Natura investe em conscientização e carbono neutro

Por: GIFE| Notícias| 26/03/2007

A Natura Cosméticos lançou, na última semana, uma Tabela Ambiental que disponibilizará aos consumidores informações que vão desde a escolha e obtenção da matéria-prima de seus produtos até a origem e o descarte da embalagem no meio ambiente. A tabela, que constará em todas as embalagens, é o primeiro passo para seu objetivo de se tornar carbono neutro até 2008.

A proposta da Natura é neutralizar as emissões de gás carbônico (CO2), ou apenas carbono, responsáveis pelo efeito estufa. Em pesquisas internas, a empresa diagnosticou que seus produtos são responsáveis por 80% do total dessas emissões e, portanto, deveriam ser o foco das ações ambientais.

Inspirada na tabela nutricional de alimentos (com informações sobre valor calórico, gorduras saturadas etc), a proposta incluirá o percentual de ingredientes vegetais sem processamento químico, se é renovável e se possui certificação. Por outro lado, apontará também se a embalagem é de material reciclado, se é reciclável e o número recomendável de refilagens (que pode ser aproveitado). Mais tarde, espera-se, incluir o índice de emissão de carbono de cada produto.

“”Quanto mais informações colocarmos à disposição do consumidor, maiores as chances de permitir que ele faça uma boa avaliação dos impactos de suas compras causam ao meio ambiente””, afirma o vice-presidente de Inovação da Natura, Eduardo Luppi. Segundo ele, seria possível, desde que outras empresas aderissem à proposta, comparar de formam mais efetiva o impacto ambiental de diferentes produtos.

Além do objetivo de se tornar referência, já que a iniciativa é inédita no Brasil, a empresa, com isso, também dirige atenções para as suas práticas e produtos ambientalmente responsáveis. Um exemplo é a linha Ekos, cujos ingredientes ativos são obtidos de forma sustentável e o óleo mineral (extraído do petróleo) foi substituído por óleo renovável (oleína de palma).

“”Acreditamos que reduzir essas emissões traz mais benefícios que compensá-las. E isso tem que partir das empresas. Não há governo que consiga mudar isso””, acredita Luppi. Ele garante que os custos adicionais para essa proposta – o álcool orgânico usado em seus produtos, por exemplo, é quase 70% mais caro do que o convencional – não serão repassados para o consumidor. A empresa não divulgou o quanto as medidas podem impactar seus rendimentos.

(Rodrigo Zavala)

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