Com o objetivo de contribuir para a redução do tempo entre o surgimento da doença e o diagnóstico, o Instituto Ronald McDonald lançou no último dia 29, o Programa Diagnóstico Precoce do Câncer Infanto-Juvenil. A iniciativa, criada em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope), prevê a capacitação de profissionais de Saúde da Família, incluindo médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, dentistas e agentes comunitários de saúde para suspeitar e encaminhar adequadamente casos de crianças e adolescentes que possam ter câncer.

Na etapa piloto do Programa, serão investidos R$ 530 mil na capacitação de, aproximadamente, 2.800 profissionais responsáveis pela cobertura de cerca de 700 mil habitantes. Nesta fase, o Instituto Ronald McDonald selecionou projetos de nove instituições que cuidam de crianças e adolescentes em tratamento de câncer nas cidades de Maceió (AL), Salvador (BA), São Luis (MA), Montes Claros (MG), Campo Grande (MS), Recife (PE), Cascavel (PR). Natal (RN) e Santo André (SP).

“”Cada uma destas instituições realizará o trabalho de conscientização de acordo com sua realidade””, enfatiza o superintendente do instituto, Francisco Neves. “”E cada profissional capacitado será um multiplicador deste conhecimento””, acredita.

O programa estimulará ainda a organização da rede de atenção oncológica nas regiões onde será implantado. “”Em São Paulo temos alguns dos melhores centros de tratamento do mundo, mas muitas crianças e adolescentes só são encaminhados quando estão em um estágio avançado da doença. Por isso é preciso eliminar esse gargalo””, afirma o presidente da Sobope, Renato Melaragno.

Além disso, os profissionais que participarem do Programa serão incluídos em uma rede de relacionamento, por meio de um portal na Internet, onde terão acesso a diversas ferramentas de apoio.

Mesmo com toda a evolução na qualidade do tratamento nos hospitais do País, o câncer, de acordo com o Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS), é a segunda causa de morte na faixa etária de 1 a 19 anos. O INCA calcula que por ano sejam registrados 9.890 casos novos da doença. Se diagnosticados na fase inicial, a chance de cura de alguns tipos de tumor pode chegar a 90%, segundo a Sobope.

“”Muitas crianças são levadas aos postos de saúde em um estágio inicial, mas o diagnóstico só é feito depois de vários meses porque o profissional da área médica, muitas vezes, não está atento aos principais sintomas. Essa demora praticamente inviabiliza o sucesso do tratamento””, declara o médico Melaragno,