Em maio, mais de mil pessoas estiveram reunidas durante três dias, em São Paulo (SP), para discutir cidadania, democracia, conhecimento e eqüidade. Elas representaram 19 países no 7º Encontro Ibero-Americano do Terceiro Setor e no 3º Congresso GIFE sobre Investimento Social Privado, organizados pelo GIFE e ocorridos simultaneamente no Hotel Transamérica.

Autoridades como a secretária de assistência social do Estado de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro, representando o governador, e a então secretária municipal de educação de São Paulo, Maria Aparecida Perez, estiveram presentes na cerimônia de abertura. Houve conferência da escritora Nélida Piñon e show do cantor e compositor de música popular brasileira João Bosco.

No primeiro dia de trabalho, que teve como tema a democracia, as mesas de debates e os painéis de experiências reuniram especialistas do Brasil, México, Portugal, Argentina, Colômbia, Venezuela e Estados Unidos. Foram abordados o papel dos organismos multilaterais no equilíbrio da ordem mundial, a cultura e o desenvolvimento social como fatores de integração regional da América Latina, a inserção de temas sociais na agenda de debates dos organismos internacionais e a participação do terceiro setor na governabilidade mundial.

O eixo das discussões e apresentações de casos durante o segundo dia foi a criação e a circulação de conhecimento. Foi debatido o papel da educação para o exercício da cidadania, o problema do controle da circulação de informação, as redes sociais como uma alternativa para a democratização do conhecimento e a inclusão digital na América Latina.

Concentração de renda, desigualdade e pobreza foram os assuntos da conferência inicial do terceiro dia de trabalho. A mesa mais concorrida tratou de responsabilidade social empresarial como nova forma de fazer negócio. As demais mesas e painéis de experiências trataram do conceito de capital social na América Latina, a validade dos índices estatísticos na mensuração do desenvolvimento humano e social e o desafio de realizar projetos que conciliem a preservação do meio-ambiente com a geração de renda para as comunidades que vivem em áreas de proteção ambiental.

Paralelamente ao evento, uma Mostra de Iniciativas Sociais reuniu mais de 30 instituições, entre empresas, fundações e institutos de origem empresarial, ONGs, organizações governamentais, organismos internacionais, federações, câmaras de comércio e revistas voltadas à temática do terceiro setor. Elas tiveram a oportunidade de apresentar suas ações, práticas e atividades, além de comercializarem os produtos de sua atuação social.

Lançamentos – Duas publicações que relacionam o setor com questões da área do direito foram lançadas durante o 7º Encontro Ibero-Americano do Terceiro Setor. Democracia, Direito e Terceiro Setor (Editora FGV), do professor e ex-presidente do Movimento Ibero-Americano (2002-2004), Joaquim Falcão, e Terceiro Setor – Temas Polêmicos 1 (Editora Peirópolis), organizado pelo advogado Eduardo Szazi, consultor jurídico do GIFE.

O primeiro traz uma coletânea de textos que buscam defender, aperfeiçoar e expandir os compromissos básicos da democracia. Entre os aspectos analisados pelo autor estão constituição e pacto social, empresariado e terceiro setor, mídia e terceiro setor, a nova lei do voluntariado, clientelismo e incentivos fiscais.

Já o segundo apresenta jovens talentos do Direito, como Alexandre Ciconello, Daniela Pais e Érika Bechara, para debater questões polêmicas relacionadas ao terceiro setor. São artigos sobre fundos patrimoniais, termos de parceria, tratamento fiscal dos programas de geração de renda, o novo Código Civil e as novas regras para o financiamento de projetos sociais após o 11 de setembro, entre outros.

Cobertura – A imprensa nacional e internacional também prestigiou o 7º Encontro Ibero-Americano do Terceiro Setor. 49 repórteres, de 39 veículos de comunicação, fizeram a cobertura jornalística do evento. O encontro foi noticiado em 140 veículos – 122 nacionais e 18 internacionais, num total de 224 inserções na mídia.