Investidores sociais querem alinhar recursos para Educação
Por: GIFE| Notícias| 29/06/2009Tatiana Vieira
Debater o alinhamento entre investidores sociais e o governo em prol de um ensino de qualidade para o alcance de melhores resultados foi o objetivo do 2º Workshop de Alinhamento do Investimento Social Privado em Educação. Realizado no dia 26 junho, o evento é promovido pelo GIFE, Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) e Todos pela Educação e contou com a participação de 100 convidados.
Na abertura, Cláudio Haddad, presidente do Insper, reafirmou o compromisso da universidade em desenvolver mais conhecimento e melhores práticas em Educação. “”Um dos temas importantes para o desenvolvimento do país e seu crescimento””, esclareceu. Segundo Haddad, a mudança do nome da universidade – antes Ibmec – para Insper também contribui para os valores da organização. “”Insper significa Inspirar, pertencer e transformar””, declarou.
Já o presidente-executivo do Todos Pela Educação, Mozart Ramos, destacou a importância da harmonia entre o investimento público e privado. “”Esse momento de alinhamento e de conhecimento das experiências dos institutos e fundações é decisivo para a continuidade de políticas públicas””, disse. Em sua experiência, enquanto reitor da Universidade Federal de Pernambuco, ele pôde perceber a contribuição do investimento social privado na UFPE, o que possibilitou a criação de novos departamentos de estudos.
De acordo com dados do Censo GIFE — mapeamento que o GIFE faz sobre o Investimento Social Privado (ISP) de seus associados — , educação é a área prioritária do ISP. Em 2007, 80 associados – de uma base de 101 organizações – investiram R$ 1,15 bilhões na área social. “”O workshop partiu da constatação de que é desafiador trabalhar de maneira alinhada. São universos diferentes no setor privado, no terceiro setor e no setor público, são vocabulários diferentes e perspectivas distintas sobre o que é boa educação. Gerar esse alinhamento é um grande desafio e o workshop conseguiu avançar nessa agenda””, afirmou o secretário-geral do GIFE, Fernando Rossetti.
O Secretário-geral ainda afirmou que “”o engajamento das organizações que foram ao workshop e o esforço verdadeiro em discutir como articular seus projetos entre si e com as políticas públicas mostra a preocupação dos investidores sociais brasileiros em realmente fazer transformação social por meio de seus projetos.
Além de seu censo bienal, o GIFE começou a produzir um levantamento denominado “”Mini-Censo Educação””, que apontará as práticas realizadas pelos investidores sociais associados ao Grupo. A diretora executiva do Instituto Paulo Montenegro, Ana Lúcia Lima, apresentou algumas reflexões já apontadas na pesquisa:
A secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, também presente no evento, destacou que é fundamental para os investidores sociais privados o conhecimento mais aprofundado da realidade da escola pública e de seu funcionamento. “”Atualmente os professores estão se debatendo com questões para as quais eles não tiveram formação””, explicou.
Por meio do relatório do Unicef “”Situação da Infância e da adolescência brasileira 2009″” – O Direito de Aprender””, a oficial de projetos de Educação do organização internacional, Maria Salete Silva, pontuou que desigualdades como, região ou local onde a criança vive, cor da pele, idade e deficiências físicas ou mentais, impactam no aprendizado desse público. “”Queremos discutir o papel do ISP na garantia do desenvolvimento das crianças””, afirmou.
Ela fez também algumas recomendações como:
Os participantes do workshop participaram ainda da dinâmica “”O papel de cada ator: obstáculos e soluções””, cujo objetivo era chegar a consensos sobre caminhos para o alinhamento dos investimentos. Com a mediação de Fernando Abrucio, doutor em Ciência Política pela USP e professor da Fundação Getúlio Vargas, os participantes do grupo representavam um “”personagem”” que participava de uma reunião para definir o projeto que uma usina fictícia patrocinaria em uma cidade do Nordeste.
Nessa reunião hipotética, participaram representantes da secretaria de educação do município, da Usina, da associação local e das escolas da rede. Ao final da dinâmica, cada grupo entregou um formulário preenchido, mostrando como foi a discussão, como seria o projeto e relatando os principais obstáculos encontrados para o alinhamento.
Ao final, o evento trouxe como proposta a construção de eixos de conteúdo, identificando ideias e materiais já desenvolvidos pelos associados sobre o investimento nessa área. Como encaminhamento ficou a construção de uma carta de princípios para o alinhamento do ISP em Educação.
Conheça o histórico dessa iniciativa: Workshop de Alinhamento do Investimento Social Privado em Educação.