Mais de 50 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza

Por: GIFE| Notícias| 10/07/2001

Recentemente divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o estudo A Estabilidade Inaceitável: Desigualdade e Pobreza no Brasil revela que, apesar da porcentagem de pobres ter caído de 40% para 34% da população nas últimas duas décadas, o número de pessoas que têm renda inferior à que precisariam para suprir suas necessidades básicas aumentou em 13 milhões.

Isso significa que 53 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza e, destes, 22 milhões são indigentes.

Realizado pelos pesquisadores Ricardo Paes de Barros, Ricardo Henriques e Rosane Mendonça, o estudo reforça a idéia de que o Brasil não é uma nação pobre, mas sim com muitos pobres. Eles explicam que a origem da pobreza no país não está na escassez de recursos, mas no grau de desigualdade na distribuição de renda, que permaneceu estável nas duas últimas décadas.

A concentração de riqueza é tão grave que apenas dois países no mundo têm índices piores que os brasileiros: a África do Sul e Malaui, no continente africano.

Concentração de renda – O que mais impressionou os pesquisadores durante o levantamento dos dados foi a estabilidade da intensa desigualdade de renda que acompanha a sociedade brasileira ao longo das últimas duas décadas.

Entre 1977 e 1999, o cenário de concentração de riquezas é grave: os 20% mais ricos da população se apropriam de uma renda média entre 24 e 35 vezes superior aos 20% mais pobres. Já os 10% mais ricos, por sua vez, dispõem de rendimentos que oscilam entre 22 e 31 vezes acima do valor da renda dos 40% mais pobres.

Otimismo – Mesmo com este cenário alarmante, os pesquisadores afirmam ser possível enfrentar o problema, já que o país possui riquezas suficientes para isso. “”Transferências anuais equivalentes a 2% da renda das famílias, o que equivale a R$ 6 bilhões, poderiam ser a base para acabar com a indigência que aflige 14% da população””, afirma o estudo.

Leia a íntegra do estudo (arquivo em PDF).

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