Novas oportunidades para o investimento social

Por: GIFE| Notícias| 26/01/2009

*Maureen Stapleton

A precipitada queda dos mercados pelo mundo e o medo de uma recessão global, criaram a mais desafiadora situação econômica da geração. Porém, à medida que observam de perto seus investimentos financeiros, eles podem observar que os investimentos sociais podem preencher um nicho que anteriormente estava vazio.

A crise financeira alterou a forma como os investidores veem os riscos. Quando os mercados de ações estavam numa bolha de crescimento sustentável, os investidores começaram a ter a expectativa de poder aumentar suas carteiras a cada ano. Mas agora que o valor de muitos investimentos tem sofrido quedas, investir ficou repentinamente mais arriscado. Como consequência, os investidores estão olhando da mesma forma o retorno dos investimentos de risco e o impacto social e ambiental.

O investimento no social, que dá retorno financeiro com alto impacto social, teve momentos difíceis nos anos recentes ao competir com os investimentos tradicionais, que têm retornos maiores, porém sem o benefício social. Os investidores geralmente estariam mais preocupados com os retornos no resultado final. Mas com a queda dos valores destinados a esse fim, os investidores poderiam considerar outras faces dos recursos além dos resultados.

“”Até aqui, tem havido uma fria determinação para focalizar somente os números, quando ficou evidente o redemoinho que temos vivido onde as contas não são confiáveis””, disse James Bevan, Oficial Chefe de Investimentos do Gerenciamento de Investimentos CCLA, uma empresa de gerenciamento de fundos para caridade, igrejas e autoridades locais do Reino Unido.

“”Estes são tempos instigantes”” ele disse. “”Num mercado estourando é fácil ser guloso. Mas num de turbulências como este aqui, as pessoas começarão a procurar pelo investimento total””. Em outras palavras, aquele que afeta as comunidades e os problemas cruciais.

A turbulência nos mercados tradicionais surge no momento onde os fundos de investimento social estão aumentando. O Fórum Europeu de Investimento Responsável (Eurosif) descobriu que de 2005 até 2007, o crescimento dos recursos nos fundos de responsabilidade social europeus mais que dobraram para um total de ? 2, 66 bilhões administrados.

Apesar da turbulência do mercado, muitos dessas linhas de investimentos tiveram sucesso para levantar recursos para suas necessidades e fechar a sua quota. A BRAC, que trabalha com o Shore Bank Internacional dos EUA, fechou seu fundo Africano de Crédito com muito sucesso arrecadando US$ 63,4 milhões para sustentar suas operações em Uganda, Tanzânia e sul do Sudão. Adili, a fábrica de confecções éticas do Reino Unido arrecadou com êxito £ 1 milhão para suas operações. O Banco Triodos, sediado na Holanda, recebeu ? 20 milhões em comprometimentos para seu novo fundo de micro financiamento de ? 100 milhões.

Dada a incerteza da economia, os investidores não querem se aventurar além dos seus investimentos tradicionais para investimentos sociais, mas será demandado deles padrões éticos e sociais “”mais altos que os dos seus investimentos tradicionais””, disse Guy Davis, chefe de filantropia da Pan Assets Management do Reino Unido. “”A curto prazo, o mercado de investimento social não se multiplicará exponencialmente; penso que existe um crescimento relacionado à noção de que o investimento social como forma crescerá e, a longo prazo, será muito mais popular””.

Enquanto as condições do mercado tempestuoso abrem oportunidades para investimentos sociais, precisa ser observado como se sairá a economia global. O Fundo Monetário Internacional previu na sua reportagem no final do ano passado na World Economic Outlook que a economia mundial “”está entrando numa grande retração econômica”” seguindo “”o choque financeiro mais perigoso dos mercados maduros desde 1930″”.

Para filantropos que possuem sua própria carteira de investimentos para administrar, os eventos pouco têm mudado suas estratégias ou suas ações, disse Charles Mesquita chefe do investimento de filantropia em Rensburg Sheppards. “”A filantropia terá sua estratégia no lugar, e não estamos vendo mudanças nessas estratégias. Elas não farão mudanças com a evolução dos eventos””.

No Banco da Caridade, o banco do Reino Unido que utiliza seus depósitos para fundar empreendimentos sociais, a demanda continua alta para caridades que precisam de fundos, disse Jerry Moore gerente sênior do risco de créditos. Ele pensa que o efeito nocauteador na economia e no investimento social no mercado acionário será imenso.

“”Nos, certamente vivemos momentos interessantes, os mais interessantes de nossas vidas,”” Moore continua: “”Isto, de longe, é a pior crises que tenho visto em muitos anos. Mas no final do dia, ainda tem gente que investirá e nós, como instituição, estamos abertos para negócios””.

*Maureen Stapleton é analista na Investing for Good.
Email: [email protected]

Investors′ perspective é produzido com a colaboração com Investing for Good, um financista social intermediário e gerenciador de ativos baseado no Reino Unido, fundada em 2004.
www.investingforgood.co.uk

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