Ler é importante, mas não é comportamento, mostra pesquisa

Por: GIFE| Notícias| 08/10/2012

Apesar de terem tido pouco contato com livros durante a infância, 96% dos brasileiros consideram importante o incentivo à leitura para crianças de até 5 anos de idade. Esse dado é de uma pesquisa inédita sobre a percepção da população brasileira acerca da importância do incentivo à leitura para crianças de até 5 anos, apresentada pela Fundação Itaú Social na última semana, que também apresentou que a consciência não é atitude: 63% não costumam ler para as crianças.

Realizada pelo instituto Datafolha, a pesquisa abordou 2074 pessoas com mais de 16 anos de idade, em 133 municípios. Os entrevistados também foram questionados acerca de sua experiência pessoal de leitura, quando crianças, além de seu atual hábito de leitura para crianças de seu círculo de convivência.

As conclusões da pesquisa indicam que é praticamente consenso entre a população brasileira a importância de incentivar crianças de até cinco anos a gostar de ler. As principais justificativas para esse posicionamento estão ligadas ao desenvolvimento intelectual e cultural da criança (54% dos entrevistados) e à sua formação educacional. Os poucos que não valorizam esse hábito entendem que as crianças dessa faixa etária são novas demais e estão na idade de brincar.

Na percepção da população, o incentivo à leitura contribui para o direito que a criança tem à educação e ao aprendizado. Para quase todos os brasileiros com 16 anos ou mais, ler para crianças contribui para o seu melhor desempenho nos estudos e faz com que tenham mais vontade de aprender. Contudo, grande parcela da população acredita que as crianças não são incentivadas à leitura, e apenas 37% dos entrevistados leem para as crianças.

A percepção dos principais responsáveis pelo incentivo à leitura infantil é focada no núcleo familiar da criança, especialmente a mãe (95%) e o pai (93%). Nota-se, no entanto, que a escola, através dos professores (40%), também exerce um papel importante na visão dos entrevistados.

Nesse sentido, pode-se concluir que os resultados da pesquisa sinalizam que existe um amplo espaço para a disseminação da prática de ler para crianças pequenas, seja por meio de políticas públicas, de campanhas e ações dos investidores sociais privados ou de parcerias entre os vários setores.

Algumas empresas e organizações sociais já trabalham com campanhas e programas de incentivo à leitura. O Itaú lançou por meio do programa Itaú Criança a campanha nacional de incentivo à leitura. Nesta ação, que contará com forte mobilização destinada a sensibilizar a sociedade para a importância da educação, o adulto é convidado a ler para uma criança. Para apoiar esse convite, serão oferecidas gratuitamente 2,34 milhões de Coleções Itaú de livros infantis, totalizando 7 milhões de livros.

O Instituto Ecofuturo também trabalha com o incentivo à leitura. Uma das mais recentes ações do Instituto é a campanha “Eu quero minha biblioteca”, apoiada pelo Instituto C&A. O objetivo da campanha é tornar efetiva a Lei 12.244/10, que garante que todas as instituições de ensino do País, públicas e privadas, tenham bibliotecas instaladas até 2020.

A campanha demonstra que há recursos públicos para a educação que podem garantir a criação e a manutenção de bibliotecas em escolas públicas. Porém, há a convicção de que, com a cooperação entre os diversos setores, a democratização do acesso às legislações e recursos existentes e o controle social pela população, será possível planejar caminhos que garantam a efetivação da lei e que assegurem as metas estabelecidas

A coalizão envolve também ouras organizações que desenvolvem trabalho de referência nas áreas de educação, leitura e biblioteca: Academia Brasileira de Letras, Conselho Federal de Biblioteconomia, Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação, Movimento por um Brasil Literário, Instituto Ayrton Senna, Rede Marista de Solidariedade e Todos pela Educação.

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