Novos conselhos fortalecem trabalho social em rede
Por: | Notícias| 04/06/2007Rodrigo Zavala
A Assembléia Geral Anual do GIFE, realizada na última terça-feira, 29 de maio, aprovou os nomes que formam os novos conselhos Fiscal e de Governança para a gestão 2007 – 2009 e elegeram a pedagoga Denise Aguiar, diretora da Fundação Bradesco, como a presidente da Rede GIFE de Investimento Social.
O resultado do processo eleitoral aponta para uma continuidade das diretrizes do trabalho iniciado pela gestão anterior. “”O principal desafio desta chapa é fortalecer o papel de liderança do GIFE na promoção do ISP no Brasil, equilibrando a fundamental atenção às necessidades internas da rede com a perspectiva pública que cabe a organizações do nosso tipo””, afirmou Denise, minutos antes da votação.
Segundo ela, a proposta de governança segue três eixos centrais: garantir a representatividade política e a sustentabilidade econômica do GIFE; o fortalecimento da Rede GIFE de ISP, ampliando, mantendo, qualificando e articulando a base de associados e organizações parceiras; e influenciar o marco legal do Terceiro Setor e as políticas públicas, no âmbito da sociedade.
“”Nossa proposta, que vem sendo desenvolvida desde que assumi a presidência do Conselho de Governança, em 2004, é de fortalecer o GIFE enquanto organização de pensamento, de ação política e de relacionamento. Nesse sentido, temos como objetivo consolidar o GIFE como uma rede, que reúne as melhores iniciativas de investimento social privado do país””, afirmou secretário geral da Fundação Roberto Marinho, Hugo Barreto, eleito membro do Conselho de Governança.
Resultados – O ex-presidente do GIFE fez um balanço dos últimos anos da organização, no qual apresentou os principais avanços promovidos em sua gestão. Ao fazer referência às mudanças estatutárias estabelecidas na Assembléia de 2005, Barreto apontou a modernização da instituição e de seu modelo organizacional como os responsáveis pelo forte crescimento da base associativa, que passou de 71, no início de 2005, para 106 associados em maio de 2007.
“”Mais do que uma associação, o GIFE se tornou uma rede, no sentido mais contemporâneo dessa definição. A revisão de todos os procedimentos da organização proporcionou a ampliação da relação entre associados, tal como da difusão social da cultura GIFE””, afirmou.
Pelo Estatuto Social do GIFE, cabe aos conselhos a fixação das políticas e a avaliação de seu desenvolvimento.Eles são formados majoritariamente por representantes de institutos, fundações e empresas associados à rede. No entanto, o GIFE convida também representantes de diversos stakeholders para dar mais transparência aos seus projetos e propósitos.
Trata-se de uma ação inovadora, de acordo com o consultor jurídico do GIFE e responsável pela redação do estatuto, Eduardo Szazi. “”Nada melhor do que o GIFE, uma organização pública, trazer para dentro de seu conselho pessoas que representam segmentos de fora da rede, para que se torne mais forte””, argumentou Szazi, na época da confecção do documento.
Antes de formar as chapas para os conselhos, cuja renovação é bienal, os candidatos devem seguir alguns princípios que garantam sua legitimidade. Os critérios são: efetiva representatividade da rede de associados, considerando-se tempo de associação, região de localização do associado, área temática de atuação e porte do investimento social privado; equilíbrio entre renovação dos membros do Conselho e permanência de parte destes, para resguardar a continuidade de processos e garantir novos rumos e visões; inclusão de participantes históricos do processo de construção do GIFE; e incluir mais empresários no Conselho de Governança.
Outro membro eleito para a gestão 2007-2009, o presidente da Fundação Telefônica, Sérgio Mindlin, acredita que a diversidade no novo conselho é importante em duas dimensões: em primeiro lugar porque, com a experiência que todos têm onde trabalham e nos conselhos que integram, podem levar importantes temas a serem discutidos; e, em segundo lugar, porque também poderão levar para suas organizações materiais e reflexões geradas nos encontros deste conselho. “”É uma forma de estar sempre antenado às discussões mais recentes no que diz respeito a Investimento Social Privado””, argumentou.
Financeiro – Durante a Assembléia Geral foi apresentado e aprovado o parecer do Conselho Fiscal, após a análise da auditoria realizada pela PricewaterhouseCoopers sobre as contas de 2006. Segundo o Estatuto GIFE, os associados têm o direito de deliberar e apreciar o orçamento da organização.
O superintendente da Fundação Romi, Liu Fat Kam, eleito novamente membro do Conselho Fiscal, analisou os documentos. Segundo ele, o GIFE apresentou R$ 103 mil reais de superávit no exercício do ano passado, chegando a um patrimônio social de R$ 1.413.092,00, em 31 de dezembro de 2006. Deste montante, R$ 1.104.542,00 se referem ao Fundo Patrimonial do GIFE.
“”O Conselho fiscal assumiu funções semelhantes à de uma controladoria. Isso implica em um acompanhamento rotineiro do desempenho econômico financeiro da instituição, orientando, alertando e aconselhando o conselho de governança nos assuntos pertinentes””, explicou.
A Assembléia Geral Anual do GIFE aconteceu na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e foi presidida pelo diretor regional para América Latina e Caribe da Fundação W.K.Kellogg , Francisco Tancredi.