A pandemia de Covid-19 disparou o número de migrações. De acordo com os dados mais recentes da Organização Internacional para as Migrações (OIM), em 2020, o mundo alcançou a marca de 281 milhões de pessoas vivendo como migrantes internacionais. O número de deslocados internamente devido a desastres, conflitos e violência também é preocupante: 40,5 milhões.

Esse crescimento reforça a atualidade e a necessidade de maior compreensão sobre o assunto. Pensando nisso, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) preparou um guia que explica a diferença entre os termos migrantes, refugiados, pessoas deslocadas e solicitantes de refúgio. O material foi elaborado com base no Glossário sobre migração, publicação de 2009 da OIM.

Já um outro estudo, conduzido pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), mostrou que migrantes ilegais são frequentemente vítimas de tortura, estupro, sequestro e prisão em cativeiros. A conclusão é resultado de entrevistas, especialistas e até operadores de tráfico humano em rotas no oeste e no norte da África, Mar Mediterrâneo e América Central.

O relatório Abused and Neglected – A gender perspective on aggravated migrant smuggling offences and response aponta que poucas ações são tomadas por autoridades para investigar esses crimes e, em alguns casos, agentes públicos são responsáveis pela violência.

As entrevistas mostraram ainda que homens são submetidos a trabalhos forçados e violência física, enquanto as mulheres estão mais expostas a crimes sexuais, levando a gravidez indesejada e aborto.