Jovem quer estilo de vida mais sustentável, mas precisa de informações

Por: GIFE| Notícias| 27/11/2009

Pesquisa realizada pelo Instituto Akatu sobre estilos sustentáveis de vida com jovens brasileiros mostrou que a faixa-etária ainda não assumiu atitudes, mas é receptiva a mudanças. Elaborado através de entrevistas com 1000 jovens de 18 a 35 anos, nas nove principais regiões metropolitanas do país e no Distrito Federal, o estudo é otimista ao apontar uma abertura à adoção de hábitos mais sustentáveis.

“”Quando mostramos ao jovem o que ele pode fazer no seu cotidiano, apontando os benefícios econômicos e os impactos na preservação ambiental daquelas ações, a probabilidade de ele mudar de comportamento é alta””, afirma o diretor-presidente do Instituto Akatu, Helio Mattar.

Aplicada no Brasil pelo instituto em parceria com o Ipsos Public Affairs, a pesquisa faz parte do mapeamento mundial Global Survey on Sustainable Lifestyles, coordenado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) por meio de seu escritório central em Paris (UNEP – United Nations Environment Programme). O material está sendo desenvolvido no contexto do Processo de Marrakesh, que engloba um esforço intergovernamental global, coordenado pelo PNUMA/UNEP para articular iniciativas locais e regionais de promoção da produção e do consumo sustentáveis.

Principais resultados

Ao serem questionados sobre suas maiores preocupações referentes a temas políticos, sociais, culturais e econômicos, as entrevistas revelaram que os jovens dão prioridade a “”combater o crime, combater conflitos”” (32%), “”reduzir e erradicar a pobreza, reduzir a diferença entre ricos e pobres”” (27%), “”melhorar condições econômicas”” (18%) e “”combater a degradação ambiental e a poluição”” (11%).

Se contextualizados apenas os desafios sociais, os mais citados pelos jovens foram “”reduzir a poluição (ar, água, solo)”” (72%); “”melhorar a saúde da população”” (72%); “”reduzir o desemprego”” (70%), “”diminuir a diferença entre ricos e pobres”” (61%), “”reduzir o trabalho infantil”” (61%) e “”as mudanças climáticas”” (61%).

Estilo de vida

Ao trabalhar com contextos cotidianos para um estilo de vida mais sustentável, o estudo definiu três eixos: “”Casa””, “”Alimentação”” e “”Transporte””. O objetivo foi, primeiramente, aferir o perfil de comportamento dos jovens quanto a estes temas e, mais tarde, propor questões relacionadas à sustentabilidade para detectar o nível de compreensão dos jovens sobre as questões e de aceitação às soluções propostas.

Para cada eixo, foram sugeridos dois diferentes cenários:
Casa – cenário 1: compostagem urbana; cenário 2: lavanderias coletivas
Alimentação – cenário 1: jardins urbanos; cenário 2: embalagens de legumes e verduras
Transporte – cenário 1: rede de bicicletas; cenário 2: compartilhar o carro

No quesito Casa, o cenário de “”compostagem urbana”” (produzir adubo a partir de lixo orgânico) como solução ao desperdício de lixo, foi aceito por 78% dos entrevistados. Já o cenário “”lavanderias coletivas””, para diminuir o gasto energia pelo uso individual de máquinas de lavar, obteve adesão de apenas 22% dos jovens.

Sobre Alimentação, o “”cenário jardins”” urbanos para cultivo de alimentos recebeu a adesão de 52% dos entrevistados, enquanto “”embalagens de legumes e verduras””, que faria redes varejistas a comprarem esses produtos de produtores locais, teve a aceitação de 48% dos jovens.

Por último, sobre “”Transporte””, 53% deles poderiam aderir a uma “”rede de bicicletas”” nas cidades e 47% aceitariam o cenário “”compartilhar o carro”” para reduzir a poluição gerada pelos veículos automotores.

Para Paulo Cidade, diretor da Ipsos Public Affairs, há uma “”janela de receptividade”” entre os jovens para os temas da sustentabilidade colocados em discussão por esses cenários. “”Quando as pessoas eram apresentadas aos cenários mais sustentáveis, procuravam refletir sobre ele””, avalia. Para que os jovens transformem a intenção de mudar em um novo comportamento na prática, ele recomenda que se mostre às pessoas o que elas podem fazer no seu cotidiano: “”precisamos falar aos jovens como agir””.

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