O Instituto Souza Cruz é o mais novo associado do GIFE. Criado no ano de 2000 como braço social de sua mantenedora, o instituto realizava ações voltadas para conscientização ambiental e o incentivo a manifestações artísticas e culturais e de apoio ao produtor rural e suas famílias.

No entanto, em 2003, a organização colocou seus programas e parcerias a serviço de um segmento específico: o jovem do campo. A ideia é de o jovem, preparado tecnicamente e consciente de seu papel social, pode se tornar um importante agente de mudanças para o desenvolvimento sustentável das áreas rurais.

Por que os jovens?
Segundo dados do IBGE, na virada do milênio havia no Brasil mais de 30 milhões de jovens, compreendidos numa faixa de 16 a 24 anos. Além de representarem cerca de 20% da população total do país, esses jovens compõem um segmento estratégico para quaisquer ações que visem à transformação da realidade social.

A incorporação do jovem ao processo de desenvolvimento territorial não apenas lhe abre perspectivas de ocupação produtiva e aumento de renda, mas confere um caráter perene ao desenvolvimento, já que a sua sustentabilidade só pode ser garantida pela continuidade no tempo e através das gerações. É, portanto, o público ideal para as ações sustentáveis capazes de estimular exemplos organizativos, autônomos e autogestionários.

Por que o desenvolvimento rural?
São muitas as pesquisas sobre o campo brasileiro. Se por um lado constata-se o crescimento do setor rural, por outro, alguns estudos revelam que, apesar de os agricultores familiares contribuírem expressivamente para o crescimento da economia, muitos ainda enfrentam dificuldades que inviabilizam sua sustentabilidade econômica e social.

Assim, a organização percebeu que somente a transferência de recursos não é suficiente para que a maior participação econômica da agricultura no PIB se converta em resultados sociais significativos. Uma agricultura forte e economicamente ativa depende do investimento na capacitação das pessoas que vivem no campo. Sem isso, as desigualdades sociais continuarão sendo reproduzidas.

Preparar o jovem para exercer papel estratégico no desenvolvimento rural e, concomitantemente, dar novas perspectivas a esse processo, ao enriquecê-lo como um novo protagonista, são os desafios que o Instituto se propõe enfrentar.

Conheça as ações:
Programa Empreendedorismo do Jovem Rural (PEJR)
Como principal iniciativa do Instituto, o programa dedica-se ao desenvolvimento integral da juventude do campo, na busca de formas sustentáveis de geração de renda para a melhoria da qualidade de vida das comunidades rurais.

Voltado para jovens de 16 a 24 anos, o PEJR tem como um dos objetivos estimular a formação de competências humanas, técnicas e gerenciais capazes de desenvolver nos jovens uma atitude empreendedora frente a situações que envolvam sua individualidade e sua coletividade.

As organizações parceiras que implementam o programa recebem apoio técnico, pedagógico e financeiro do Instituto Souza Cruz, oferecendo formação e oportunidades para que esse jovem se prepare para criar e desenvolver seus negócios de maneira competitiva e cooperativa, sustentada e socialmente responsável.

Parcerias
Em 2000, a partir de um processo de construção coletiva, o programa resultou na criação do Centro de Desenvolvimento do Jovem Rural (Cedejor), OSCIP que hoje implementa o PEJR em três territórios: Vale do Rio Pardo (RS); Encostas da Serra Geral (SC); e Centro-Sul do Paraná (PR).

Em 2008, teve início uma turma do PEJR em Caminhos do Tibagi, um território formado por oito municípios da região noroeste do Paraná – dentre os quais o de Tibagi, onde ocorrem as alternâncias presenciais. A implantação do programa foi resultado de uma parceria do Instituto Souza Cruz com o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná, o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater- PR), a Fundação Terra e as prefeituras locais.

O Instituto Souza Cruz também estabeleceu uma parceria com a Empresa de Pesquisa e Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/SC), em 2006, para a implementação de um projeto-piloto do PEJR no Centro de Treinamento da empresa, em Campos Novos, no meio-oeste catarinense. Em 2008, 28 jovens concluíram a formação e receberam o título de Agentes de Desenvolvimento Rural e, simultaneamente, foi realizada uma avaliação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que recomendou a manutenção e ampliação da abrangência do PEJR e da parceria diante dos resultados alcançados.

Mais de 200 jovens já passaram pelo programa ao longo de nove anos, e outros 162 estão em formação para transformar suas realidades locais.

Rede de Fortalecimento Institucional do Jovem Rural

A Rede de Fortalecimento Institucional do Jovem Rural é um projeto coletivo, capitaneado pelo Instituto Souza Cruz, e formado por outras cinco organizações que atuam em prol da juventude rural. São elas: Associação Regional das Casas Familiares Rurais do Sul do Brasil (Arcafar/Sul); Centro de Desenvolvimento do Jovem Rural (Cedejor); Movimento de Educação Promocional do Estado do Espírito Santo (Mepes); Movimento de Organização Comunitária (MOC); Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta).

O objetivo da parceria é promover ações de cooperação e defesa conjunta da causa do jovem rural brasileiro, favorecendo a integração dos projetos alternativos de Educação do Campo que visam ao desenvolvimento sustentável dos territórios rurais.

Em quatro anos, a Rede de Fortalecimento promoveu conjuntamente as seguintes iniciativas:

– Jornada Nacional do Jovem Rural

A Jornada, promovida a cada dois anos, reúne jovens e educadores do campo de todas as regiões do país, ligados a organizações que investem/trabalham com projetos de Educação do Campo, para troca de experiências e pauta de ações futuras.

A primeira edição foi em 2005, na cidade de Gramado (RS). Cerca de 300 participantes entre jovens, educadores e técnicos refletiram sobre a educação e formação do jovem rural, com enfoque no empreendedorismo. O encontro também teve como pauta a discussão dos ideais e expectativas da juventude rural, a importância do protagonismo juvenil na construção de políticas públicas voltadas para o trabalho, a cultura e a educação, além de reforçar as alianças políticas em torno do projeto de educação e desenvolvimento.

Em 2007, a segunda edição da Jornada foi realizada em Luziânia (GO) e Brasília (DF) e reuniu cerca de 700 jovens, educadores e profissionais do campo para debater as políticas públicas e desenvolvimento sustentável dos territórios rurais. Ao final da II Jornada, os resultados das discussões foram condensados em uma carta que foi entregue a representantes da presidência da república e do presidente da Câmara dos Deputados, Doutor Arlindo Chinaglia.

Em 2009, entre os dias 22 e 25 de setembro, sob o tema “”Trabalho e sustentabilidade do Campo””, a jornada será realizada em Glória do Goitá (PE), região de predominância estritamente rural, reunindo 800 participantes e quase 50 organizações de todo o Brasil.

– Intercâmbio da Juventude Rural Brasileira

Conhecer novas culturas, paisagens e sotaques é uma aventura que amplia horizontes e transforma paradigmas. Assim é o Intercâmbio da Juventude Rural Brasileira, que, assim como a Jornada, é promovido a cada dois anos. Duas edições foram promovidas em 2006 e 2008, reunindo quase 200 participantes e beneficiando diretamente cerca de 800 pessoas (entre jovens e familiares). A próxima edição será em 2010.

A iniciativa é voltada para o aprendizado e a troca de experiências entre as diferentes realidades sociais do meio rural brasileiro, contribuindo para a integração dos jovens rurais participantes de diferentes programas e/ou ações institucionais de desenvolvimento rural sustentável; constituição de uma rede de empreendedorismo juvenil; e a compreensão da diversidade.

Para conhecer mais sobre as ações da Rede de Fortalecimento Institucional do Jovem Rural acesse: http://www.jovemrural.com.br

Câmara de Juventude Rural
A Câmara de Juventude Rural do Fórum de Desenvolvimento Rural Sustentável é um espaço de articulação institucional e intercâmbio de ideias, conhecimentos e experiências, focado estrategicamente nas organizações que possuem ou almejam executar programas de educação e desenvolvimento de jovens rurais.

É resultado direto da parceria entre o Fórum DRS, do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), e a Rede de Fortalecimento Institucional do Jovem Rural.

Para saber mais sobre a historia do Instituto e mais detalhes sobre suas ações, acesse: www.institutosouzacruz.org.br.