a garantir qualidade à educação oferecida.

Segundo dados do MEC, as instituições reconhecidas representam as cinco regiões do país. A maior parte delas são escolas (74%), entre as quais 52,5% são públicas e 47,5% particulares; os atendimentos compreendem a educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos (EJA).

Juventude

Uma das iniciativas de destaque é o Programa Jovens Urbanos, da Fundação Itaú Social, sob coordenação técnica do Cenpec. O programa foi criado em 2004 para promover, na perspectiva da educação integral, a ampliação do repertório sociocultural de jovens que vivem em territórios urbanos vulneráveis. O Jovens Urbanos desenvolve, implementa e dissemina tecnologias de trabalho com a juventude por meio de processos de formação ampliada, geração de oportunidade e inserção produtiva, além de contribuir para que esses jovens concluam o Ensino Médio e tenham acesso ao Ensino Superior.

Patricia Mota Guedes, Gerente de Educação da Fundação Itaú Social, destaca que o reconhecimento do MEC reforça a mensagem de que o desafio de se garantir educação pública de qualidade para todos não é só do setor público e precisa contar com o envolvimento amplo da sociedade civil.

“Nesse sentido, as organizações do terceiro setor têm um papel importante, sobretudo quando articuladas em rede, como parceiras dos governos municipais, estaduais e federal. Existem tecnologias desenvolvidas por organizações sociais, que podem ajudar na solução de questões mais amplas da educação. Algumas podem inspirar políticas públicas e programas de larga escala liderados pelo setor público, outras podem se tornar aliadas estratégicas da escola na ampliação dos tipos de aprendizagem ofertados para a juventude. Esse mapeamento desenvolvido pelo MEC é uma fonte de referência muito rica para que as redes tenham acesso e possam buscar formas conjuntas de atuação e práticas inspiradoras”, destaca.

Na avaliação de Patricia, o Jovens Urbanos conquistou essa participação no Mapa devido a dois elementos que garantem inovação: o investimento forte na composição de redes de organizações e lideranças locais e um olhar atento para os novos movimentos e demandas juvenis.

Isso se concretiza de diversas formas. Uma delas é a realização anual na cidade de São Paulo de uma edição do Jovens Urbanos, com um caráter de laboratório, a fim de vivenciar o contato direto com o território e o aprimoramento da metodologia. No ano passado, por exemplo, o programa foi realizado em Cidade Tiradentes e, pela primeira vez, foi estabelecida uma parceria com a rede estadual de São Paulo, para que os professores mediadores, em conjunto com outros agentes do território, como coletivos, organizações locais e os jovens, planejassem conjuntamente atividades de circulação por diversos equipamentos e espaços do bairro e da cidade.

“As avaliações de impacto do programa ao longo desses anos apontam que estamos no caminho certo: apresentam resultados significativos no aumento de renda, empregabilidade e entrada no ensino superior para os participantes”, comenta Patricia.

Tecnologia

Outro projeto de destaque no Mapa da Inovação é a Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia –  unidade de Belo Horizonte (Minas Gerais), desenvolvida pelo Oi Futuro.

A iniciativa oferece a jovens de comunidades populares urbanas, estudantes ou egressos da rede pública, formação em artes gráficas e digitais. A ideia é que os jovens jovens se apropriem das tecnologias da comunicação e da informação em processos criativos, podendo assim atuar nos campos de trabalho artístico e cultural.

Em 2010, o programa obteve o prêmio A Rede, na categoria Capacitação, da Modalidade Setor Privado. Já em 2012 e 2013, o programa recebeu o prêmio Construindo a Nação, promovido pelo Instituto da Cidadania Brasil junto com a CNI-SESI, na categoria políticas públicas.

Além de Belo Horizonte, a Oi Kabum está ainda em Recife, Rio de Janeiro e Salvador. Toda a experiência da iniciativa foi, inclusive, sistematizada recentemente no livro “Oi Kabum! 12 anos – juventudes, experiências e aprendizados em Arte e Tecnologia”.

Também no campo da tecnologia, quatro escolas apoiadas pela Fundação Telefônica foram reconhecidas pelo MEC e fazem parte do Mapa. São elas: Escola Municipal de Ensino Fundamental Zeferino Lopes (Viamão – RS), Escola Municipal de Ensino Fundamental Presidente Campos Salles (São Paulo – SP), Escola Municipal de Ensino Fundamental Desembargador Amorim Lima (São Paulo – SP) e Escola Municipal André Urani ou “Gente” (Rio de Janeiro – RJ).

As instituições de ensino participam do projeto Escolas que Inovam, que visa inserir as TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) como parte do projeto pedagógico dessas escolas e a adequação da infraestrutura para o uso das tecnologias.

O objetivo é auxiliar a conectar professores e alunos à tecnologia, contribuindo para potencializar o aprendizado, engajar os alunos com as disciplinas e tornar o projeto uma fonte de inspiração para outras iniciativas de instituições públicas e privadas.

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