Institutos investem em Fundo Juntos pela Educação para a promoção da educação integral

Por: GIFE| Notícias| 21/05/2012

* Daniele Próspero – especial para o rede GIFE

A atuação em conjunto na área de investimento social privado tem levado novas oportunidades de promoção de uma educação com qualidade à região Nordeste. Trata-se do Programa pela Educação em Tempo Integral, uma iniciativa do Fundo Juntos pela Educação , mantido pelo Instituto Arcor Brasil e Instituto C&A. O Fundo apóia financeira e tecnicamente projetos que contribuam para a efetivação do direito ao desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens, promovendo a ampliação de oportunidades educativas e sócio-culturais.

Criado em 2004, como forma de dar continuidade às ações já apoiadas pela VITAE, que estava saindo do país, o Programa promoveu, entre 2005 e 2010, um primeiro ciclo, envolvendo mais de 70 organizações, em Campinas (SP) e municípios da Paraíba. Bibliotecas, salas de leitura e escrita, hortas e oficinas artísticas e culturais foram viabilizadas em função das redes locais constituídas no primeiro ciclo.

Agora, o programa está no seu segundo ciclo, com atuação em Pernambuco e no Ceará. O Nordeste foi escolhido para sediar os projetos desta etapa em função dos desafios educacionais existentes na região e por apresentar boas propostas, durante seleção de projetos, realizada no ano passado. Os sete projetos que fazem parte desta etapa – três da região metropolitana de Recife e quatro da região metropolitana de Fortaleza – beneficiam mais de 3 mil crianças e adolescentes moradores em territórios de alta vulnerabilidade social. Os projetos serão acompanhados até o final de 2013, sendo reavaliados a cada ano. Cada projeto recebe até R$ 60 mil.

Entre as iniciativas que vêm sendo desenvolvidas, está a valorização da cultura e identidades locais entre crianças de comunidade quilombola em Horizonte (CE); promoção da cultura da paz entre jovens de Igarassu (PE); e o teatro como instrumento para o resgate de histórias pessoais e coletivas em Fortaleza; entre outras.

Priscila Fernandes, coordenadora do Programa Educação Infantil e Programa Educação Integral, do Instituto C&A, destaca que, diante dos imensos desafios para a promoção de uma condição de igualdade no acesso a um ensino de qualidade e ampliação de oportunidades educativas, somente uma ação articulada, entre vários segmentos sociais, poderá contribuir para superá-los. “Acreditamos que atuar em parceria com outros investidores sociais privados é uma experiência muito interessante. Esta parceria ajuda a potencializar recursos técnicos e financeiros, além de promover uma importante reflexão sobre concepções de educação e produzir conhecimentos a partir das nossas experiências”, enfatiza.

Para gerenciar o Fundo, os institutos constituíram um Comitê Gestor, que toma as decisões estratégicas, e um Comitê Técnico, que atua na operação do Programa pela Educação Integral. As decisões são tomadas conjuntamente por representantes do Instituto C&A e Instituto Arcor e operadas por um coordenador geral e dois coordenadores regionais nos Estados.

Durante o mês de maio, o Fundo está promovendo o II Encontro Regional de Acompanhamento e Formação do Programa. Nos dias 15 e 16 deste mês, representantes dos projetos das regiões metropolitanas de Recife (PE) se reuniram para discutir sobre a qualidade das relações e aproximação dos projetos com a comunidade local e também em estratégias visando maior participação das famílias e comunidades nas redes de educação integral. Já nos dias 29 e 30 de maio, será a vez de reunir os quatro projetos da região metropolitana de Fortaleza.

Rosangela dos Anjos, coordenadora geral do Programa, enfatiza que a proposta dos encontros é pensar também sobre a prática dos projetos a partir de uma grande rede, tendo em vista que as ações são promovidas não apenas por uma associação, mas por um grupo, reunindo escolas públicas, Centros de Referência em Assistência Social (CRAS), ONGs, associações de moradores, entre outros. É o Grupo Gestor, com representantes das quatro entidades responsáveis por cada um dos projetos, que recebe os recursos e define os encaminhamentos. Trata-se de uma gestão coletiva do projeto.

“O desafio do primeiro ano foi justamente que as organizações pudessem se ver como parceiras, pois antes cada uma estava no seu espaço, fazendo suas ações. A proposta foi transformar um ajuntamento de organizações numa real articulação. Hoje, já existe uma prática de reuniões sistemáticas para que possam pensar o projeto com ações estratégias e não pontuais. Percebemos entre elas esta satisfação de poder compartilhar, dividir e de não se sentir só diante dos desafios”, comenta Rosangela, destacando que este processo é fortalecido ainda mais quando há uma articulação com a comunidade local, por isto a escolha do tema para este II Encontro.

Durante o encontro, as organizações produziram ainda um plano de ação, que deverá ser executado nos próximos meses, com o objetivo de aproximar os projetos da comunidade e das famílias das crianças e adolescentes participantes. Até o próximo encontro, que será realizado em outubro, os coordenadores regionais irão apoiar a realização das ações previstas nos planos, com acompanhamento semanal feito por visitas.

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