“Não basta amar o Brasil, é preciso construir o Brasil do futuro”

Por: GIFE| Notícias| 14/01/2011

Francisco Azevedo*

Hoje, uma das expressões corporativas mais usadas é “responsabilidade socioambiental”. É cada vez mais visível o engajamento das empresas em prol do desenvolvimento de ações e iniciativas que visam ao benefício do outro e/ou do meio onde vivem e atuam. Como principais agentes do desenvolvimento de um país, as empresas são as grandes propulsoras não só dos avanços tecnológicos e da geração de recursos, divisas e empregos, mas de iniciativas de cuidado e atenção ao contexto no qual estão inseridas.

Ser uma empresa responsável socioambientalmente é ter um compromisso contínuo com o comportamento ético e com o desenvolvimento econômico, incentivando a melhoria da qualidade de vida de famílias e, consequentemente, do local e da sociedade a qual pertence. Estudos comprovam que uma marca engajada é a eleita entre as inúmeras existentes no mercado.

Segundo pesquisa do Instituto Akatu, entre dois produtos com preço e qualidade semelhantes, 71% dos consumidores brasileiros decidem levar para casa aquele que possuir alguma causa social. A média mundial seria de 43%. O consumidor não confia de forma simples em uma instituição, mas utiliza-se de um julgamento minucioso de atributos que, ao serem combinados, resultam na escolha da marca com a qual se relacionará. Essa interação é marcada por experiências pessoais e atribuição de sentimentos, incorporando um conjunto de valores e atributos que leva o consumidor a diferenciar uma marca da outra.

Ser reconhecido por suas ações socioambientais é um diferencial para qualquer grupo empresarial. Conduzir os negócios de modo a ser parceiro e corresponsável pelo desenvolvimento social, principalmente das comunidades onde estão inseridos é mostrar que o compromisso daquela marca vai além da relação de “compra e venda” e atinge o viver, transformando-o.

O assunto, tão evidente nos dias atuais, há dez anos, já fazia parte da pauta corporativa da Camargo Corrêa, tradicional empresa brasileira com mais de 70 anos e atuação em 18 países da América Latina, Europa e África e que possui como uma das crenças “ empresas devem ser sempre agentes de transformação da sociedade na direção de um mundo justo e sustentável.”

Para o Grupo Camargo Corrêa, esses quesitos são extremamente importantes e buscados com excelência e determinação por todos os mais de 58 mil profissionais. Não existem dúvidas de que as empresas também são as grandes impulsionadoras de ações sociais de maior âmbito e, assumindo o pioneirismo nesse âmbito social, a Camargo Corrêa criou, em 2000, o Instituto Camargo Corrêa, instituição que não leva apenas o nome da companhia, mas sua credibilidade, compromisso e respeito para com as pessoas e o meio ambiente.

Com o objetivo de atuar em sintonia com as empresas do Grupo e contribuir com o desenvolvimento das comunidades onde atuam, hoje, o ICC comemora a marca de mais de R$ 70 milhões investidos em quase 150 projetos espalhados pelo Brasil e pelo exterior, colaborando para o desenvolvimento de mais de 80 mil pessoas. Mas, talvez, a maior conquista tenha sido a construção de parcerias com as comunidades e o poder público onde as atividades da empresa estão inseridas e a compreensão, por parte de nossos executivos, de que responsabilidade social faz parte sim dos nossos negócios e deve ser um tema recorrente no dia-a-dia de nossas empresas.

Por meio de programas como Infância Ideal, Escola Ideal, Futuro Ideal e Ideal Voluntário, o Instituto atua nas cinco regiões do país, desenvolvendo cerca de 90 projetos em 44 municípios brasileiros. Procuramos desenvolver um modelo de atuação que respeite a cultura, os interesses e o potencial das comunidades nas quais a Camargo Corrêa, de alguma forma, está presente. Além de recursos financeiros, utilizamos a capacidade de articulação de nossas empresas em favor das causas abraçadas pelo ICC, tendo como parceiros o poder público e organizações da sociedade civil.

O Instituto é um construtor de parcerias com as comunidades e empresas Camargo Corrêa, promovendo “pontes” que levam ao desenvolvimento sustentável. Enfim, ajudando a construir, coletivamente, um cenário onde a convivência seja sempre positiva.

Hoje, após uma década de trabalho, podemos constatar que a visão do Grupo Camargo Corrêa, lá trás, ao criar o Instituto, estava (e está) correta. Ficamos muito felizes por percebermos que a responsabilidade social já não é apenas um discurso, mas sim uma realidade em nosso meio. Um excelente exemplo disso é o Dia do Bem Fazer, dia de ações voluntárias que, em 2010, contou com a participação de mais de 8.000 voluntários de 15 empresas do Grupo em 10 países. Foram realizadas reformas de escolas, oficinas, arrecadação de alimentos, atividades de conscientização em saúde para estudantes e idosos, entre outras ações.

As iniciativas aconteceram em 80 localidades do Brasil, Argentina, Moçambique, Espanha, Angola, Peru, Venezuela, Paraguai, Chile e México, países onde há operações de empresas Camargo Corrêa. Em nosso país, as ações chegaram a mais de 50 cidades em todas as regiões.

Até aqui, podemos constatar que trilhamos um bom caminho, mas ainda temos muito trabalho pela frente. Queremos que a busca contínua pelo crescimento permaneça, mas desejamos um pouco mais: nosso anseio é de que as empresas do Grupo sejam referência, também, no campo do investimento social privado e que sejam reconhecidas pela sociedade brasileira como “empresas responsáveis socioambientalmente”.

Precisamos, por exemplo, que o Dia do Bem Fazer não seja restrito a Camargo Corrêa. Sua semente deve ser lançada e germinar no cerne de outras empresas. Os grupos empresariais têm como responsabilidade o incentivo, o estímulo às atividades voluntárias que possam desenvolver talentos e capacidades, proteger o meio ambiente e fomentar crescimento.

Muito já foi feito, mas ainda há muito a ser realizado num país que vivencia uma tão longeva dicotomia, uma nação que é capaz de ser uma das maiores economias do mundo, mas com grande desigualdade social. Os resultados do trabalho desenvolvido até agora só aumentam o nosso entusiasmo. O Instituto Camargo Corrêa está trabalhando a cada dia para que suas iniciativas possam atingir cada canto do país. É através desse trabalho que transformaremos vidas, incentivaremos o crescimento de cidadãos e modificaremos futuros.

Como diria o fundador da Camargo Corrêa, Sebastião Camargo, “não basta amar o Brasil, é preciso construir o Brasil do futuro” e isso é um papel coletivo.


*Francisco Azevedo é diretor executivo do Instituto Camargo Corrêa

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