Mercado de carbono pode entrar em colapso

Por: GIFE| Notícias| 12/11/2007

O emergente mercado global de carbono recebeu um golpe duplo após um alerta da ONU alertando para um possível colapso no mercado de carbono se não houver progresso na conferência de Bali no mês que vem e um dos maiores desenvolvedores de projetos de carbono reduzir em um quinto sua gama de produtos.

Ao falar durante o Carbon Fórum Ásia, o oficial de mudanças climáticas da ONU, Yvo de Boer, alertou que sem um acordo internacional pós-2012 para substituir o Protocolo de Kyoto, o mercado de carbono “”pode desaparecer mais rápido do que apareceu.””

Ele adicionou que o progresso durante a conferência é essencial para o estabelecimento de um acordo até 2012, insistindo que no mínimo as negociações precisam ser lançadas formalmente e uma agenda precisa ser estabelecida.

O diretor de análise de mercado de carbono da Point Carbon, Trevor Sikorski, concordou que sem um progresso real existe o risco de o crescente mercado, estimado em $60 bilhões este ano, entrar em colapso após 2012.

“”A Europa declarou que seu EU ETS (esquema de comércio de emissões) irá continuar sem um acordo pós-Kyoto, mas sem um acordo teremos uma redução massiva de interesse no mercado,”” disse ele.

O alerta de De Boer aparece junto a revelação da Ecosecurities de que existe um gargalo no processo de entrega de créditos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), uma vez que a empresa não conseguirá gerar a quantidade de RCEs (Redução Certificada de Emissões) originalmente prevista.

As ações da Ecosecurities caíram 47% assim que a empresa alertou que as vendas e ganhos anuais seriam menor que o esperado.

O chefe-executivo da empresa, Bruce Usher, disse que o processo de registro e expedição dos créditos no MDL está mais lento, o que está impactando o fluxo de novos créditos de carbono no mercado. “”Estamos procurando mitigar o impacto desses atrasos sempre que possível, por exemplo, ao vender créditos não registrados no mercado voluntário””, afirmou.

A empresa também disse que irá expressar suas preocupações em relação ao processo de aprovação do MDL via governos nacionais, fóruns industriais e durante a conferência de Bali.

Entretanto, Sikorski fez um alerta: enquanto não forem feitas algumas melhorias no processo de acreditação, as empresas que dirigem projetos de redução de carbono talvez tenham que se acostumar a lentidão do processo de certificação, se desejarem a aprovação do MDL.

“”O comitê executivo (para acreditação de projetos de MDL) está lidando com um amplo espectro de diferentes projetos e precisa ser muito rígido, pois se apenas alguns projetos fracos fossem aprovados, isso minaria todo o mercado. Isto significa que o processo será inerentemente lento””, explicou Sikorski.

As informações são do site Ethos.

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