Investidores sociais devem alinhar posicionamentos para Rio+20
Por: GIFE| Notícias| 30/09/2011Rodrigo Zavala*
Os investidores sociais brasileiros também devem buscar alinhamento para as suas proposições à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, tal como faz o restante da sociedade civil organizada. O alerta foi dado pelos palestrantes convidados pelo GIFE no “Painel Temático – O Investimento Social diante da Rio+20”, realizado na manhã do último dia 30, em São Paulo.
Aron Belinky foi didático ao descrever a cadeia de eventos e os órgãos envolvidos nos dias que antecedem e sucedem o encontro da ONU. Diferentemente da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, realizada em dezembro de 2009, ou mesmo a ECO 92 (Em 1992, no Rio de Janeiro), a Rio+20 possui apenas três dias oficiais e não 15, como é de praxe.
Segundo Lyrio, é esse o momento mais propício para os atores, como os investidores sociais, por exemplo, influírem na agenda. “No entanto, o Brasil pode estimular a discussão e gerar novos debates, mas a pauta é da ONU, com o sistema multilateral que a marcam”, lembra.
Isto não quer dizer, porém, que a participação trará uma contribuição minguada à pauta. “A conferência irá gerar uma articulação da sociedade civil organizada que pode se tornar diretrizes políticas, independentemente dos resultados finais da Rio+20. Não queremos que ela seja um fracasso como a Cop 15, mas a ebulição que a conferência irá causar já trará benefícios para o país”, argumenta Lyrio.
Nesse bolo se encontram uma série de esferas que podem ser providenciais para as organizações que querem contribuir. A primeira, e oficial, são as propostas que devem ser enviadas direto para a Secretaria Geral da ONU para a Rio + 20, assessorada pelo chinês Sha Zukang, até o dia 01 de novembro. Há também as organizações setoriais temáticas.
No mesmo bojo oficial, os interessados podem participar diretamente em processos no Brasil (a partir de espaços abertos pelo governo e sociedade civil, como o Comitê Facilitador da Sociedade Civil para a Rio+20) ou por meio de associações. “Há também os eventos paralelos, que podem ser apoiados, promover formação de opinião, além da possibilidade de pautar os temas da conferência no próprio setor e na mídia”, explicou Belinky.
De forma geral, espera-se que as decisões tomadas na Rio+20 sejam mais que um balanço dos últimos 20 anos que a separam da Rio 92, marco na história socioambiental mundial. Embora seja ainda prematuro esperar grandes resoluções, não são descartados acordos políticos, como: Declaração do Rio, de Janeiro, Agenda 21, Declaração de Princípios sobre as Florestas, Convenção sobre Mudança do Clima e Convenção sobre a Diversidade Biológica.
“É também importante, nesse sentido, que a conferência traga sinais políticos para destravar processos”, lembrou Lyrio, que, entre suas colocações disse estar otimista, muito embora, como ele mesmo colocou, seja um “otimismo cauteloso”.