Novo conselho temático trabalha por mais ações sociais no setor industrial

Por: GIFE| Notícias| 20/06/2005

MÔNICA HERCULANO
Repórter do redeGIFE

Com o objetivo de estimular o desenvolvimento integrado das ações e iniciativas de responsabilidade social nas federações e associações industriais, visando uma atuação em rede, o Conselho Nacional da Indústria (CNI) criou um Conselho Temático Permanente de Responsabilidade Social. Atualmente, 14 federações industriais no Brasil possuem conselhos de responsabilidade social ou órgãos similares.

Um dos principais focos de atuação será sensibilizar o maior número possível de industriais para o desenvolvimento de ações socialmente responsáveis no país. Entre as linhas propostas estão a disseminação de experiências exitosas, compartilhando ou associando-se a iniciativas de sensibilização e mobilização já existentes; apoio na formulação de políticas públicas voltadas ao bem-estar social da população e na criação e no aperfeiçoamento das leis de incentivos a investimentos em projetos sociais; mapeamento, acompanhamento e apoio a ações, prêmios e certificações relativas à responsabilidade social empresarial.

Para isso, conta com membros de federações das indústrias do Rio Grande do Norte, do Mato Grosso, de Santa Catarina, do Paraná, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Pernambuco, do Amazonas e do Ceará. Também participam Francisco de Assis Oliveira Azevedo, vice-presidente do Conselho de Cidadania Empresarial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e membro da nova chapa do Conselho Diretor do GIFE, Edmundo Klotz, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), Paulo Saab, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Synésio Batista da Costa, da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Flávia Aubert, diretora de Responsabilidade Social da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mário Higino Neves Mello Leonel, diretor executivo da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) e Jorge Werthein, representante da Unesco no Brasil, como membro honorário.

Em entrevista ao redeGIFE, Jorge Parente Frota Júnior, presidente do Conselho Temático e da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), fala sobre a criação do novo órgão, o papel das federações das indústrias nesta iniciativa e a participação deste setor empresarial em ações sociais no país.

redeGIFE – Como e quando surgiu a idéia de criação de um Conselho Temático Permanente de Responsabilidade Social na CNI?
Jorge Parente – Essa idéia surgiu em 2004, quando a CNI começou a expandir o conceito de capilaridade de suas ações, ou seja, de que as ações nascidas no setor privado podem e devem ter um caráter público, na medida em que ultrapassam os resultados corporativos e individuais. A atuação histórica da CNI no âmbito social, através das ações do Sesi e do Senai, coaduna-se com os conceitos de responsabilidade social empresarial, o que levou o presidente Armando Monteiro a consultar a diretoria da entidade sobre a criação de um conselho temático permanente, para, inclusive, integrar as ações das várias federações de indústrias, o que foi aprovado prontamente.

redeGIFE – Qual a importância de se criar um conselho temático permanente nesta área em organizações como essa?
Parente – Organizações como a CNI exercem um grande poder mobilizador na sociedade, por representar uma classe política e economicamente forte. A CNI é norteadora de políticas que orientam a modernização das empresas e, hoje, uma empresa moderna não significa somente ser atualizada tecnologicamente. Significa, também, ter uma postura e ações responsáveis, com seus diversos públicos. Esta é a mensagem do conselho temático e os efeitos positivos da criação deste conselho serão percebidos nos estados, em curto prazo.

redeGIFE – Na prática, o que será feito pelo conselho para apoiar as empresas, no que diz respeito às ações na área social?
Parente – O conselho criado pela CNI terá a tarefa de mapear, junto às indústrias brasileiras e associações setoriais, as atividades empresariais relacionadas às questões sociais, com seus resultados e perspectivas. Também deverá recomendar ações que estimulem iniciativas de responsabilidade social e sugerir estratégias para melhor utilizar os recursos financeiros, humanos e de competências de gestão, entre empresas e instituições do terceiro setor. O conselho vai, ainda, estudar a legislação brasileira referente a incentivos fiscais para empresas que promovem programas de responsabilidade social e participará do processo de definição de leis específicas sobre a questão.

redeGIFE – Qual papel deverá ser exercido pelas federações estaduais no conselho?
Parente – Algumas federações fazem parte diretamente do conselho, mas todas serão convidadas a contribuir com propostas que propiciem uma maior participação das empresas na melhoria dos indicadores sociais do país. Ações conjuntas entre os estados também serão provocadas, por entendermos a importância da atuação em rede.

redeGIFE – Podemos dizer que tem havido, nos últimos anos, um aumento da conscientização sobre as questões sociais no setor industrial? A que isso se deve?
Parente – O processo de globalização, principalmente a partir da década de 90, fez com que as empresas tivessem que competir com aquelas internacionalmente reconhecidas, não somente em função de sua eficiência econômica, mas, sobretudo, por sua característica de sustentabilidade. O aumento da conscientização sobre as questões sociais não está se dando somente no setor industrial. É uma tendência mundial, tendo em vista que a humanidade passa hoje por um momento de questionamento e quebra de paradigma, no tocante à sua forma de vida no planeta. Há uma forte tendência de as pessoas privilegiarem produtos ambiental e socialmente corretos. Esse fenômeno vem acontecendo no que se refere às questões ambientais e de cidadania, e, também, nota-se uma imensa preocupação quanto ao resgate dos principais valores humanos.

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