Mais de 90% dos municípios enfrentam problemas ambientais

Por: GIFE| Notícias| 15/12/2008

A sétima edição da Pesquisa de Informações Municipais (Munic), que investigou, além da gestão pública, os temas meio ambiente, transporte e habitação, revela que, em 2008, 5.040 municípios brasileiros(90,6%) informaram a ocorrência freqüente e impactante de alguma alteração ambiental, sendo queimadas, desmatamento e assoreamento de corpos de água as mais citadas.

Apesar disso, apenas pouco mais de 1/3 dos municípios dispõe de recursos financeiros específicos para viabilizar ações da esfera ambiental e menos de 1 em cada 5 prefeituras tem uma estrutura adequada para lidar com os problemas nessa área.

Em média, foram informados 4,4 problemas ambientais por município, e apenas sete municípios informaram a ocorrência simultânea de todos os impactos ambientais: Bannach (PA), Marabá (PA), Tupiratins (TO), Bela Cruz (CE), Santa Maria da Serra (SP), Novo Machado (RS) e Luiziânia (GO). Por outro lado, 522 municípios (9,4%) disseram não ter sofrido nenhum problema ambiental de forma freqüente e impactante.

Os municípios sem ocorrência de impacto ambiental têm uma maior presença relativa entre os de menor população, principalmente entre aqueles com até 5.000 habitantes (17,6% dos municípios nessa faixa). As regiões Sudeste (11,8% dos municípios) e Sul (11,6%) apresentam os maiores percentuais de municípios que informaram a não-ocorrência de impactos ambientais frequentes.

Minas Gerais (99 municípios), São Paulo (97), Paraná (59) e Rio Grande do Sul (49) são os estados com as maiores quantidades de municípios que informaram a não-ocorrência de problemas ambientais frequentes e impactantes. Apenas um município com população acima de 500 mil habitantes integra esse grupo: Porto Alegre (RS).

Queimadas (3.018, ou 54,2% dos municípios), desmatamento (2.976, ou 53,5%) e assoreamento de corpos de água (2.950, ou 53%) foram os impactos no meio ambiente mais apontados pelos gestores municipais. Os três foram os únicos apontados por mais da metade dos municípios e mantêm forte correlação entre si: o assoreamento tem como causas o desnudamento dos solos, ocasionados, em geral, por queimadas e desmatamento.

As queimadas foram relativamente mais apontadas nas regiões Norte (74,2% dos municípios) e Centro-Oeste (62,4%). O desmatamento também foi apontado de forma expressiva no Norte (71% dos municípios) e no Nordeste (64,8%) do país. Já o assoreamento de algum corpo d′água foi predominante entre os municípios do Centro-Oeste (63,3%) e Sudeste (60,2%).

A poluição da água foi mais informada por municípios das regiões mais urbanizadas e economicamente mais desenvolvidas: Sudeste (43,6% dos municípios) e Sul (43,2%). Já a escassez de água foi mais apontada pelos municípios do Sul (53,5%) e do Nordeste (52,3%).

A contaminação do solo foi mais citada pelos municípios das regiões Nordeste (27,1%) e Sul (25,9%), enquanto a poluição do ar predominou no Norte (36,3% dos municípios) e no Centro-Oeste (29%).

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