Rodrigo Zavala

Com o objetivo de conscientizar investidores e atrair capital para organizações que pensam a preservação do meio ambiente, a responsabilidade social e a governança corporativa, instituições financeiras aderem cada vez mais a fundos de investimento socialmente responsáveis.

Compostos, exclusivamente, por ações de empresas que possuam políticas sócio-ambientais com investimentos no setor, os Fundos apresentam crescimento ano a ano e começam a valorizar essas práticas no mercado.

Na última semana, foi a vez do banco HSBC ampliar seu leque de produtos socialmente responsáveis, quando lançou o FIA HSBC Sustentabilidade Empresarial, um fundo de investimento atrelado ao Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). O índice, lançado no final do ano passado pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), é composto por ações de empresas selecionadas por representantes de seis entidades: Anbid, Apimec, IBGC, Abrapp, Instituto Ethos e Ministério do Meio Ambiente.

Fernando Meibak, CEO do HSBC Investments, acredita que as empresas com boas práticas tendem a ser mais valorizadas ao longo do tempo e esse é um fator importante na escolha de produtos e serviços. “”O fundo terá rentabilidade compatível com a performance do conjunto de empresas integrantes do índice ISE e, como diferencial, gera benefícios à sociedade por investir em empresas que se preocupam com o desenvolvimento sustentável””, comenta.

O HSBC segue agora um caminho trilhado por outras instituições, como é o caso do ABN Amro Real. A instituição lançou, em novembro de 2001, o Fundo Ethical, na época o primeiro fundo de investimento no país a integrar esse tipo de empresa em sua carteira de ações.

“”Não se trata apenas de mais um produto financeiro. Para o cliente, além do investimento em si, ao optar por este tipo de fundo ele está, indiretamente, incentivando as empresas a adotarem e manterem práticas de responsabilidade social e de respeito ao meio ambiente””, afirma seu presidente, Fábio Barbosa.

Anos mais tarde, o Banco Itaú e o Banco Itaú BBA, em vez de criarem seus Fundos, começaram a fazer parte da carteira de investimento, numa dinâmica que os diferencia de seus concorrentes. Em 2004, aderiu aos Princípios do Equador, quando os bancos se comprometem a observar a política social e de meio ambiente da IFC (Internacional Finance Corporation), organismo do Banco Mundial, nas operações de financiamento de projetos acima de US$ 50 milhões.

Por essas práticas, o Itaú foi reconhecido internacionalmente e passou a integrar também o Dow Jones Sustainability World Index (DJSI World) e compõem o Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovesp. Segundo o banco, “”as ações integrantes do ISE são selecionadas entre as mais negociadas na Bovespa em termos de liquidez e ponderadas na carteira pelo valor de mercado dos ativos disponíveis à negociação””.