A última segunda-feira (5) marcou um ano do assassinato do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, vítimas de uma emboscada no Vale do Javari, no Amazonas. O crime, que ganhou repercussão internacional já a partir do desaparecimento da dupla, teve forte cobrança da sociedade civil pela investigação. 

No dia 5, seis cidades brasileiras realizaram atos em memória das vítimas: Rio de Janeiro, Brasília, Campinas, Belém, Salvador e Atalaia do Norte. Houve manifestação também em Londres, na Inglaterra.

Segundo investigação, os dois estavam sendo monitorados por uma organização criminosa chefiada por Rubén Villar, conhecido como “Colômbia”. Colômbia já era apontado como mandante, mas foi preso em julho do ano passado por falsidade ideológica. Ele chegou a dividir cela com um dos assassinos confessos, Amarildo da Costa, conhecido como ‘Pelado’.

Na semana anterior ao aniversário do assassinato, Colômbia e o pescador ilegal Jânio Freitas de Souza foram indiciados pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver, segundo apuração do Fantástico, da Rede Globo. 

Conflitos do Vale do Javari

Estreou, nesta mesma semana, na Globoplay o documentário “Vale dos Isolados”, sobre os conflitos na terra indígena do Vale do Javari, na Amazônia. A equipe passou mais de 100 dias filmando na região. 

O local teve mais de 60 conflitos, com 40 não-indígenas assassinados. “O grande problema é que do lado dos índios ninguém conta os mortos. E tudo isso fica abafado pelo próprio isolamento da selva”, diz Sydnei Possuelo, ex-presidente da Funai em entrevista ao documentário.