Investimento social brasileiro desperta interesse no exterior

Por: GIFE| Notícias| 29/04/2013

Pamela Ribeiro*

A exposição internacional brasileira cresceu muito na última década e com ela aumenta também o interesse pelo país. Por bem ou por mal, o Brasil virou assunto constante nos principais jornais e revistas americanos e europeus. A agência de notícias Reuters está falando sobre o etanol, a taxa de desemprego e os dois primeiros anos do governo Dilma. A revista The Economist dedica páginas sobre o problema da inflação ou sobre as start-ups brasileiras. O New York Times fala sobre o andamento das obras no Maracanã para a Copa do Mundo em 2014.

É inquestionável o crescente interesse do mundo pelo Brasil. E quanto aos avanços da sociedade civil brasileira? O mundo também quer saber sobre o que se tem feito nesse campo? A participação brasileira na Conferência Anual do Council on Foundations (COF), em abril, mostrou que sim.

Há alguns anos o GIFE incentiva seus associados que têm interesse em ampliar sua representação institucional a participarem de eventos internacionais. Essa iniciativa contribui para a aproximação dos investidores sociais brasileiros de seus pares em outros países e facilita parcerias transnacionais.

A Conferência do COF de 2013, que aconteceu em abril em Chicago, teve uma representação brasileira de peso. Contou com a participação da Fundação Roberto Marinho, Instituto Grupo Pão de Açúcar, Instituto Estre, Banco JP Morgan e escritório de advocacia Mattos Filho, além do próprio GIFE.

Pela primeira vez conseguimos um espaço exclusivo para falar sobre o Investimento Social Privado (ISP) brasileiro. A sessão de uma hora, chamada de The Brazilian Way: Perspectives on Social Investment in an Ever-Changing Context, abordou as diversas formas que o ISP brasileiro assume, para além do modelo tradicional americano de doação (grantmaking). Além de contextualizar o desenvolvimento do investimento social no Brasil e apresentar suas principais características, a mesa também trouxe os casos práticos dos associados GIFE presentes na Conferência.

O tempo dedicado à sessão pareceu pouco e foi, pois superou nossas expectativas. Reservamos meia hora para perguntas do público e a conclusão é de que o tempo não foi suficiente. ONGs americanas, fundações que estão investindo na América Latina, consultores e pessoas vinculadas à academia, todos estavam interessados em saber mais sobre as diferenças entre o investimento social brasileiro e a filantropia americana. Por que falamos investimento social e não filantropia? Quais são os principais entraves para a doação no Brasil? Por que o país não tem uma cultura de doação? Quais são os principais desafios relacionados ao marco regulatório? Parcerias público-privada são comuns no Brasil? Uma hora depois do término da sessão ainda tinham pessoas na sala querendo saber mais e trocando cartões.

A experiência dessa Conferência mostrou que o investimento social brasileiro já despertou o interesse global e é assunto das conversas de roda também lá fora. Como aproveitar esse momento é a grande questão. O investimento social brasileiro, apesar de jovem, já tem muito para compartilhar. Participar desses espaços internacionais de troca mostra que muitos dos nossos desafios também são os desafios (Avaliação, visualização de dados, formas de atuação, gestão etc) de outros países um setor de investimento social muito mais maduro. Isso nos dá a oportunidade não só de aprender, mas também de falar sobre como nós estamos lidando com essas questões.


*Pamela Ribeiro é coordenadora de Conhecimento do GIFE.

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