O Instituto Clima e Sociedade (iCS) – novo associado ao GIFE – traz em sua missão temáticas essenciais de serem inseridas no âmbito do investimento social privado, tendo em vista sua urgência em serem implementadas no país.

A organização – criada em 2015 a partir da LARCI Brasil (Latin American Regional Climate Initiative), organização regional que fazia parte da rede da ClimateWorks – visa promover iniciativas e políticas estratégicas que assegurem o desenvolvimento próspero e de baixa intensidade em carbono do Brasil, por meio do fomento de organizações e projetos da sociedade civil e de governos, engajando o setor filantrópico nas questões climáticas e servindo como uma ponte entre parceiros e outros atores.

“As pessoas precisam se ater ao fato de que a questão da mudança climática não é um tema da área ambiental, mas algo transversal a qualquer iniciativa. As organizações que trabalham com educação, por exemplo, precisam trazer esse debate para os currículos. As entidades que atuam em saúde, sabem que há uma relação direta entre várias doenças que estão surgindo por conta das alterações no clima. Ou seja, é um tema que diz respeito ao desenvolvimento e às desigualdades. Por isso, esperamos que, por meio da Rede GIFE, possamos encontrar parceiros para trabalhar juntos nesta perspectiva”, comenta Ana Toni, diretora executiva do Instituto.

Ana destaca ainda a importância desta articulação no ano de 2016, momento no qual o governo brasileiro se prepara para a implementação das definições estabelecidas no Acordo do Clima de Paris – divulgado em dezembro do ano passado – e também dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

“Por isso, o Instituto irá realizar uma série de atividades e debates sobre assuntos presentes nestes instrumentos, como, por exemplo, a importância da eficiência energética e energias renováveis, além de monitorar a aplicação dos mesmos”, afirma Ana.

O iCs irá também articular iniciativas na questão da mobilidade urbana, aproveitando o momento das eleições municipais no fim do ano. “Já temos ações com este enfoque no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Recife e queremos que elas entrem na agenda dos candidatos. Para isso, pretendemos desenvolver campanhas e pesquisas”, comenta a diretora.

Atuação

Atualmente, o iCS conta com três áreas programáticas: mobilidade urbana, energia elétrica e política climática. A primeira frente de ação tem como objetivo diminuir a emissão de carbono da área de transporte urbano, dando ênfase ao direito à mobilidade das pessoas. Para isso, apoia projetos de aprimoramento do planejamento de transporte público, incentivo aos ciclistas, segurança de pedestres etc.

Já na frente de energia, a ideia é fomentar iniciativas que ajudem a aumentar a eficiência energética, promovendo energias renováveis como biomassas, solar e eólica. E, por fim, na área de política climática, o iCS atua com pesquisas e advocacy, visando identificar de que forma as políticas internacionais de mudanças climáticas se refletem nas políticas brasileiras.

Em 2015, o Instituto apoiou 19 projetos na três vertentes, além de promover uma série de iniciativas para a aproximação entre financiadores e proponentes de projetos.